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FAMÍLIA: Projeto Divino de Deus


Autoria:

Laine Luna Freire De Carvalho


Advogada.Mestrado em teologia, responsabilidade civil e filosofia. especialista em Direito de Família e direito administrativo privado . Fluência Intermediária em Inglês e Espanhol. conciliadora e mediadora. Auditora interna. coaching. assessora juridica.

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Resumo:

O Projeto divino em seu atual contexto se refere á criação de uma família pelo qual são atuantes um homem e uma mulher no contexto divino do jardim do Éden. Originando através do mito da serpente "maçã maldita" a culpa (pecado original).

Texto enviado ao JurisWay em 16/10/2017.

Última edição/atualização em 20/10/2017.



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1. INTRODUÇÃO

            No atual contexto de família em que vivemos hoje, nos deparamos com a grande diversidade cuja diferença pode até nos chocarmos por não estarmos acostumados com outras culturas ou até por nossa educação ser baseada nos princípios religiosos do cristianismo.

            Fator este, em que a sociedade vivencia e tenta se educar através de princípios norteadores da palavra de Deus. Atuando na preparação de uma educação familiar em conjunto com os ensinamentos religiosos em que Deus deixou para a humanidade.

            A questão da separação de gênero entre homem e mulher cuja menção na bíblia faz referencia a essa diferenciação. Além disso, aos direitos em que a mulher vem conquistando cada vez mais, não só no campo de trabalho, mas no atual projeto de família. Não talvez, com o modelo ideal em que estamos acostumados e educados para conhecermos.

            Em consequência desta evolução de paradigmas estamos vivenciando  violentos conflitos religiosos educacionais que se debatem com os princípios norteadores bíblicos.

            Outrossim, o paradigma em que o pecado original de Adão e Eva se renova através do nascer de um ser. Pecado pelo qual difundido erroneamente cuja criança é a imagem e semelhança dos seus genitores ou agregados familiares. Além disso, essa crença tem vários dogmas e correntes doutrinarias perpetuadas pelo Santo Agostinho e o Plágio.

           

 

2. A ACEPÇÃO DA INSTITUIÇÃO FAMILIAR SOB O ASPECTO TEOLÓGICO NO PARADIGMA ATUAL

De acordo com o projeto de lei 6.583 /2013 do Sr. Anderson Ferreira, O CONGRESSO NACIONAL decreta, in verbis,

 

Art. 2º Para os fins desta Lei, define-se entidade familiar como o núcleo social formado a partir da união entre um homem e uma mulher, por meio de casamento ou união estável, ou ainda por comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes[1].

 

               

            O vocábulo usado “homem e mulher” são interpretados a luz dos ensinamentos da religião do cristianismo, pelo qual se revela que a FAMÍLIA É UM PROJETO DIVINO (Gênesis 1.26-28).

Então Deus disse: Façamos o homem á nossa imagem e semelhança. Que ele domine os peixes do mar, as aves do céu, os animais domésticos, todas as feras e todos os repteis que rastejam sobre a terra. E Deus criou o homem á sua imagem; á imagem de DEUS ele o criou; e os criou homem e mulher. E Deus os abençoou e lhes disse: Sejam fecundos, multipliquem-se, encham e submetam a terra[2].

            Nesse entendimento o Padre Dinelcir nos relata que

Deus criou o ser humano desdobrado em dois sexos, homem e mulher, e mandou que se multiplicassem, que gerassem filhos. Ao mesmo tempo estava criando o ser humano, instituindo a família, e lançando as bases para a formação da sociedade humana. Não foi o homem que decidiu ou descobriu que poderia procriar, gerar filhos, mas foi Deus quem ordenou ao homem que assim fizesse e quem o capacitou para tal[3].

            E ainda relata que a família é uma instituição divina.

Não criou um ser assexuado com algum sistema que lhe desse a ser hermafrodita que pudesse gerar de si mesmo uma outra criatura semelhante. Também não criou dois machos ou duas fêmeas dando-lhes a capacidade de gerarem filhos entre si, mas criou o ser humano como macho e fêmea, para que dos dois fosse gerada uma terceira pessoa, formando, à partir daí, uma família. Sendo assim, podemos afirmar que a família é uma instituição divina para o homem e não uma instituição humana para o próprio homem. Também podemos afirmar que qualquer adulteração da formatação original da família é uma adulteração do projeto divino para a família humana[4].

            No entanto, sob á ótica da perspectiva filosófica teológica baseada na visão de Ortega, in verbis,

Não se poderia entender a diferença específica entre o homem e a mulher, se ambos não fossem talhados um para o outro, com vistas à formação da família. A mulher não é em referência ao varão, ou em função do homem, como escreve Ortega, porque, neste caso, o varão seria em referência a que? Acaso é o homem um absoluto, paradigma ou termo de avaliação da mulher? E por que padrão deve ser o homem avaliado? Ambos, homem e mulher,

são em referência à família, em função da família, pois, esta é que dita as normas de comportamento e de ser de um e de outro do par humano. Fugir à norma é desfazer a união, é destruir a família. Cada um do par, portanto, terá de pôr-se no seu devido lugar, no seu posto; terá de manter e aprimorar sua diferença específica corpórea e mental, que nisto só se cifra a norma.[5]

 

            Outrossim, as diferenças entre homem e mulher são bastante distintas. Entre elas são aquelas baseadas em razoes biológicas nos cromossomos XY e razões hormonais. Mas, é analisado individualmente por os hormônios existir em mesma quantidade tanto no homem e na mulher. Sendo esta diferenciação não tão estável nos dias de hoje.

            Segundo a jornalista Jeanne Callegari, em 2012, em seu site “papo de homem” nos traz que “a divisão do sexo entre fêmea ou macho não é estável nem exclusiva”. Diante da biodiversidade como explica

Muitos peixes, por exemplo, possuem os dois sexos ao mesmo tempo, enquanto outros passam de machos a fêmeas – ou vice-versa – ao longo da vida. Algumas espécies de pássaros têm mais de um tipo de macho, cada um com comportamento diferente[6].

            Ainda revela que a sociedade Brasileira define o que é homem e mulher através do gênero e outras não se encaixam nesse padrão.

Na nossa sociedade, as caixinhas são mais ou menos fixas. A criança nasce e já se decide qual gênero ela deverá ocupar. E a partir desse gênero, que comportamento deverá assumir. Rosa para elas, azul para eles. Algumas crianças se identificam com a caixinha a que foram destinadas. Muitas pessoas, porém, não cabem nessas prateleiras. As pessoas vêm com diversos “equipamentos”, os quais não significam que serão de determinado gênero, e o gênero não significa que ela gostará dessas ou daquelas pessoas. É tudo independente[7].

            E é diante desse comportamento que a Antropóloga Margaret Mead em seu livro “Sexo e Temperamento”, nos expõem que esse conceito é baseado na nossa própria evolução.

Em que descreve três tribos da Nova Guiné, nas quais os comportamentos das mulheres e dos homens não equivaliam ao que se pensava ser o “essencial” de cada gênero. Havia uma tribo com mulheres agressivas, chefes do lar; outra em que tanto homens quanto mulheres eram agressivos; e uma em que ambos eram delicados, passivos. Ou seja: o que significa ser homem ou mulher é uma construção histórica, social. E muda com o tempo.[8]

            Nesse entendimento Simone de Beauvoir, um dos ícones do feminismo, escreveu "Não se nasce mulher; torna-se"[9].

Consonante, é o entendimento de uma socióloga amiga da Jornalista, ipsi literis,

só porque as coisas são culturais não significa que sejam fáceis de mudar. E, enquanto categorias como homem/mulher/gay/hétero existirem, as pessoas continuarão a ser tratadas conforme o lugar onde elas se encaixam. O que faz com que a luta pelos direitos das mulheres, dos gays, dos transgêneros seja fundamental, mesmo que a gente saiba que essas divisões não servem para explicar o comportamento humano.[10]

Consonante, há um principio existente na Bíblia o Companheirismo matrimonial (Gênesis 2.18-25), ipsi literis,

Javé, Deus disse: não é bom que o homem esteja sozinho. Vou fazer para ele uma auxiliar que lhe seja semelhante. (...) Depois da costela que tinha tirado do homem, Javé Deus modelou uma mulher, e apresentou-a para o homem. Então o homem exclamou: esta sim é osso dos meus ossos e carne da minha carne! Ela será chamada mulher, porque foi tirada do homem![11]

            De acordo com o Padre Dilnecir que a origem da mulher foi à necessidade do homem de uma convivência de companheirismo intimo não sendo inferior ao homem.

E foi a partir dessa necessidade de companheirismo matrimonial que Deus formou a mulher para que se unisse em uma só carne com o homem, em um companheirismo íntimo, sem as vergonhas de pecados. Essa necessidade de companheirismo íntimo com ser da mesma natureza e sexo oposto, não inferior ao homem (note-se que Deus fez um desdobramento do próprio homem ao tomar-lhe uma costela e transformá-la na mulher – (Gn 2.21,22), e que declarou que faria uma companheira para o homem), fez com que Deus executasse o projeto de instituição da família para o ser humano, como a menor célula da sociedade humana, estabelecendo, assim, também, o começo de toda a sociedade.[12]

 

            Contudo, não há em se falar que a mulher é escrava do homem ou até feita para servir como escrava por derivar de uma costela do homem. Talvez seja por isso que os casos de violência às mulheres sejam tão quanto violentos e cruéis por sentimentos de posse passados de geração em geração, cuja cultura ou não, seja passível de ser desmistificada ao longo de uma década.

            Consonante, a Bíblia a família se originou da união do homem com a mulher, ipsi literis, “O homem se uniu a Eva, sua mulher e ela concebeu e deu á luz Caim. E disse: Adquiri um homem com ajuda de javé. Depois ela também deu á luz Abel, irmão de Caim”[13].

            Como diz o Padre Dilnecir à família se originou da união sexual entre o homem e a mulher e também da união sexual ordenada por Deus. Ademais, ele diz que a família se originou de uma união conjugal estável.

Mas ordenou a um casal, macho e fêmea, em união estável, que chamamos de casamento. A família surge da geração de filhos e, via de regra, isso acontece através da prática sexual dentro do casamento (não estamos incluindo aqui casos de adoção ou de inseminações artificial porque não estão dentro do conceito de normalidade). Fora disso o que há são invenções humanas que levam sempre a família ao desequilíbrio, ao esfacelamento social e ao caos espiritual[14].

            Consoante a tudo exposto não resta dúvida que o casamento já existia, mas hoje, o conceito de casamento está bastante distinto.

            Na visão socióloga, em sua obra, Eva Maria Lakatos afirma que a família no modo geral “é considerada o fundamento básico e universal das sociedades, por se encontrar em todos os agrupamentos humanos, embora variem as estruturas e o funcionamento”.[15]

            Afirmando ainda que devido a “um fenômeno biológico de conservação e produção, transformou-se depois em fenômeno social sofrendo considerável evolução até regulamentar suas bases conjugais conforme leis contratuais, normas religiosas e morais”[16].

            Diante disso, afirmando de modo geral que o “casamento estabelece os fundamentos legais da família, mas pode haver famílias sem casamento”.[17]Trazendo consigo exceções à regra em que os cônjuges não moram juntos. Baseado em que toda sociedade existe regras, mas não são as mesmas em toda parte. Todavia se organizam ou se estruturam conforme as variáveis no tempo e no espaço.

Diante da constante evolução das distintas formas e relações familiares como instituto social família, podemos destacarmos algumas espécies como a família elementar (nuclear é o tipo dominante. Do ponto de vista Ocidental com sua insistência sobre a monogamia. É bastante efêmera[18]. Pode desaparecer com a morte dos pais.

A Família natal-conjugal é “limitada, tanto ao número dos membros como na sua duração”. Ela se restringe a um casal e aos filhos, que pode gerar ou adotar, e abrange não mais do que duas gerações para Hoebel e Frost[19]. Ex: Esquimós, simples, imediata, primária) é uma unidade formada por um homem, sua esposa e seus filhos, que vivem juntos em uma união reconhecida pelos outros membros de sua sociedade.

A família extensa (grande, múltipla) é uma unidade composta de duas ou mais familiares nucleares, ligadas por laços consanguíneos que estão ligados entre si por deveres e direitos mútuos, reconhecidos. Podendo abranger além da nuclear, avós, tios, sobrinhos e afilhados.

A familia composta (complexa, conjunta) é uma unidade formada por três ou mais cônjuges e seus filhos. Pode existir em sociedades monogâmicas, quando um segundo casamento dá origem as relações de adoção do tipo madrasta, padrasto, enteados, com a presença de apenas dois cônjuges simultaneamente. Refere-se a um núcleo de famílias separadas, mas ligadas pela sua relação com um pai comum. Ex: sociedades poligâmicas e monogâmicas.

A família conjugada-fraterna refere-se a uma unidade composta de dois ou irmãos, suas respectivas esposas e filhos. O laço de união é consanguíneo.  E a Família fantasma consiste em uma unidade familiar formada por uma mulher casada e seus filhos e o fantasma. O marido não desempenha papel de pai, é apenas o genitor (pai biológico). A função de pater (pai social) cabe ao irmão mais velho da mulher, corolário com a perspectiva sociológica[20].

 

3. O CONCEITO DE CULTURA E SOCIEDADE ATRAVÉS DOS NOVOS PARADIGMAS

 

Segundo Hoebel e Frost[21] “a sociedade e a cultura não são uma coisa só.”

            Conforme o dicionário escolar da Língua Portuguesa[22] o termo da palavra “sociedade” significa a reunião ou estado dos homens que vivem sob leis comuns.

            A origem da palavra sociedade vem do latim ‘societas’, uma “associação amistosa com outros”. ‘Societas’ é derivado de ‘socius’, que significa “companheiro”, e assim o significado de sociedade é intimamente relacionado aquilo que é social.[23]

A sociedade pode ser vista como um grupo de pessoas com semelhanças étnicas, culturais, políticas e/ou religiosas ou mesmo pessoas com um objetivo comum. Uma delimitação física (como um território, um país ou um continente) não pode definir uma sociedade, já que entre eles podem ter diferenças que podem se afastar do conceito da sociedade.[24]

 Está implícito no significado de sociedade que seus membros compartilham interesse ou preocupação mútua sobre um objetivo comum. Como tal, sociedade é muitas vezes usado como sinônimo para o coletivo de cidadãos de um país governados por instituições nacionais que lidam com o bem estar cívico[25].

Ao longo do tempo, algumas culturas evoluíram para formas mais complexas de organização e controle. Esta evolução sociocultural tem um efeito profundo sobre os padrões da comunidade. Tribos de caçadores-coletores se estabeleceram em torno de fontes de alimentos sazonais para tornarem-se aldeias agrárias. As aldeias cresceram para se tornarem vilas e cidades. As cidades se transformaram em cidades-estados e estados-nação[26].

            Diante da globalização a evolução se torna mais frequente tão quanto nas relações interpessoais como na sociedade em si, sofrendo uma aculturação.

            Além disso, o conceito de cultura tem varias acepções em torno de 160 definições. Mas o primeiro a definir genericamente foi um antropólogo Edward B. Taylor, em sua obra Cultura Primitiva em 1871, segundo a qual cultura é "todo aquele complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e capacidades adquiridos pelo homem como membro da sociedade"[27]. 

Segundo a enciclopédia Americana a definição de Taylor tem sido problematizada e reformulada constantemente, tornando a palavra "cultura" um conceito extremamente complexo e impossível de ser fixado de modo único[28].

Muito embora a cultura possa ser confundida como forma de educação herdada de pais para filhos diante da própria Estratificação Social.

No mesmo entendimento é o antropólogo  Ralph Linton, como termo geral, “cultura significa a herança social e total da Humanidade; como termo específico, uma cultura significa determinada variante da herança social. Assim, cultura, como um todo, compõe-se de grande número de culturas, cada uma das quais é característica de certos grupos de indivíduos"[29]

No entendimento da Filosofia, in literis,

 

Cultura é criação”. “O homem não só recebe a cultura dos seus antepassados como também cria elementos que a renovam. A cultura é um fator de humanização. O homem só se torna homem porque vive no seio de um grupo cultural. A cultura é um sistema de símbolos compartilhados com que se interpreta a realidade e que conferem sentido à vida dos seres humanos. [30]

 

            Nesse mesmo entendimento a enciclopédia Americana afirma que,

 

A mudança acarreta normalmente em resistência. Visto que os aspectos da vida cultural estão ligados entre si, a alteração mínima de somente um deles pode ocasionar efeitos em todos os outros.. O ambiente exerce um papel fundamental sobre as mudanças culturais, embora não único: os homens mudam sua maneira de encarar o mundo tanto por contingências ambientais quanto por transformações da consciência social.[31]

 

 

 

4. A EVOLUÇÃO DO PODER-DEVER NA HISTORICIDADE TEOLÓGICA

 

No Brasil, desde os períodos de colonização, a organização social é marcada pela prioridade do poder dos adultos sobre as crianças, por meio de um conjunto de procedimentos e práticas socialmente aceitos[32].

O castigo físico em crianças foi introduzido no Brasil pelos padres jesuítas no século XVI, causando indignação nos indígenas, que repudiavam o ato de bater em crianças[33]. Confirmado pelo padre Carmim:

Nenhum gênero de castigo tem para os filhos; nem há pai nem mãi que em toda vida castigue nem toque em filho, tanto trazem nos olhos. Em pequenos são obedientíssimos a seus pais e mãis, e todos muitos amáveis e aparziveis; têm muitos jogos a seu modo, que fazem com muito mais festa e alegria que os meninos portugueses[34].

 

Entretanto, a ideia da aplicação de castigo físico em crianças foi introduzida pelos jesuítas. Como diz Priorre:

 

O muito mimo devia ser repudiado. Fazia mail ao filho (...). O amor do pai ou do educador espelha-se naquele divino, no qual Deus ensinava que amar “é castigar e dar trabalhos nesta vida”. Os vícios e os pecados deviam ser combatidos com açoites e castigos. Fortemente arraigada na psicologia de fundamento moral e religioso comum desta época(...) a falta dos jesuítas sobre a educação e disciplina tinha gosto de sangue: como um cirurgião que dá um botão de fogo ao seu filho ou lhe corta uma mao em que entram herpes, o qual ainda que pareça crueldade não é, senão misericórdia e amor, pois com aquela ferida lhe sara todo o corpo[35].

 

E segundo a historiadora Mary Del Priore, no livro História das crianças no Brasil, era considerada uma forma de amor. O excesso de carinho devia ser evitado porque fazia mal aos filhos. A relação entre os pais e suas crianças teria de ser espelho do amor divino, segundo o qual, amar é castigar os erros e dar exemplo de vida correta. Os castigos disciplinares devem ser aplicados não apenas para corrigir as chamadas malcriações e birras como também serve para sacudir a preguiça que é considerada culpada de muitos erros e ignorâncias desde cedo no espirito da criança[36].

A palmatória tornou-se símbolo de disciplina na educação da geração do Brasil colonial.

Vale relembrar que, antes do Direito Romano, existia a lei vinda e ensinada da própria religião exercendo o animus corrigendi ou disciplinandi, conforme passagens da Bíblia no Livro de Provérbio[37].

Capítulo 3, versículo 11 e 12. Meu filho, não despreze a disciplina de Javé, nem canse com o aviso dele, porque Javé corrige aqueles que ama, como o pai corrige o filho preferido.

Capítulo 13, versículo 24. Quem poupa a vara, odeia o seu filho; mas aquele que o ama lhe aplica a correção.

Capítulo 19, versículo 18. Corrija seu filho enquanto é tempo, mas não exagere a ponto de matá-lo.

Capítulo 22, versículo 6. Eduque o jovem no caminho a seguir, e até a velhice ele não se desviará.

Capítulo 29, versículo 15 e 17. Vara e repressão produzem sabedoria, mas o jovem abandonado a si mesmo envergonha a sua mãe. Corrija seu filho, que ele o deixará tranquilo e lhe trará alegrias.

 

                As passagens da Bíblia deveras bastante radical, porém no versículo 18 do capítulo 19 faz a menção não exagere a ponto de matá-lo com objetivo de conter excessos praticados pelos pais no seu poder vigilandi.

            Vale salientar, o povo Brasileiro foi colônia dos Portugueses sendo catequisados de forma cristã.

            No século XVII, a teologia cristã, na pessoa de Santo Agostinho, elaborou uma imagem dramática da infância, em que logo após o nascimento a criança era símbolo da força do mal, um ser imperfeito esmagado pelo peso do pecado original. Nesse período, a amamentação era considerada prazer ilícito da mãe em que causaria perda moral da criança. Ainda neste século, a criança era incluída nas brincadeiras sexuais do adulto[38].

                Relevante dizer, a lei das XII Tábuas(Código Decenviral) representava para o povo Romano o ius civile. Representava á Constituição Romana onde pregava as primeiras normas de conflitos de classe e dando á eficácia pretendida, dando origem ao Direito Civil.

            Das doze tábuas, sendo a quarta tábua mais relevante para o nosso estudo.Nessa tábua está registrado o pátrio poder. De modo direto vemos que o pai tinha, sobre a sua esposa e seus filhos o direito de vida, morte e de liberdade. Porém o pátrio poder não era ilimitado, pois se o pai vendesse o filho por mais de três vezes perderia o direito paterno. “Si pater filium ter venum duit, filius a patre liber esto.” “Cito necatus insignis ad deformitatem puer esto. “Se uma criança nascer com alguma deformidade deveria ser morta”. As crianças deformadas não eram capazes de serem soldados romanos ou mesmo agricultores e, portanto, seria um risco a sociedade. Essa norma teve como base o direito dos espartanos na Grécia, sociedade tipicamente militar.[39] 

            Em conformidade com as civilizações antigas, onde os maus tratos com as crianças que nasciam com defeitos físicos; para equilíbrio dos sexos, por motivos religiosos, como medida econômica nos grandes flagelos ou por não aguentarem longas caminhadas, elas também eram mortas ou abandonadas para morrerem desnutridas ou devoradas por animais. Também era direito do pai reconhecer ou não o direito de viver de seu filho[40].

            Com a devida evolução da definição do conceito de família, o poder familiar vem sofrendo modificações em sua estrutura e especificidade, dando lugar ao poder-dever. Pelo qual os pai, ou aqueles que a detenham, são detentores da guarda e da vigilância sem o prejuízo da intervenção do poder do Estado.

 

5. A PERSPECTIVA FILOSÓFICA DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA NA EDUCAÇÃO

 

            Nos dias de hoje, observamos uma preocupação muito grande com o estudo da infância por parte de antropólogos, historiadores, sociólogos, psicólogos[41].

            Relembrando a teoria de Ariés, com a criação do conceito de infância veiculou uma ideia de subordinação, de dependência tornando os castigos contra as crianças ainda mais severos. Afirmação feita também pelo autor Pollock:

Este aumento se deveu aos primeiros resultados de uma maior atenção prestada às crianças, um produto secundário de um interesse maior na capacitação moral e acadêmica das crianças e também da doutrina do pecado original[42].

 

 

            Segundo autor Lloyd deMause, considerado psicohistoriador[43], mostra uma suavização nas relações pais-filhos, vindo desde épocas em que  abandonava-se, se expunha, se maltratava e se descuidava das crianças até chegar às ideias contemporâneas em que os pais se sacrificam pelos filhos. Ele tenta recuperar por meio do que chama teoria psicogênica da historia como estas transformações no relacionamento adulto-criança se deram, dizendo que,

“(...) no fundo os pais revivem sua própria infância através dos filhos e em consequência se vêm impulsionados tanto a reproduzi-la fielmente quanto a diminuir os seus rigores[44].”

Teoria esta, como afirma Viviane Nogueira bastante frágil por o autor construir sua teoria em informações esparsas podendo ou não ser fidedignas, não chegando- lhe a conclusões.

Fazendo-se um paralelo entre as teses de Ariès e de deMause observamos que o primeiro autor sustenta que a criança tradicional era feliz, misturava-se aos adultos. A partir do momento em que uma condição especial – a infância – foi inventada, resultando num conceito tirânico de família que destruiu a sociabilidade e privou a criança da liberdade, infligiu a ela um “confinamento” e os castigos mais severos. Já deMause parte de uma tese oposta na medida em que mostra que a situação das crianças foi melhorando sensivelmente através dos séculos[45].

Em 1693, John Locke em sua obra Da Educação das Crianças (Some Thoughts Concerning Education) afirma que a criança é então como uma tábula rasa, uma folha em branco que deve ser preenchida ao sabor dos fatos exteriores. É um ser incompleto, um vácuo inicial[46].

Está implícita a ideia de uma natureza infantil diferente da do adulto e de certa forma inferior a ela: uma natureza menor. Locke pensava que as crianças podiam ser moldadas de acordo com os nossos desejos, e os pais deviam cuidar para que elas não recebessem influencias que nelas desenvolvessem maus hábitos. Quanto aos castigos físicos, ele colocava que deviam ser aplicados imediatamente, para que as teimosias das crianças não prosseguissem. Ele não acreditava, entretanto, que o espancamento fosse o elemento chave no condicionamento moral. Precisava ser acoplado com o ato de se fazer a criança sentir culpa ou vergonha por suas ações. Sem a aplicação da culpa ou da vergonha, a criança se tornaria rebelde com o emprego exclusivo do espancamento. Para ele, a criança teria de entender que o adulto não é só poderoso como está certo. Deseja-lhe que a criança adotasse as posições morais de seus pais[47].

Exemplo, em que os pais de Grant foram influenciados pela teoria de Locke:

(...)os pais de Grant foram influenciados por teóricos como Locke que propôs banhos frios como uma forma de fortalecimento das crianças; o mais grave, entretanto, é que os pais de Grant levaram esta teoria ao extremo, pois submergiram seus filhos em água fria no sereno das madrugadas[48].

 

Em 1762, na França, por meio da obra intitulada Emílio ou Da Educação, feita por Jean-Jacques Rousseau. Rousseau pensava justamente ao contrário, ou seja, que a natureza era a fonte da bondade e que as instituições eram a causa da maldade do mundo. Ele tentou quebrar velhos conceitos e polemizar com diversas correntes de pensamento.

Nosso verdadeiro estudo é o da condição humana. Quem entre nós melhor sabe suportar os bens e os males desta vida é, a meu ver, o mais educado; daí decorre que a verdadeira educação consiste menos em preceitos do que em exercícios(...) não se a conservar-se em sendo homem, a suportar os golpes da sorte, a enfrentar a opulência e a miséria, a viver, se necessário nos gelos da Islândia ou no Rochedo escaldante de Malta. Trata-se menos de impedi-la de morrer que de fazê-la viver. Viver não é respirar, é agir; é fazer uso de nossos órgãos, de nossos sentidos, de nossas faculdades, de todas as partes de nós mesmos que nos dão o sentimento de nossa existência. O homem que mais vive não é aquele que conta maior número de anos e sim o que mais sente a vida[49].

 

Entretanto, dizia Miller que a Pedagogia de Rousseau é manipuladora, por ele apregoar que não deveria existir castigo físico, por outro lado, evidenciam-se métodos de educação que manipulam a criança para que os objetivos do adulto sejam conseguidos. Ressalte-se, também, que Rousseau reflete em sua obra – Emílio – a divisão de trabalho entre os sexos, baseada no trabalho assalariado: “mulher, honra o teu dono, é ele que trabalha para ti, é ele que te dá pão para comeres, ele é isso”, enfatizando, portanto, os “direitos naturais da supremacia masculina”[50].

            Ante o exposto, o primeiro estudo científico de que se tem notícia foi aquele realizado por um médico, em 1860, na França. O Dr. Ambroise Tardieu[51], presidente da Academia de Medicina de Paris. Tardieu descreve algumas características de comportamento dos pais agressores, bem como identifica “condições socioculturais associadas com a questão como, por exemplo, o desemprego e o isolamento sócia”l.

Refiro-me aqueles relativos ao tratamento brutal e cruel do qual algumas crianças são vítimas e imposto por seus pais, seus professores, por aqueles que exercem uma autoridade mais ou menos direita sobre elas... desde a mais tenra idade estas indefesas e desafortunadas crianças passam a cada dia e a cada hora pela mais severa crueldade... por punições corporais violentas, torturas que enchem de horror a nossa imaginação, que consomem seus corpos, encurtam suas vidas e finalmente a coisa mais acreditável é que os executores destas crianças são na maioria das vezes  aqueles que lhes deram a vida[52].

 

Em contraposição com Le play[53] que colocava a autoridade paterna como natural, bem como a consequente submissão das mulheres e das crianças na medida em que diz que “a mulher, em razão da fragilidade de seus órgãos, não pode sozinha, na maior parte dos locais, prover sua subsistência... a dependência da criança ainda é mais clara....”. Diz ainda que a manutenção deste status quo na família garante a transmissão de uma ideologia que prepara os indivíduos para a obediência no futuro, tendo a ver com a própria organização do Estado: é dentro da família que se dá o treinamento para a continuação de um estado de coisas em que alguns mandam e todos obedecem. Pelo aprendizado da autoridade familiar, aprende-se também a conservar o Estado[54].

Por outro lado, o fenômeno da Violência Física Doméstica foi descoberto cientificamente em 1962, a partir de um trabalho publicado por F. Silverman e H. Kempe no qual apresentam 749 casos com 78 mortes de crianças vítimas do que eles batizam de Síndrome da Criança Espancada(The Battered Child Syndrome). A síndrome da Criança espancada tinha três aspectos interessantes: a) a organização de um modelo de entendimento do fenômeno conhecido como “psicopatológico” que centrou o problema da violência doméstica nos pais, na medida em que os colocava como portadores de severos distúrbios emocionais. Este modelo definia, então, que a causa central do problema estava no individuo agressor, que havia uma perspectiva de doença, pelo qual deveria ser tratada individual. Estes pais, segundo este modelo, haviam também sofrido violência física ou negligência afetiva em sua própria infância. b)O problema passou a dizer respeito à categoria médica. c) A notificação dos casos suspeitos ou confirmados de violência doméstica aos serviços de proteção infantil. Trazendo até, então, dificuldades que não forem suprimidas pela demanda[55].

Entretanto, hoje, afirma em sua pesquisa a psicóloga Joan Durrant, da Universidade de Manitoba, e o assistente social Ron Ensom, do Hospital Infantil de Estearn Ontario “Nenhum estudo mostrou que a punição física tem efeito positivo, e a maior parte dos estudos encontrou efeitos negativos”. Dizendo ainda que invés da tapinha corretiva usasse a disciplina positiva.

A disciplina positiva ensina pacientemente em vez de punir arbitrariamente. Se você espera que uma criança arrume seus brinquedos e ela foi lembrada de fazê-lo, mas também a TV ligada em vez disso, é razoável que os pais digam: “sem TV até você arrumar seu quarto.[56].

         A disciplina positiva é um modelo educacional que tem por base a psicologia adleriana, de Alfred Adler, desenvolvida por Rudolf Dreikurs. Fundamenta-se no respeito mútuo e na cooperação, através do encorajamento e a compreensão, aliados à firmeza.  Isso tudo seria o alicerce para o ensino de competências importantes para a vida e para formar pessoas autoconfiantes, seguras e decididas. A disciplina positiva procura, basicamente, reforçar os acertos e não os erros. Quando a gente presta atenção, vê que não adianta repetir tantos “nãos”, “não pode”, “assim não”, que realmente parecem reforçar os erros[57].

             Afirmativamente, aceita parcialmente, pela ABRAPIA (Associação Brasileira pais, Infância e Adolescência). Educa bem os que usam bem as palavras, atos, acompanhados de olho no olho, de silêncio gravido de sentido; acertam na educação dos filhos os pais que sabem e tem coragem de escutar. Equilibrar palavras e atos assertivos, sem recorrer o uso de violência física, é fazer da educação uma arte e nova ética para uma nova geração que poderá ser mais democrática e mais feliz[58].

Tese não aceita pela psicóloga Marilda Lipp, doutora em psicologia do comportamento, em seu artigo cujo titulo era a palmada tem o poder de educar. Ressalta que a criança não deve ser punida na primeira vez que erra; que os pais devem sempre explicar o porque que ela deve apanhar e alertá-la sobre as consequências dos seus atos[59]. De acordo com a psicóloga Marilda Lipp, o castigo físico aceitável que não machuca, apenas estabeleça uma comunicação imediata e põe a criança em estado de alerta para entender o que é certo. ‘Beliscões, puxões ao desenvolvimento da criança. Mas um tapa leve pode ter grande valor de instrução e proteção’, ela diz. Para Marilda Lipp, a palmada deve ser usada quando a criança se expõe a situações de perigo, não entende algo que já foi explicado verbalmente muitas vezes ou desrespeita e agride de maneira acintosa os pais ou outras pessoas[60].

Segundo Michel Foucalt o uso de castigo físico faz parte de um sistema de controle de uma sociedade investida do sentido da ordem e da lei. Vigilância enreda a todos, e não apenas as crianças. As instituições do século XVIII, ligadas por uma espécie de rede de crenças, valores e hábitos, geraram um sistema de vigilância, controle e punição desde a família, até a prisão, passando pela escola ou serviço militar. A educação tradicional era autoritária porque podia impor, todo o seu saber e poder. Era um sistema educativo que acreditava ser preciso formar um cidadão disciplinado para ser dócil a nova ordem moderna. Mas em nossa época denominada pós-moderna querer resgatar o castigo físico como método educativo, além de ser um contra senso é uma prática fora de lugar[61].

 

 

6. A VISÃO TEOLÓGICA DO PECADO ORIGINAL

 

            Em contrario sensu, as pessoas acreditam que a origem do pecado adveio da concepção do fruto entre uma relação amorosa de um homem e uma mulher, ou seja, o pecado se originou diante da relação sexual de Adão e Eva. Interpretação errônea e mal difundida de acordo com a própria bíblia, em Gênesis 1.27,28 e 2.24, in litteris,

Criou, pois, Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. Então Deus os abençoou e lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos; enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra.” “Portanto deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á à sua mulher, e serão uma só carne.[62]

            Do ponto de vista Bíblico, in litteris,

O pecado de Adão e Eva dependeu antes da instrução maliciosa e tendenciosa de Satanás, por intermédio de serpente, no jardim do Éden, conforme registra a Biblía (Gn 3. 1-6). A sua responsabilidade, com relação á entrada do pecado no mundo e sua natureza é evidente: “ Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira” (Jo 8.44). O apóstolo João diz que o Diabo peca desde o princípio: “... porque o diabo peca desde o princípio” (1 Jo 3.8).[63]

            Desmistificando, o mito da história da serpente e da maça da imagem do “fruto proibido”, comparando com a imagem e a semelhança de fruto concebido (bebê) cuja relação era permitida no seio do casamento.  Então, o que seria Pecado Original na visão teleológica? Seria de acordo com três correntes ortodoxias cristã: reformada, wesleyana e pentecostal clássica.

            A corrente reformada consiste que o pecado original é derivado do pecado de Adão e Eva. Apoiados nos ensinamentos bíblicos, da igreja reformada.

De acordo com o Louis Berkhof, teólogo reformado, explica que a doutrina foi denominada “pecado original” por três motivos:

 (1) porque deriva-se da raiz original da raça humana; (2) porque está presente na vida de todo e qualquer indivíduo, desde a hora do seu nascimento e, portanto, não pode ser considerado como resultado de imitação;  e (3) porque é a raiz interna de todos os pecados concretizados que corrompem a vida do homem[64].

            De acordo com o Orton Wiley, teólogo wesleyano, aceita a definição da Igreja Anglicana:

O pecado original é o defeito e a corrupção de todo homem por meio da qual o indivíduo está muito distanciado da retidão original e é, por sua própria natureza, inclinado para o mal, de maneira que a carne sempre tem desejos contrários ao Espírito; e, portanto, em cada pessoa nascida neste mundo ele (o pecado original) merece a ira de Deus e a Sua condenação.[65]

            De acordo com o Bruce Marino, teólogo das Assembleias de Deus nos EUA, declara que o pecado original,

é o ensino escriturístico de que o pecado adâmico afetou a humanidade em 4 aspectos: solidariedade, corruptibilidade, pecaminosidade e punitividade. No primeiro aspecto, Marino ressalta como a raça humana está vinculada (ligada) a Adão; no segundo, ele enfatiza que o alcance da queda é total e alude à total depravação; no terceiro ponto ele enfatiza a universalidade do pecado, isto é, toda a humanidade foi atingida pela queda de Adão; e no último, integrado aos demais pontos, ele mostra que baseado em tais premissas, toda a raça humana é merecedora de castigo, inclusive as crianças, assunto que abordaremos com mais calma adiante.[66]

            De acordo com a teoria de Santo Agostinho ele defendia a teoria do Pecado Original por entender que o livre arbítrio é uma ajuda pelo qual Deus nos proporcionou a combater o mal “Sendo assim, sem “a ajuda de Deus é impossível, pelo livre-arbítrio, vencer as tentações desta vida”[67]. Ao contrario sensu, o Pelágio[68] acreditava que o homem não podia deixar de pecar. Negando a existência de que o pecado é herdado e transmitido acreditando ser injusto da parte de Deus transferir a culpa para outrem. Segundo a doutrina pelagiana o homem pecava por socialização e não pela natureza corrompida. 

         As crianças como muitos dizem são inocentes perante o Deus, mas a contradição entre Teólogos e ensinamentos bíblicos que dizem que as crianças herdam o pecado desde o nascimento.

Uma criança já nasce com a inclinação para o pecado (Sl 51.5). Podemos testificar essa verdade empiricamente. Qual é o pai que ensina seu filho de dois anos a mentir? Mesmo assim, quando tal criança apronta alguma travessura, ela trata logo de mentir para se livrar da bronca. Quem ensina as crianças a serem desobedientes, egoístas, briguentas, pirracentas e rebeldes? Entretanto, naturalmente, essas mazelas aparecem livre e espontaneamente, cabendo aos pais educar tais crianças. Essas atitudes caracterizam a inclinação natural que o homem tem para o pecado.[69]

        Esta doutrina forma a base para a prática do batismo das crianças e para o conceito da Imaculada Conceição de Maria. Gary Fisher afirma

 As doutrinas que vêm desta ideia não são bíblicas. As crianças nunca foram batizadas, no Novo Testamento. Somente aquelas que pudessem crer e se arrepender eram pessoas preparadas para o batismo (Atos 2:38; 8:12: 18:8, etc.) A doutrina da Imaculada Conceição de Maria (que diz que, por milagre, ela nasceu sem a culpa do pecado de Adão) foi inventada para escapar da consequência, que Jesus nasceu culpado de pecado. Mas as Escrituras, em lugar nenhum, insinuam que o nascimento de Maria fosse de algum modo fora do comum. Jesus nasceu sem pecado porque todos os homens nascem sem pecado.[70]

        Ao contrario sensu, Gary Fisher, diz que a bíblia afirma que o pecado não se passa com a hereditariedade, in litteris,

A Bíblia ensina que o pecado não é hereditário. O pecado é uma violação da lei de Deus (1 João 3:4). O pecado é cometido, não é herdado. Ezequiel simplesmente diz que "o filho não levará a iniquidade do pai" (Ezequiel 18:20). A Bíblia ensina que as crianças são sem pecado e que, para entrar no reino de Cristo, temos que nos tornar como uma criancinha, de novo (Mateus 18:1-4; 19:13-15). Paulo falou de um tempo quando ele estava vivo, antes que o pecado entrasse em sua vida (Romanos 7:9). Moisés falou de crianças que não conheceram nem o bem nem o mal (Deuteronômio 1:39). Cristo nasceu de uma mulher e se tornou como seus irmãos em tudo, entretanto ele não foi maculado pela culpa do pecado. Se o pecado fosse hereditário, Jesus teria nascido um pecador (veja Hebreus 2:14-18; 4:15). Quando uma criança cresce, chega o tempo em que ela é atraída por seu próprios desejos, é tentada e peca (Tiago 1:14-15). Nesse tempo ela é culpada de pecado diante de Deus e necessita da salvação. Antes disto, as crianças são puras, sem pecado e seguras aos olhos de Deus[71].

CONCLUSÃO

 

            Esse trabalho nos relata a grande realidade das famílias numa sociedade em constante evolução de novos paradigmas. Como também as grandes dificuldades em que estamos á encontrar no aspecto da educação familiar para com a violência domestica, não só para as crianças, mas no tratar. Na questão e maneira de tratamento dos homens para com as mulheres no âmbito familiar e especialmente no campo do trabalho já que o conceito de família se evoluciona a cada dia.

            É através das revoluções que nos deparamos com certas dificuldades que muitas vezes não enxergarmos. Data vênia, a grande problemática entre a discussão de gênero (homem e mulher) pelo qual empregamos a diferenciação de homem e mulher através de cores e profissões.

            Além disso, existe a discussão teológica do poder patriarcal com o poder dever no âmbito da sociedade no aspecto civilista, moral e educacional.             Em tese, se dá o grande aumento da violência domestica pela falta de ensinamentos religiosos “falta de Deus”. No aspecto da educação religiosa como uma disciplina empregada na educação infantil. E Hoje, se vê a falta de solidariedade com o próximo diante da grande violência imperada pela consequência do ódio, rancor, raiva e o pecado capital.

            E o pecado. O que dizer do pecado? Analisando de forma teológica teremos três correntes que explicam a teoria perpetuada pelos filósofos da época Santo Agostinho e O Pelágio. A corrente reformada consiste que o pecado original é derivado do pecado de Adão e Eva. Apoiados nos ensinamentos bíblicos, da igreja reformada. De acordo com a teoria de Santo Agostinho ele defendia a teoria do Pecado Original por entender que o livre arbítrio é uma ajuda pelo qual Deus nos proporcionou a combater o mal. “Ao contrario sensu, o Pelágio  acreditava que o homem não podia deixar de pecar. Negando a existência de que o pecado é herdado e transmitido acreditando ser injusto da parte de Deus transferir a culpa para outrem. Segundo a doutrina pelagiana o homem pecava por socialização e não pela natureza corrompida. 

 

            Muitas vezes, o mercado é tão discriminativo que as mulheres, os mais velhos com grandes experiências são mais desfavorecidos de modo geral. Data vênia, a diferenciação de salários entre gêneros é bastante grande. Seria um fator da economia ou um fator de imperação marxista? Se formos responder essa pergunta no aspecto feminismo. A resposta seria sim. Mas se for respondermos de forma empírica. Não. Devido aos ensinamentos bíblicos e as grandes descobertas de interpretação bíblica de acordo com o tempo de cada sociedade. Se baseando em trechos bíblicos de que a mulher nasceu para submissão do homem. São diferentes interpretações bíblicas de acordo com a evolução da sociedade.

 

 

 

 

 

REFERÊNCIAS

 

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[1]PL 6583/2013 - Projetos de Lei e Outras Proposições - Câmara dos Deputados. Dispõe sobre o Estatuto das Famílias. Disponível em: < www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=597005>. Acessado em: 5 de Novembro de 2016.

[2]Sociedade Bíblica Católica Internacional e Paulus, Bíblia Sagrada, Edição Pastoral, São Paulo, 1990.

[3]Lima, Dinelcir de Souza.A origem e a naturalidade da família conforme a bíblia. Disponível em: < http://entendaabiblia.blogspot.com.br/2013/05/a-origem-e-naturalidade-da-familia.html>. Acessado no dia 04 de novembro de 2016.

 

[4] Idem.

[5] CARAMASCHI, Luiz. NOVAS PERSPECTIVAS FILOSOFICAS. Associação Filosófica “Luiz Caramaschi” PIRAJU-SP, pág. 76.

[6] Callegari, Jeanne. O que é um homem? O que é mulher? Disponível em: <https://papodehomem.com.br/o-que-e-um-homem-o-que-e-uma-mulher/>. Acessado em 09 de novembro de 2016.

 

[7] Idem.

[8] Jeane, 2012, passim.

[9] Ibidem.

[10] Idem.

[11] Paulus, 1990, passim.

[12] Padre Dilnecir, 2013, passim.

[13] Paulus, 1990, passim.

[14] Padre Dilnecir, 2013, passim.

[15]Lakatos, Eva Maria. Sociologia Geral. 7. Ed. Ver. Ampl. São Paulo: Atlas, 1990, pág. 171.

 

[16] Idem.

[17] Idem.

[18] Cf: Passageiro; coisa que dura pouco tempo, pouco duradouro.

[19] HOEBEL, R. Adamson, FROST, Everett L. Antropologia cultural e social. São Paulo: Cultrix, 1981.

[20] Idem, nota 19, pág 171,172 e 173.

[21] HOEBE, Frost, 1981 opus citatum LAKATOS, 1999, pág. 148.

[22] BUENO, Francisco da Silveira. Dicionário Escolar da Língua Portuguesa. 5ª ed. Ministério da Educação e Cultura. Pág. 1188.

[23]  Wikipédia, a enciclopédia livre. Sociedade. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Sociedade>. Acessado em 13 de abril de 2017.

[24] Idem.

[25] Ibidem.

[26] Idem.

[27] Idem.

[28] Idem nota 27.

[29] Lakatos, 1999, pág. 131.

[30] Ibidem nota 99

[31] Idem.

[32] MAUAD(2004) apud MARTINS, Christine Baccarat de Godoy Martins; JORGE, MARIA Helena Prado de Mello. Violência contra crianças e adolescentes: contexto e reflexões sob a ótica da saúde. Londrina, 2001, p.21.

[33] Palmada educa. Disponível em: . Acessado em 20 de junho de 2012.

[34] Guerra, Viviane Nogueira de Azevedo. Violência de Pais contra filhos: a tragédia revisitada. 7ª edição. São Paulo: Cortez, 2011, p.77.

[35] Idem nota 34.

[36] Opus citatum. Nota 2.

[37] Sociedade Bíblica Católica Internacional. Bíblia Sagrada. São Paulo: Paulus, 1990, p.836,844,848 e 850.

[38] BRETAS (1994), Ibidem, p.36.

[39]Lei das XII tábuas. Wikipédia, a enciclopédia livre. Disponível em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_das_Doze_T%C3%A1buas>. Acessado em: 20 de agosto de 2013.

[40] SCHERER(2000) apud MARTINS, Christine Baccarat De Godoy Martins; JORGE, MARIA Helena Prado De Mello. Violência contra crianças e adolescentes: contexto e reflexões sob a ótica da saúde. Londrina, 2001, p.36.

[41] Opus citatum, p.49, nota 24.

[42] Ibidem, p.52. CF: A igreja considerava as crianças como seres inocentes, mas, por outro, carregando sobre si o peso do Pecado original. Autorizando tratar com dureza as crianças para livra-las de sua iniquidade inerente.

[43] Cf: Deste ponto de vista, a história é feita pelos homens; para saber porque os homens fizeram o que fizeram há que se aprofundar nos motivos nem mais, nem menos....

[44] Ibidem,p.54.

[45] Opus citatum, p.55. nota 72.

[46] Ibidem, p. 58.

[47] Idem.

[48] Opus citatum, p.59. nota 76.

[49] Opus citatum, p.60. nota 79.

[50] Ibidem, p.62.

[51] Cf: Sua obra Étude médico-legale sur les sevices et mauvais traitements exercés sur des enfants.

[52] Opus citatum, p.63. nota 80.

[53] CF: Era Senador no tempo em que Napoleão III governava.

[54] Opus citatum, p.66. nota 83

[55] Ibidem, p.72.

[56]  Equilibrio e saúde: Palmada não educa, conclui analise de 20 anos de pesquisas. Disponível em: . Acessado em 20 de junho de 2012.

[57]Patrícia. Disciplina positiva: o método que procuro seguir na criação do meu filho. Disponível em: < http://conversandocombernardo.com/2013/07/11/disciplina-positiva-o-metodo-que-procuro-seguir-na-criacao-do-meu-filho/>. Acessado em 28 de outubro de 2013.

[58] Opus citatum. Nota 2.

[59] Idem.

[60] Educar sem violência. Disponível em:  http://toleranciaecontentamento.blogspot.com. br/2010_07_ 01_archive.html >. Acessado em 28 de outubro de 2013.

[61] Opus citatum. Nota 2.

[62] Sociedade Bíblica Católica Internacional e Paulus, Bíblia Sagrada, Edição Pastoral, São Paulo, 1990, pág. 15 e 16.

[63] Pastor Muller, Dadivas De Deus. Disponível em: < http://admd.no.comunidades.net/a-origem-do-pecado>. Acessado em 16 de Agosto de 2017.

[64] BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. Cultura Cristã, 2012, p. 227

[65] WILEY, Orton H. Introdução à teologia cristã. Casa Nazarena de publicações, 2009, pp. 187,188.

[66] MARINO, Bruce. Origem, natureza e consequências do pecado. In: HORTON, Stanley (Org.). Teologia Sistemática: uma perspectiva pentecostal. CPAD, 1996, pp. 269-271.

[67] Saber e fé. Doutrina do pecado. Disponível em:  http://www.saberefe.com/blog/o-que-e-pecado-original/. Acessado em 06 de setembro de 2017.

[68] CF: foi um austero monge e popular professor em Roma.

[69] Idem nota 67.

[70] Gary Fisher. As crianças nascem no pecado? Disponível em: <https://www.estudosdabiblia.net/bd26.htm>. Acessado em 06 de setembro de 2017. 

[71] Idem.

 

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