Tomar sol acaba com a insônia e pode até prevenir o câncer

Muitos consideram o sol um grande vilão da boa saúde. Mas a demonização do astro-rei pode estar com os dias contados. Algumas pesquisas apontam diversos benefícios da luz solar para a nossa saúde, é claro, se tomados os devidos cuidados.

Você sofre com a insônia? Passa o dia todo sonolento, mas à noite não consegue cerrar os olhos? Seus problemas podem ter uma solução bem mais simples que remédios e chás. Um estudo norte-americano apontou que o sol pode ser a solução para quem tem problemas para dormir. A pesquisa foi feita com uma amostra pequena, apenas 49 pessoas participaram. O intuito era avaliar a qualidade do sono dos trabalhadores que passavam o dia em ambientes diferentes – 27 deles trabalham em salas sem janelas e os outros 22 possuem janelas em seus escritórios.

Os detalhes sobre o sono dos participantes foram analisados a partir de uma técnica de avaliação chamada de Pittsburgh Sleep Quality Index. Os resultados mostraram bastante diferença na noite de sono dos dois grupos. Os escritórios com janelas permitiram 173% mais incidência do sol que o ambiente fechado. Em consequência disso, a noite de sono acabou tendo 46 minutos a mais.

Além de ajudar a dormir melhor, o sol também aumenta a disposição durante o dia. Quem está exposto à luminosidade natural tende a ser mais ativo fisicamente, de acordo com o estudo publicado na revista on-line Sleep. Assim também, as pessoas são mais felizes, enquanto as pessoas que trabalham em locais sem janelas se tornam mais propícias a doenças físicas e menor qualidade de vida.

A luz solar também a fonte mais garantida de vitamina D, essencial para a captação de cálcio nos ossos. Por esse motivo é indicado por pediatras como auxiliar no crescimento das crianças e preventivo da anemia. Segundo o Dr. Dráuzio Varella, 15 minutos de exposição solar três vezes por semana podem garantir os níveis ideais de vitamina D no organismo.

Para os idosos um ótimo aliado contra osteoporose. “São poucos os alimentos que contêm grandes quantidades de vitamina D, nem mesmo o salmão, o mais rico deles, tem a quantidade obtida em apenas quinze minutos diários de banho de sol”, informa a dermatologista Flávia Addor.

Os benefícios também se estendem à área psíquica. Estudos comprovam que sua presença estimula o bom humor das pessoas e evita estados de depressão e suicídios, freqüentes em países de inverno rigoroso em que a presença de luz natural é restrita a poucas horas por dia. Além de tudo isso a temperatura quente causa ao corpo a sensação de relaxamento muscular e ajuda o sistema circulatório.

Um estudo realizado em 2008 sobre o impacto da exposição ao sol na saúde sugere que os benefícios da luz solar também podem superar os riscos de câncer de pele para algumas pessoas. O estudo foi liderado pelo biofísico Richard Setlow, o primeiro a alertar para a ligação entre exposição solar e câncer de pele. Ele alerta que a deficiência em vitamina D, substância que ajuda na prevenção de vários tipos de câncer e doenças cardíacas, além de impulsionar o sistema imunológico, causada pela pouca exposição ao sol pode ser muito mais nociva.

Os pesquisadores observaram que a incidência de outros tipos de câncer, como de pulmão, mama e próstata, aumentava no sentido norte-sul, mais perto dos polos e com menor irradiação de luz solar. Ao analisar as taxas de sobrevivência, descobriram que as pessoas que ficam mais expostas ao sol apresentam prognóstico melhor, o que sugere que pessoas com mais tempo de exposição ao sol têm mais chances de sobreviver a vários tipos de câncer. 

O problema é que, por mais que muitas pessoas queiram, nem sempre é possível mudar o local de trabalho para estar mais perto da luz do sol. Dessa forma, o ideal é aproveitar ao máximo o tempo ao ar livre.  Porém tomar sol não é um “remédio” de uso irrestrito, a exposição aos raios ultravioletas deve ser feita de preferência entre oito e dez horas da manhã e quatro e cinco horas da tarde, período em que a luz solar transmite os raios mais brandos que o sol do meio-dia, o principal responsável pelas queimaduras solares e causador do câncer de pele.