Se remédio não for comprado neste prazo, paciente deverá ir ao médico de novo
Rio - As receitas médicas que deverão ser usadas para a compra de antibióticos terão validade de apenas 10 dias, segundo as novas regras da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para conter o uso abusivo deste tipo de medicamento. As normas entram em vigor daqui a cerca de um mês (30 dias após a publicação em Diário Oficial, que estava prevista para hoje). Prescrições emitidas antes do início da aplicação das regras valerão por 30 dias.
Receitas serão emitidas pelo médico em duas vias: a primeira ficará com a farmácia e a segunda, carimbada, com o paciente. O sistema é o mesmo usado na venda de remédios de tarja preta, como antipressivos. Embora a tarja continue vermelha, antibióticos ganharão na embalagem a inscrição “Venda sob prescrição médica - Só pode ser vendido com retenção da receita”. As medidas serão válidas para as mais de 90 substâncias antimicrobianas com registro no País. Porém, amoxicilina, azitromicina, cefalexina e sulfametoxazol terão regras mais rígidas. Além da receita, a venda delas será registrada no SNGPC (Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados), que registra toda transação de remédios controlados no País.
Sobre a adaptação das farmácias e drogarias, a Anvisa informou que estas terão 30 dias. Todas deverão estar cadastradas no SNGPC e terão 180 dias para fazer a adesão.
Casos em Minas Gerais
As medidas entram em vigor para tentar conter a bactéria KPC, que segundo o Ministério da Saúde se tornou resistente devido ao uso indisciminado de antibióticos pela população. Já há casos em estados como Paraíba, Espírito Santo, Paraná, São Paulo, Goiás e Santa Catarina, além do Distrito Federal. De acordo com a Anvisa, Minas Gerais teve 12 casos entre julho de 2009 e julho deste ano. Entretanto, a Secretaria de Saúde do Estado nega o registro.
Álcool em gel em hospitais em 60 dias
Outra resolução da Anvisa foi publicada ontem no D.O. visando a segurança contra a KPC e outras bactérias resistentes. O órgão tornou obrigatório o uso e a instalação de disponibilizadores de álcool líquido, ou em gel, nos hospitais públicos e particulares do País. As instituições têm 60 dias para implementar a medida.
A Anvisa recomenda ainda, em nota técnica divulgada na segunda-feira, o isolamento de pacientes com tais bactérias pouco frequentes. O documento orienta hospitais a avaliarem a necessidade de designar material e profissionais exclusivamente para os infectados.