Botijão de gás sobe 3% no Rio, mas já está acima do máximo encontrado em pesquisa da ANP 22/10/2013
A possível especulação de preços do botijão de gás de cozinha, alertada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) na semana passada, parece não ter chegado ao Rio, mas, ainda assim, o consumidor precisa ficar atento. Segundo dados de uma pesquisa mensal feita pela ANP, o valor médio do botijão de 13 quilos de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) subiu apenas 3% no Estado do Rio e 1,9% na capital, desde agosto. Por outro lado, num levantamento feito pelo EXTRA em dez revendedoras do Rio, o preço do produto está igual ou acima do valor máximo de R$ 47, encontrado no levantamento da ANP (veja tabela abaixo).
Além do inverno prolongado, a parada técnica para manutenção de equipamentos da Refinaria Henrique Lage (Revap), em São José dos Campos (SP), que começou no dia 19 de setembro e causou deficiências na distribuição em alguns lugares do país, também motivou o alerta de especulação, feito pela agência.
Segundo o presidente da Associação Brasileira das Revendedoras de Gás LP (Abragas), José Luís Rocha, a falta de gás atingiu mais os estados do Sul do país. Ainda assim, a associação não soube de preços abusivos. A alta na região é confirmada pelo levantamento de preços da ANP. Segundo a pesquisa, em junho o preço máximo do botijão no Paraná era R$ 50. Este mês, subiu para R$ 55, um aumento de 10%. No Rio Grande do Sul, o valor máximo se manteve estável, mas o mínimo passou de R$ 31 para R$ 33.
— O estoque (no Sul) está quase 100% normalizado. Mas o consumidor não está sem o produto, só o revendedor — explicou Rocha.
Distribuidoras reajustaram gás em 12%
Segundo o presidente da Associação Brasileira das Revendedoras de Gás LP (Abragas) José Luís Rocha, o reajuste que houve este ano foi das distribuidoras para as empresas de revenda — o que aconteceria todo mês de setembro. No Rio, o percentual chegou a 12%, que, no entanto, podem ser repassados integralmente ou não aos consumidores.
— Esse reajuste ocorre mais devido ao aumento dos salários e do custo operacional, como gastos com combustível para a entrega — explicou Rocha.
Procurada, a Petrobras afirmou que o último reajuste da refinaria para as distribuidoras ocorreu em dezembro de 2002, quando o preço aumentou em 7,7%. Os reajustes feitos pelas distribuidoras e revendedoras não são de competência da estatal, já que obedecem à lei de livre mercado.
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) informou que distribuidoras e revendedoras têm liberdade para estabelecer os preços. No entanto, qualquer valor abusivo pode ser denunciado pelo consumidor por meio do telefone 0800-970-0267 e analisado pela ANP.
Greve preocupa
Segundo a Abragas, o que mais preocupa o setor, agora, é a greve nacional dos petroleiros, que reivindicam aumento salarial de 16,53%.
— Não sabemos como a greve vai afetar o abastecimento do setor. Por ser um produto de muita necessidade, a gente aposta no bom senso (dos grevistas) — disse José Luís Rocha.
Fonte: Extra - online