Desde a aprovação do divórcio no Brasil em 1977, a esmagadora maioria das separações manteve a guarda das crianças com as mães. Desde então, surgem novas relações afetivas e a partir de então as “segundas núpcias” que formam no seio da sociedade “a nova família”? Ai está o grande problema é que esta “nova família” não vem constituída apenas do “novo casal de pombinhos” que estão começando uma nova relação, ela vem acompanhada via de regra dos filhos dele (a), figuras que surgem no cenário com “enteados”. Dando inicio a um novo capitulo de família, porém com personagens que eu costumo chamar de “vínculos eternos”, que são: os filhos já existentes do primeiro casamento, a ex-mulher ou ex-marido, a madrasta ou o padrasto e os novos filhos da “nova procriação”. A difícil tarefa da convivência entre todos os personagens que compõem essa “nova família” poderia ser a mais harmoniosa e sem quaisquer atritos, terminado até em homicídios, como vimos recentemente no “Caso Isabela”, se não houvesse os interesses individuais de cada um desses personagens, chamando especial atenção ao “novo casal”, que já entra na relação sabendo que o seu atual companheiro (a) tem seus filhos advindos de uma relação que outrora se presumia “que seja infinita enquanto dure”. Infelizmente não é isso que acontece! Os que vão iniciar a “nova relação” e de certo pretendem dar seguimento na procriação, desconhece em sua maioria o verdadeiro sentindo de família, em que os filhos de ambas as relações tanto da primeira como da segunda possuem laços não só de afetividade, de amor e carinho, possuem a consangüinidade e a genética entre eles e (todos são os irmãos) sendo assim não deveriam ser atingidos pelos desentendimentos entre os ex-pares do (a) atual companheira (a). Sejam todos bem-vindos. Segundo os Psiquiatras forenses e os Advogados de Família que trabalham com esses personagens quando nas demandas entre famílias, reportam em sua maioria que os mais atingidos no momento dos conflitos entre os casais, são os filhos do primeiro, que são irmãos dos filhos da atual relação. E assim todos juntos fazem parte do atribulado dia-a-dia, dessa nova família: os filhos do marido, em geral confusos por causa da separação dos pais; a ex-mulher dele, que, por mais que encare a situação com naturalidade, em boa parte dos casos acaba interferindo na nova relação do ex; e o próprio marido, que carrega a experiência de um matrimônio anterior, o dilema de como criar os filhs sem a mãe biológica e a incerteza sobre a aceitação da nova companheira por parte dos pimpolhos, e aqui surge a figura da Madrasta ou Boadrasta? Isso tudo sem contar que, nas adjacências da "trama", há ainda a ex-sogra, a atual sogra, os ex-cunhados, os novos cunhados, os sobrinhos e, quem sabe, até o cachorro, papagaio e o periquito! Não é à toa que as “madrastas” sentem-se perdidas, mesmo porque Madrasta era a mulher que entrava na vida das crianças somente quando a mãe morria. Hoje em dia elas chegaram para ficar e assumem relevante papel na criação dos filhos que ela vier a ter com o pai dos seus enteados. O respeito, a confiança e a cumplicidade devem então partir desse novo casal que terá a delicada missão de unir os irmãos (seus enteados) aos filhos de sua genética
.