Dia das crianças: poupar para comprar os brinquedos é a melhor opção para enfrentar a inflação 15/7/2013

Carolina e João Pedro Carvalhosa vão guardar R$ 5 por semana para gastarem com os brinquedos Foto: Rafaella Barros / Extra
A inflação não está para brincadeira. Apesar disso, o comércio de brinquedos no país prevê alta de 12% nas vendas para o Dia das Crianças deste ano em relação a 2012. Para mostrar que é possível atender aos pedidos da criançada sem enrolar o orçamento, o EXTRA convidou uma família para, nos próximos três meses, guardar o dinheiro dos presentes para comprá-los à vista.
O representante comercial André Carvalhosa, de 42 anos, e a fotógrafa Marcella Carvalhosa, de 37, acompanharam os filhos Carolina, de 6 anos, e João Pedro, de 11, na escolha dos brinquedos na loja Ri-Happy, em Niterói. Para não comprometer o orçamento, os pais determinaram a quantia de R$ 5, que será entregue semanalmente a cada um deles para a compra dos presentes. Ao final das próximas 14 semanas, cada um terá R$ 70.
Como os pais já têm o hábito de poupar, André e Marcella ainda decidiram dar uma mãozinha aos filhos. Carol escolheu um presente de R$ 49,99, dentro do valor estipulado, mas o irmão optou por um jogo que custa R$ 152,99. A solução foi usar a pequena poupança que eles têm para completar o valor.
— A gente tem um cofre com muitas moedas, que já somam cerca de R$ 217. De um modo geral, os preços dos brinquedos no nosso país são altos. E é exatamente devido a isso que as lojas oferecem as opções de crédito, que nem sempre são a melhor forma de comprar. Mas, como a minha renda e a da minha esposa são variáveis, a gente evita parcelar as compras para não comprometer o orçamento. Só costumamos parcelar móveis e eletrodomésticos — contou André.
Carolina e João Pedro sabem que a economia é assunto sério. O menino já fez até um curso de educação financeira infantil na igreja que a família frequenta.
— Vamos dar o dinheiro para eles mesmos guardarem — disse Marcella.
Segundo o educador financeiro Reinaldo Domingos, autor da coleção “O menino e o dinheiro”, da editora Dsop, os pais estão mostrando a importância de esperar para comprar, tornando os filhos menos ansiosos. Domingos destaca, no entanto, que uma alternativa ainda melhor seria depositar o dinheiro na poupança. O educador explica as consequências de parcelar as compras do Dia das Crianças:
— A primeira parcela cairá em novembro, o que comprometerá muito as compras de Natal, que, com certeza, também serão parcelas, fazendo a família começar o próximo ano com dívidas.
Em outubro, o EXTRA vai acompanhar a família Carvalhosa nas compras e ver o quanto ela vai conseguir economizar ao evitar o parcelamento e pedir desconto na compra à vista.
Brinquedos subiram mais que a inflação, segundo o IBGE
Os preços dos brinquedos no Brasil subiram 7,48% em 2012, acima dos 5,84% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No estado do Rio, a alta foi ainda maior: 11,45% contra 7,34% do IPCA. Este ano, no entanto, o cenário tem estado favorável para presentear a criançada: os brinquedos acumulam deflação de 0,84% no país e de de 4,82% no Rio até junho.
Mas os dados do IBGE são contestados por Synésio da Costa, presidente da Associação dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), já que o instituto leva em conta video-games e outros produtos eletrônicos, que não são considerados brinquedos pela Associação.
Mas, segundo dados obtidos pela própria Associação em uma pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), da Universidade de São Paulo, no ano passado os brinquedos ficaram 5,48% mais caros no país, o equivalente a 93,8% do IPCA.
Fonte: Extra - online