Outros artigos do mesmo autor
IGUALDADE DE GÊNERO. QUANDO?Direitos Humanos
PLC 132: DA INVESTIGAÇÃO CRIMINAL CONDUZIDA POR DELEGADO DE POLÍCIADireito Processual Penal
DA INCONSTITUCIONALIDADE DA RESOLUÇÃO PAULISTA QUE PROIBE POLICIAIS DE SOCORRER VÍTIMAS DE CRIMESDireito Penal
Guarda avoenga no Estatuto da Criança e do AdolescenteDireito Civil
DA BARGANHA NO ANTEPROJETO DE CÓDIGO PENALDireito Penal
Outras monografias da mesma área
O Poder do "Não" no Mundo Corporativo
Dimensionar Equipe: Uma ação eficaz para geração de lucros
O papel da língua portuguesa na carreira do advogado
DICAS PARA DIGITALIZAR (ESCANEAR), UNIR (JUNTAR), DIVIDIR (SEPARAR) ARQUIVOS PDF
A IMPORTÂNCIA DA ASSESSORIA JURÍDICA PARA EMPRESAS DE SUCESSO!
Motivação em busca do sucesso.
TODOS TÊM ESTRELAS NA TESTA (VIOLÊNCIA DOMÉSTICA)
Texto enviado ao JurisWay em 28/09/2011.
TODOS TÊM ESTRELAS NA TESTA (VIOLÊNCIA DOMÉSTICA)
Por Carlos Eduardo Rios do Amaral
Nessa minha primeira meia década de atuação na Lei Maria da Penha, na Defensoria Pública da Mulher e no Juizado de Violência Doméstica, no atendimento diário a cerca de mais de vinte mulheres sempre ouço a seguinte frase a respeito do monstro do lar – o agressor – :
“Mas Doutor! Ninguém tem estrela na testa!”
O agressor é usuário de drogas, bebedor compulsivo, gigolô que não quer saber de trabalho nem ajudar em casa, não gosta de passear, vive enfiado no botequim e nas bocas-de-fumo, deve ao tráfico, adúltero irrecuperável vivendo em zonas de prostituição, mal querido na comunidade, ladrão, entregue ao vício do jogo, entre outros milhares de adjetivos e expressões que já ouvi a respeito do diabo do companheiro.
E tudo isso, toda essa amarga e intragável qualidade do companheiro agressor só é notada depois da união?
Durante a fase da amizade, namoro e noivado todas essas qualidades e comportamento insuportável e bandido do agressor teriam passados despercebidos?
Ou será que a pobre e infeliz da vítima, quebrando a cara mesmo, descobriu para o que serve a amizade, o namoro e o noivado naquelas coisas que dizem respeito ao amor e a escolha de quem queremos viver para o resto de nossas vidas?
Não. Namoro e noivado não devem se resumir a idas ao cinema, sorveteria e bem-bom.
Casar é uma escolha difícil, demorada, que deve se arrastar durante anos a fio.
Como diz o título deste pequeno texto: todos têm estrela na testa. Não só uma, mas vários tipos de estrela. Uns chegam a ter um cometa que escorre até o pescoço.
Contrariando regras da óptica, até mesmo as estrelas apagadas podem ser vistas a olho nu na testa do pretenso e provável futuro amor.
Mas, se durante o namoro e noivado você não abrir os seus olhos, não ficar na ponta dos pés, para verificar que tipo de estrelas seu companheiro têm na testa, certamente você poderá ser surpreendida.
O ambiente de trabalho, as amizades, a igreja, a família, a comunidade, o botequim, o campo de futebol, o supermercado, a repartição, todos esses lugares e ambientes freqüentados pelo homem são propícios para se verificar quem é o seu amor, verdadeiramente. E devem ser visitados pela mulher, às escondidas, como uma espiã.
Lembre-se, para um artista difícil não é interpretar. Difícil é não estar interpretando. Essa máxima não vale só para o ator.
Quem anda com porco comerá farelo. Passarinho que dorme com morcego acordará de cabeça para baixo.
O porco e o morcego, assim como a pessoa virtuosa e honesta é uma questão de escolha. De demorada e paciente escolha.
Algo que é para sempre requer todo o cuidado do mundo. Reclama paciência de Jó.
Transformar o namoro e o noivado apenas numa fase de êxtase, luxúria e extravasamento de sensualidade ou carência poderá ter conseqüências desastrosas, muitas vezes irremediáveis.
Depois não vale dizer ao padre, ao juiz e ao gerente do banco que “ninguém tem estrela na testa”.
Você pode não admirar a astronomia, mas pelo menos observe as estrelas na testa dos outros.
Escolha o caminho da cautela e da prudência. É a única via que chega até a felicidade. Não ande jamais na contra-mão da vida.
Arrependimento não mata. Mas é muito doloroso. E, pensando bem, alguns arrependimentos matam, sim, de tiro, de faca ou de outro modo.
Seja feliz!
_______________
Carlos Eduardo Rios do Amaral é Defensor Público do Estado do Espírito Santo
Nenhum comentário cadastrado.
![]() | Somente usuários cadastrados podem avaliar o conteúdo do JurisWay. |