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Texto enviado ao JurisWay em 30/05/2014.
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Mais um Joaquim...
O significado do nome indica elevação, exaltação. Foi um dos nomes dos reis de Judá, levado a cativeiro pelo rei Nabucodonosor. No Brasil, o nome é comum. Ver-se em cada esquina, em cada vizinho, em cada rosto. Vários deles entraram para a historia da nação, e serão lembrados enquanto houver conhecimento, afinal o que dizer de Joaquim José da Silva Xavier (Tiradentes)? Homem que tombou para ajudar na construção de nosso país. Ou Joaquim do Amor Divino Rabelo Caneca (Frei Caneca), homem de inteligência viva e grande força moral que morreu por pensar diferente. Nos tempos atuais de incredulidade no ser humano, e precariedade dos princípios, um outro Joaquim encheu seu povo (sim, seu povo) de orgulho e fé. Joaquim Benedito Barbosa Gomes, ou simplesmente Joaquim Barbosa, mineiro humilde, da cidade de Paracatu, entrou para historia da nação, antes mesmo dela se encerrar. É como se um bom filme acabasse no meio, sem explicação. Foi assim, que alguns se sentiram com o anuncio da aposentadoria precoce do magistrado. Uma decisão inesperada sim, mas não sem motivos. Comentários acerca da personalidade do Ministro inundam os meios de comunicação, um advogado de um réu condenado no famigerado processo do "mensalão", no ápice da insanidade de explicar o inexplicável, adjetiva Joaquim de "mau juiz e autoritário". Porém, a grande maioria, elogia a figura Ministro. Contudo, tais elogios vêm de personalidades importantes, sejam da política, sejam do judiciário. E o povo? O que acha? Bem, o povo eu não sei, mas eu, simples cidadão brasileiro, cravo, que Joaquim Barbosa, é exemplo para um povo sofredor, que é atacado cotidianamente por aqueles que deviam dele cuidar. A vulnerabilidade dos homens e mulheres de bem, é um fato triste e desesperador. Vivemos numa rés-publica que não é nossa. E por ocasião desse verdadeiro abandono do qual somos vítimas, é de lavar a alma de qualquer brasileiro, quando nossos algozes, são levados as barras da justiça, a qual há muito tempo não é para todos. Mas, dessa vez algo foi diferente, ou melhor, alguém foi diferente. Um homem, negro de origem pobre, que sem sistemas de cotas, chegou a mais alta corte do país, fez a diferença. Nos fez sentir orgulho de um judiciário desacreditado. O sentimento de vingança não é nosso, mas a justiça sim! Temos sede, e Joaquim Barbosa nos ofereceu um cálice dela. Sobre o brilhantismo jurídico, nem me cabe comentar, engatinho nos estudos da ciência jurídica, mas sei que o notável saber deste homem foi imprescindível para o êxito, volto a dizer, do povo. Cada voto dele proferido, foi cuidadosamente analisado pela figura sintomática do "revisor', o qual buscou falhas, mínimas, mas teve seu intento frustrado pela competência do eminente Relator. Quando houve o julgamento do crime de quadrilha, no qual decidiu-se que "mensalão", não é quadrilha, Joaquim, disse com a voz embargada, que aquela tarde era triste para o STF. Pois bem, ouso dissentir, pois aquela tarde foi triste não só para o Supremo, mas sim para todo o Brasil. E no momento de felicíssima sabedoria, Joaquim entendeu que o jogo era desleal, e denunciou o que está prestes a acontecer no país, doravante, com o aval daquela corte. Joaquim Barbosa, não se acovardou, e não quis fazer parte mais da já denominada por ele "maioria de circunstância" que foi formada no Supremo. Foi um ato de coragem. Leônidas, tinha 300 para lutar ao seu lado. Joaquim, tem um ou dois. Muito se criticou sobre o temperamento dele, sobre o qual, só tenho a comunhão com pensamento de Edmund Burke, que bradou "...para que o mal triunfe, basta que os bons não façam nada". Ele fez, e fez muito. Joaquim não desistiu, ele cansou. Sai com o gosto amargo, ao ver prosperar atos tão nefastos para o nosso país, todavia, deverá sair de cabeça erguida, e cheio de honra, assim como Rui Barbosa. Que Deus o abençoe e que sua aposentadoria seja apenas um rito de passagem e seja bem vindo a Historia do seu país. Muito obrigado!
Breno Sampaio Nunes - Cidadão brasileiro.
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