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Uma lei que só pegou pela metade. Um risco no trânsito. É a lei do cinto de segurança. Só quem vai no banco dianteiro usa. Isso tem efeitos terríveis no número de mortes no trânsito.
Em época de feriadão, a negligência fica ainda mais clara. No balanço que acaba de ser divulgado pela polícia rodoviária estadual, 50 pessoas morreram nas estradas paulistas. Muitas dessas vítimas viajavam sem o cinto. Trafegar sem esse equipamento no banco traseiro é infração grave. Mas, acima de tudo, é um enorme risco para a segurança.
Na frente, uma criança. No banco de trás, um menino sem cinto de segurança, espremido no meio da bagagem. O mau exemplo vem dos adultos.
“Não tem ninguém usando o cinto de segurança atrás. Que vergonha", fala a motorista.
Desculpas e mais desculpas.
“Acabei de sair do posto. Por isso eu estou sem cinto de segurança”, justifica uma senhora.
A funcionária pública Vanessa Carvalho é quase uma exceção. No carro dela, cinto é obrigatório. Não só porque manda a lei.
“Caí em uma ribanceira de 15 metros, não lembro do acidente, mas sei que o que me salvou foi o cinto porque eu não bati no vidro”, conta Vanessa Carvalho.
A lei é de 1997. Houve uma tolerância até 1999, para que a indústria automobilística se adaptasse à nova regra. De lá para cá, a falta do cinto no banco de trás também é considerada infração grave. Mesmo assim, o uso do cinto no banco de trás ainda não é um hábito comum para muita gente.
Uma pesquisa feita em São Paulo mostrou que se o assunto é segurança, passageiro e motorista vivem em mundos diferentes. O problema é que a irresponsabilidade de alguns coloca em risco a vida de todos.
Foram analisados mais de dez mil veículos. O estudo feito pela companhia que gerencia o trânsito na capital, CET, revelou que 96% dos motoristas estavam com o cinto de segurança. Em compensação, apenas 12% dos passageiros do banco de trás utilizavam o equipamento.
Na opinião do médico Alberto Sabbag, as pessoas têm uma falsa idéia de que atrás estão protegidas. Testes feitos pela Associação para o Desenvolvimento da Medicina Automotiva mostram que o risco para o passageiro do banco de trás é enorme.
“A tendência é o pesado vai primeiro. Então a cabeça vai primeiro, a pessoa sai como um torpedo. A cabeça faz uma estilingada. Por isso atinge com uma força incrível, ele se mata e mata quem está na frente”, diz o médico.
Segundo o médico, em uma batida entre dois carros a uma velocidade de 50 km/h, uma criança de 25 quilos, por exemplo, ao ser arremessada, provocará um impacto que terá uma força centenas de vezes maior do que o peso dela.
Ao se dar conta do perigo, o motorista lembra que segurança deve vir em primeiro lugar: “Eles acham que é desconfortável, que não precisa. Eu acho importante. Vou puxar a orelha do pessoal aqui”, afirma um motorista.
Os especialistas também criticam o uso da película escura nos vidros, porque dificulta a fiscalização. Eles lembram que no Brasil o cinto de segurança foi adotado pelos motoristas mais para evitar multa do que propriamente pela segurança. Por isso, defendem a fiscalização rigorosa dos passageiros no banco de trás e a aplicação de multas.