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 Defesa do Consumidor
 

Funcionais: alimentos que prometem evitar doenças nem sempre protegem a saúde

Fonte: Portal do Jornal O Globo 1/6/2010

Texto enviado ao JurisWay em 01/06/2010.

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RIO - Vendidos como a solução para os mais diversos problemas, inclusive prevenção de câncer, nem todos os alimentos que se apresentam como funcionais cumprem o que prometem. Para não comprar gato por lebre, é preciso ler atentamente o rótulo e consultar um especialista. Caso contrário, em vez de um alimento com função protetora, o consumidor terá reações indesejáveis e problemas mais sérios do que aqueles que tentou evitar. Uma escolha errada pode até prejudicar a absorção de vitaminas e minerais.

A falta de informação sobre os alimentos funcionais é o maior problema. Às vezes as pessoas nem sabem quanto precisam consumir, diz a nutricionista Ana Beatriz Rique, responsável pela nutrição e reeducação alimentar na Clínica Ivo Pitanguy e chefe do Serviço de Nutrição da 38ª enfermaria da Santa Casa de Misericórdia do Rio. O melhor, afirma, é optar pelos naturais. Isso porque só há dois produtos que ela considera eficientes: os probióticos (contêm bactérias benéficas ao organismo) e os fitoesteróis. E só valem se forem registrados como funcionais na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

- Os probióticos, como leites fermentados e iogurtes, auxiliam no reforço do sistema imunológico, equilibram a flora intestinal e o controle do colesterol e os triglicerídeos. E fica difícil uma pessoa conseguir a mesma proteção apenas tomando uma coalhada preparada em casa, por exemplo. Então, nesse caso, vale a pena comprar o produto industrializado - afirma.

Mesmo assim, explica Bia, os iogurtes e leites probióticos só fazem efeito por um dia. E, portanto, precisam ser tomados diariamente, quando necessários. A outra boa opção são os fitoesterois, o colesterol das plantas. Em muitos países, como Estados Unidos, são adicionados a margarinas, sucos, iogurtes e barra de cereais.

- Os fitoesterois, assim como o favo de aveia, não substituem o remédio, mas ajudam a reduzir o colesterol - diz Bia. - Já o leite com ácido ômega 3, por exemplo, não faz qualquer diferença. A quantidade desse nutriente é tão baixa que é melhor comer uma boa quantidade de linhaça todos os dias.

Abuso de fibras piora a prisão de ventre

O mesmo vale para as barras de cereais. Além da pouca quantidade de fibras, algumas têm açúcar. Outro que pode levar o consumidor ao erro é o pão integral. Muitos não são totalmente integrais, como mostraram algumas análises. Assim não pode ser chamado de funcional. E daí a importância de ler o rótulo com atenção.

Há uma tendência de crescimento na produção de alimentos funcionais em todo o mundo. Nos Estados Unidos, o órgão que controla drogas e alimentos, o FDA, não reconhece essa categoria, mas outras instituições sim, como o International Food Information Council Foundation (Ific) e a American Dietetic Association. Elas orientam o consumidor americano e cobram maior transparência da indústria.

- É preciso criar leis para tornar as regras mais claras e informar melhor - diz Bia. - A maioria das pessoas não sabe o que é alimento funcional e acha que pode comer o quanto puder e quando quiser. Quantidade e regularidade são dois aspectos muito importantes quando se fala de benefícios nutricionais, especialmente em se tratando dos funcionais.

A nutricionista Carolina Ribeiro, integrante do Institute for Functional Medicine, nos Estados Unidos, concorda. Ela cita como exemplo o ácido ômega 3, encontrado principalmente no óleo de peixes como salmão e sardinha.

- Muitas vezes não se sabe a procedência do peixe, se está contaminado com mercúrio e se o óleo está oxidado - alerta Carolina.

Ela acrescenta que os alimentos funcionais são bons para promover a saúde, mas não se aplicam a todos os casos. O chá verde, por exemplo, é excelente e contém catequinas, substância protetora contra câncer e que ajuda a controlar o colesterol. Mas o chá contém cafeína, o que pode ser ruim para pessoas que sofrem de pressão alta, lembra a nutricionista. E tem gente que bebe três ou mais xícaras ao dia:

- Outro produto muito consumido hoje é a "ração humana", que não passa de uma mistura de grãos e fibras. Se a pessoa não bebe líquido o suficiente, isso vai formar um bolo viscoso no intestino e piorar a prisão de ventre. As fibras são um ótimo alimento, mas o seu abuso dificulta a absorção de nutrientes. E o suco de uva e o vinho, ricos em revestratrol, um potente antioxidante, podem ter um alto teor de açúcar.

Mesmo probióticos têm restrições, diz Carolina. Eles não devem ser consumidos por pessoas com intolerância à lactose, uma proteína do leite. Isso pode causar prisão de ventre e diarreia. Assim como o azeite em excesso retarda a digestão. Outra dica é consumir vitaminas solúveis em gordura, como A, D, E e K, nas refeições. Desta forma elas são mais bem aproveitadas.

- Essa dica vale para o ômega 3, para evitar o refluxo de gosto de peixe - ensina a nutricionista.





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