O número de endividados na cidade de São Paulo é o maior desde março de 2011. Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), 52,2% dos paulistanos estão endividados em março, o que equivale a 1,87 milhão de famílias. O número é o 9,4 pontos porcentuais (p.p.) maior do que o registrado em fevereiro, mas ainda está 0,6 p.p. abaixo do que o registrado no mesmo mês do ano anterior.
De acordo com a Assessoria Técnica da Fecomercio, o impulso no total de famílias endividadas se deve a refinanciamentos das dívidas assumidas no começo do ano, com matrícula e material escolar e tributos como o Imposto Territorial e Predial Urbano (IPTU) e o Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). O incremento no total de endividados também foi impactado pelos crescentes gastos com turismo, viagens, hotéis e aluguel de carro.
Além do total de endividados, a PEIC também registrou elevação no total de famílias com conta em atraso, que eram de 12,1% em fevereiro e atingiu 18,5% em março. O número de famílias inadimplentes, aquelas que afirmam não ter condições de pagar total ou parcialmente suas dívidas, saltou de 3,9% para 4,8%.
Em março, 28,7% dos paulistanos afirmaram estarem comprometidos com dívidas por mais de um ano, 25,9% de três a seis meses e 20,7% por menos de três meses. A parcela da população que comprometeu entre 11% e 50% de sua renda mensal é de 47,1%. 22% comprometeram menos de 10% da renda familiar e 26,3% comprometeram mais de 50%. Entre os consumidores com contas em atraso, 42,3% têm atrasos há mais de 90 dias, 20,6% têm contas atrasadas por até 30 dias e 36,1% do total de famílias estão com dívidas atrasadas entre 30 e 90 dias. O principal meio utilizado para adquirir essas dívidas continua sendo o cartão de crédito, sendo que 67,5% dos paulistanos têm alguma dívida devido às compras pagas dessa maneira.
A participação dos carnês apresentou um aumento expressivo, saindo de 18,6% para 28,2%. Impulso que, segundo a Assessoria Técnica da FecomercioSP, se deve às mega liquidações realizadas por lojas de departamentos que usam carnes para possibilitar financiamentos e oferecer mais prazo do que aquele disponível para os clientes que optam por parcelar suas compras no cartão de crédito. Já o uso de Crédito Pessoal, terceira forma mais comum de endividamento, saltou de 14,2% para 19,8%.
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