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Marcos Burghi
Mercado estima que um em cada quatro devedores acaba perdendo o veículo por falta de pagamento em prazo superior a 90 dias. O bem vai a leilão para que a instituição financeira diminua seu prejuízo
O volume de carros apreendidos por falta de pagamento das prestações do financiamento por prazo superior a 90 dias aumentou 33% entre dezembro e junho. Segundo estimativa do economista Ayrton Fontes, consultor de empresas do varejo automotivo, o número de unidades retomadas pelas instituições financeiras no País subiu de 100 mil em dezembro do ano passado para 133 mil em junho deste ano (veja quadro).
Fontes explica que chegou ao número estimando, para junho, um índice de inadimplência de 5,6% nos financiamentos de automóveis, de um total de 9,5 milhões de contratos ativos ante 9,3 milhões no fim do ano passado. O estudo considera modalidades como leasing, crédito direto ao consumidor (CDC) e consórcio, entre outras.
Aplicando-se o porcentual sobre o total de contratos, detalha ele, chega-se a 532 mil inadimplentes. De acordo com o autor do estudo, um em cada quatro consumidores com atraso superior a 90 dias nas mensalidades tem o carro retomado, chegando-se, assim, ao volume de 133 mil. Fontes explica que trabalha com volumes estimados porque as instituições financeiras não revelam seus números, por “estratégia de mercado”.
Na avaliação do economista, os números elevados são consequência das condições oferecidas pelo mercado, que hoje faz financiamentos de até 72 meses. Apesar disso, diz, o aumento não é preocupante por enquanto, mas se o movimento se mantiver, os bancos devem aumentar as restrições para concessão de financiamentos. “Não deve ser nada para já”, observa.
O aumento verificado no estudo de Fontes tem reflexo entre os leiloeiros de automóveis, uma vez que, retomado, o bem vai a leilão para que a instituição financeira recupere parte de suas perdas.
Eduardo Boyadjian, da Jordão Leilões, diz que há quatro meses, quando passou a realizar este tipo de operação, entravam em seu pátio dois carros apreendidos por dia, em média. Atualmente, são cinco, conta.
Fernando Santoro, da Sodré Santoro Leiloeiros e presidente do Sindicato de Leiloeiros do Estado, reitera o aumento de entrada de carros apreendidos por inadimplência, mas não tem certeza dos números. Ele acredita que a chegada de carros apreendidos tenha aumentado em torno de 15% entre dezembro e junho. “Leva pelo menos quatro meses até que uma apreensão reflita no volume total”, afirma.
Ronaldo Milan, da empresa Milan Leilões, admite que o estoque de carros está maior que o o registrado no mesmo período do ano passado, mas a elevação é mínima. “Não acredito num aumento considerável do volume de carros apreendidos”, refuta. Segundo ele, há instituições financeiras que registraram alguns aumentos, mas inferiores aos 33% apurados no estudo de Fontes. “Não chega a 10%”, observa.
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