SÃO PAULO - De acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio, realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o volume de vendas do varejo cresceu 5,6% em junho, frente ao mesmo mês do ano passado. Na comparação com maio, o aumento foi de 1,7%. E, se depender do comportamento dos brasileiros, as vendas poderão subir ainda mais nos próximos meses.
Pesquisa realizada pela Fecomércio-RJ (Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro) constatou que, nos próximos três meses, contados a partir de julho passado, 14% dos brasileiros pretendem comprar algum bem durável. O número é 16,7% maior que o registrado em julho do ano passado.
"A sensação de que os efeitos da crise na economia brasileira já estão atenuados e a maior segurança em relação à situação da economia deixaram o consumidor tranquilo", explica o coordenador de Economia e Pesquisa da Federação, João Carlos Gomes.
Para ele, com a melhora do cenário econômico e com o aumento gradativo da renda, o consumidor está "mais confortável para consumir ainda mais do que há um ano".
Quem poupa pode injetar R$ 25 bilhões no comércio
O levantamento também constatou que os brasileiros estão mais precavidos. Isso porque, em um ano, entre os que poupam, 55,8% o fazem preocupados com o futuro. O número é 8,3 pontos percentuais maior que aquele registrado há um ano.
Segundo a Fecomércio, o montante dos recursos guardados para este fim pode chegar a R$ 25 bilhões. Embora esteja sendo guardado para alguma eventualidade futura, segundo a Federação, com a retomada da economia, esse valor deverá ser destinado ao comércio de bens e serviços, "esquentando o varejo e a economia no fim do ano".
E enquanto a intenção de compra de bens duráveis cresce, a intenção de não comprar os itens nos próximos três meses cai. Em um ano, a intenção em não consumir esses bens caiu 3,5%. Com isso, no mês passado, 82% dos brasileiros não pretendiam comprar nos próximos três meses, frente aos 85% registrados em julho passado.
O número daqueles que não sabem ao certo se vão abrir a carteira cresceu, de 0,4% registrado no sétimo mês de 2008 para 2,2% no mês passado.
A Fecomércio-RJ realizou o levantamento com o Ipsos em 70 cidades do país, incluindo as regiões metropolitanas.