JurisWay - Sistema Educacional Online
 
 
Cursos
Certificados
Concursos
OAB
ENEM
Vídeos
Modelos
Perguntas
Notícias
Fale Conosco
 
Email
Senha
powered by
Google  
 
 Defesa do Consumidor
 

Presidente diz que foi 'à televisão pedir para o povo comprar' e países devem fazer o mesmo

Fonte: Jornal do Comércio 12/11/2010

Texto enviado ao JurisWay em 12/11/2010.

indique está página a um amigo Indique aos amigos



O modelo de estímulo ao consumo do Brasil deve ser seguido por outros países para garantir que o mundo saia de vez da crise, disse nesta quinta-feira o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Seul, no primeiro dia da cúpula do G-20. Num momento em que a grande preocupação da economia global é a demanda enfraquecida no mundo rico, e em que os países tentam se aproveitar do consumo alheio para aumentar suas exportações, Lula lembrou que o Brasil saiu da crise estimulando a economia interna.

“Eu fui à televisão pedir para o povo comprar e disse que, se não comprasse, aí sim iria perder o emprego e a economia ia ficar ruim. O povo foi ao consumo, nós colocamos dinheiro para crédito - é isso que queremos que os outros países façam”, afirmou Lula.

Para ele, o Brasil tem como cartão de visitas o fato de ter feito “aquilo que entendíamos que todo mundo deveria fazer”. O presidente acrescentou que, além do consumo popular, a demanda também cresceu por conta de maiores investimentos e aquisição de bens de capital pelas empresas. Lula lembrou ainda que o Brasil gerou 2,2 milhões de empregos formais até setembro, e que atingiu o menor nível de desemprego da série histórica. “Se todos os países tiverem a mesma postura que tiveram o Brasil e outros países emergentes, todo mundo volta a comprar e todo mundo volta a vender, e aí você volta a ter um equilíbrio na balança comercial”, acrescentou o presidente.

O grande problema, para ele, é a persistência do desequilíbrio de crescimento entre os países ricos e os emergentes dinâmicos - referência principalmente a China, Índia e Brasil. Enquanto estes se recuperaram rapidamente, os países avançados não saíram propriamente da crise, segundo Lula, e se mantêm com fraqueza na demanda e no investimento. Com a falta de mercados, há uma tentativa generalizada de desvalorizar as moedas, para aumentar vendas pela exportação. “A partir disso, temos algum conflito a ser administrado pelo G-20”, afirmou o presidente Lula.

Ele disse ainda desconfiar que os Estados Unidos têm o seu maior superávit comercial bilateral com o Brasil. “O presidente Obama tem que saber disso, que o maior superávit dele no mundo é com o Brasil; o que nós queremos é reciprocidade, que passe a comprar um pouco mais para que haja um equilíbrio na balança comercial de todos os países.”

No seu discurso no jantar de trabalho com os demais chefes de Estado do G-20, liderado pelo presidente sul-coreano Lee Myung-bak, Lula disse que “no Brasil a elevação do consumo e do padrão de vida de populações antes marginalizadas, além de ser um imperativo moral, produziu benefícios econômicos concretos para toda a sociedade”.

Lula disse concordar com o diagnóstico de muitos especialistas, pelo qual a economia global tem um problema basicamente de demanda. Para ele, o mundo vai à falência se os países ricos tiveram falta de consumo e todos tentarem exportar. Ele vê também contradições nas posições atuais dos principais países. Nos Estados Unidos, entre a necessidade de ampliar consumo para ajudar na recuperação global e “a visão do governo de que o povo não vai voltar a consumir se endividando como fazia antigamente, o que levou à crise do subprime”. Na Europa, a contradição reside em os países quererem ganhar com exportações, com cada um tentando conter o seu consumo.

Lula, durante o seu discurso, disse que o impacto da consolidação fiscal dos países ricos pode ser muito negativo para o resto do mundo. “Há espaço para estímulo fiscal em países importantes”, disse o presidente.

Nações precisam retomar espírito de cooperação que marcou início da cúpula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse aos líderes do G-20 que eles precisam recuperar o espírito de cooperação e solidariedade que existia em sua primeira reunião, há dois anos, em um reconhecimento tácito de que as divergências internas ameaçam a coesão do grupo. “Quando nos reunimos há dois anos em Washington, enfrentávamos a maior crise do capitalismo desde 1929. Naquela ocasião, transmitimos ao mundo determinação e firmeza. Precisamos recuperar o espírito de cooperação e solidariedade daquele G-20”, declarou o brasileiro no discurso que proferiu durante jantar com presidentes e primeiros-ministros do grupo em Seul.

Lula defendeu que os líderes das 20 maiores economias globais deem prioridade ao debate da guerra cambial, que se manifesta em uma corrida de desvalorizações de moedas por países que tentam estimular seu crescimento pela ampliação de sua fatia no comércio mundial. “Essa guerra exacerbará a crise sem produzir vencedores. Só haverá perdedores”, disse Lula, que se sentou ao lado do presidente da China, Hu Jintao.
Na negociação que antecedeu ao encontro de líderes, o Brasil pressionou para que o comunicado que será assinado nesta sexta-feira contemple a restrição da entrada de recursos externos por países que sofrem valorizações excessivas de suas moedas - um eufemismo para controle de capitais.

O presidente disse ser inevitável a discussão sobre a redução do peso do dólar como moeda nas transações internacionais e como reserva de valor, proposta pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, na quarta-feira. A sugestão prevê a utilização dos Direitos Especiais de Saque do Fundo Monetária Internacional (FMI) como reserva de valor. “O dólar não pode mais continuar sendo a única moeda de referência se ele é feito por um único país.”

Para conferir notícia na integra Clique Aqui





Importante:
1 - Todos os artigos podem ser citados na íntegra ou parcialmente, desde que seja citada a fonte, no caso o site www.jurisway.org.br.

indique está página a um amigo Indique aos amigos

 
Copyright (c) 2006-2024. JurisWay - Todos os direitos reservados