Bancos estão descumprindo norma de padronização de tarifas, diz Senacon 24/10/2013
Norma para dar mais transparência sobre serviços entrou em vigor em julho
Bancos serão chamados a prestar esclarecimentos sobre descumprimento
 
BRASÍLIA  - A secretária Nacional do Consumidor, Juliana Pereira, disse que, nos  próximos dias, o Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC)  chamará as instituições financeiras para cobrar medidas de transparência  na contratação e divulgação de pacotes de serviços bancários.
Em  julho, quando as novas normas do Conselho Monetário Nacional  (CMN)entraram em vigor, o Ministério da Justiça notificou Caixa  Econômica, Banco do Brasil, Bradesco, Itaú, HSBC, Santander e Citibank  para que apresentassem as mudanças adotadas na oferta e publicidade  desses pacotes.
Nesta quarta-feira, porém, Juliana Pereira  disse que a secretaria recebeu e analisou os esclarecimentos das  instituições financeiras e que chamará todos os bancos para uma  conversa.
— Ainda tem muito banco descumprindo a regra do Banco Central de padronização de tarifas — disse Juliana.
A  resolução aprovada em março, na ocasião do lançamento da Política  Nacional de Consumo e Cidadania pela presidente Dilma Rousseff, obriga  os bancos a oferecer aos clientes três novos pacotes padronizados de  serviços, além do pacote dos itens considerados essenciais, entre outras  providências. O CMN também determinou que, no ato da contratação, sejam  prestados esclarecimentos aos clientes sobre a possibilidade de uso de  serviços e pagamentos de tarifas individualizadas, além dos oferecidos  gratuitamente.
À época da divulgação do pacote de medidas, o chefe do  Departamento de Normas do Banco Central, Sérgio Odilon dos Anjos,  destacou a importância das novas regras para a ampliação da concorrência  no setor financeiro e enfatizou que a resolução não elimina o direito  dos consumidores a um pacote de serviços gratuitos, com itens como  folhas de cheques, saques e extratos.
Procurados, Itaú,  Bradesco e Citibank disseram ter adotado as medidas da resolução do CMN.  Banco do Brasil e Santander também afirmaram cumpri-las. Caixa disse  que suas tarifas obedecem à regulamentação. O HSBC não respondeu
Produtos essenciais
Outra  medida anunciada em março que não saiu do papel foi a criação de uma  lista de produtos essenciais. Se apresentarem vícios de qualidade dentro  do prazo de garantia, os itens que estiverem nessa relação deverão ser  trocados imediatamente pelos lojistas. Mas a proposta esbarra na  resistência não apenas dos empresários da indústria e do comércio, mas  também na divisão de posições dentro do próprio governo – que discute se  a relação de produtos será ampla, refletindo os índices de reclamações  dos consumidores, ou se é preciso discutir especificidades de cada  setor.
O governo teme um aumento de custos para as  empresas e, consequentemente, um repasse dessa alta para o consumidor. O  prazo inicial para a apresentação dessa lista era 15 de abril, mas ele  foi prorrogado, a pedido do Ministério da Justiça, sem definição de uma  nova data.
Fonte: O Globo - Online