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A falta de orientação aliada aos parcos recursos e a uma odontologia agressiva fez miséria na boca dos mais velhos. Um dente cariado ou problemas inflamatórios nas gengivas, em geral, eram tratados com a extração pura e simples, em procedimentos mutilatórios. Até há pouco tempo, era comum o cidadão com mais de 60 anos queixar-se de dor de dente e ouvir um clássico “arranca tudo e coloca dentadura”. Hoje em dia, envelhecer não é mais sinônimo de boca banguela. Diversos fatores contribuíram para que o indivíduo chegasse à terceira idade com uma saúde bucal melhor. Quem não teve a mesma sorte – de manter os dentes saudáveis até a maturidade – faz parte de uma outra clientela: a que exige atendimento especializado para cuidar do sorriso.
O aposentado José Dias da Costa, de 73 anos, exibe um largo sorriso, tratado com esmero há mais de 20 anos. “Onde eu morava, não tinha orientação de como cuidar dos dentes. Anos depois eu segui as recomendações de um dentista. Ele dizia que, se eu cuidasse, teria meus dentes para sempre”, conta. Paciente da clínica odontológica da Universidade Federal do Paraná desde o ano passado, Costa explica que o cuidado com os dentes é importante para sua alimentação. “Recuperei meu paladar.”
Um sorriso irretocável também ajudou Eni Cordeiro Cruz, de 78 anos, a se recuperar da depressão que sofreu depois da morte do marido. A perda afetou até mesmo a sua rotina de higiene bucal. “Relaxei nos cuidados e os problemas apareceram”, conta. Há cinco anos em tratamento, Eni já colocou próteses fixas na arcada superior e retomou o ritual de escova/fio/enxaguatório. “Não preciso mais rir com a mão na frente da boca ou de cabeça baixa. Estou muito feliz.”
Antes de sentar na cadeira do dentista – que também pode ser adaptada para dar mais conforto ao paciente – o idoso passa por uma entrevista médica mais elaborada do que o paciente comum. É preciso identificar as doenças associadas, medicamentos que já são administrados e o nível de autonomia do paciente. “A abordagem é sempre multidisciplinar. A saúde da boca é parte do sistema do indivíduo, não pode ser vista de forma isolada”, explica a odontogeriatra Danielle Machado Neves.
O dente é um dos poucos órgãos do corpo humano que resiste ao envelhecimento sem perder a funcionalidade, desde que receba o devido cuidado e tratamento. Muda a cor, o formato – devido ao desgaste –, mas pode ser preservado até o fim da vida.
À medida que os anos passam e por causa do uso de medicamentos e outras doenças associadas, a boca do idoso precisa de cuidados mais específicos. “A boca fica seca e a saliva é muito importante para a mastigação, fala, digestão e a própria limpeza da boca”, explica Danielle. Para combater o sintoma, ela indica uso de bochechos com líquidos estimulantes e até um gel, que funciona como saliva artificial.
Outro problema comum na saúde bucal dos idosos são as periodontites e cáries de raiz. A perda da habilidade manual afeta a qualidade da escovação e a rotina de limpeza. “A cárie atinge a parte do dente mais próxima à gengiva, que também fica sem a limpeza adequada”, diz.
Algumas adaptações nos equipamentos mais comuns de limpeza bucal ajudam a tornar a limpeza mais eficiente para os pacientes idosos
Escova
As escovas adaptadas são as mais indicadas para dar mais eficiência à escovação. Com maior empunhadura, dão firmeza nos movimentos para limpeza de próteses e mesmo da arcada dentária. Há modelos importados e outros adaptados com manetes de bicicletas ou moto.
Passador
Dedos com pouca flexibilidade não ajudam na hora de passar o fio entre os dentes. Passadores são os instrumentos mais indicados para a função, porque ajudam na falta de coordenação motora.
Raspador
Os resíduos de alimentos também devem ser removidos da língua, com ajuda de um raspador. Elimina o mau hálito e ajuda na prevenção de cândidas.