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Todos os dias somos apanhados de surpresa por trágicas notícias de mortes geradas, sobretudo, pela violência, pela intolerância, pela intransigência, pela falta de respeito ao próximo e pela falta de humanidade.
Todos os dias são anunciados verdadeiros dramas, que ao invés de serem apenas obras de ficção imaginadas por autores de novelas, fazem parte da nossa realidade, e que, a cada dia estão mais próximos de nossas portas, de nossas famílias e de nossas vidas. São inúmeros pais, mães e filhos que são arrancados do seio familiar pela violência, instaurando um verdadeiro caos no país que é, paradoxalmente, conhecido como o país do futebol e do carnaval cujas pessoas são tidas como alegres e cordiais.
Todos os dias também assistimos perplexos aos escândalos de corrupção que, infelizmente, são denunciados pela mídia com grande freqüência. E o pior, todos os dias, constatamos: nada acontece! Todos sabem muito bem quem são os corruptos, o que eles fizeram e a lei não é cumprida. O Estado não pune esses bandidos. Tudo acaba em “pizza”, como se costumou dizer.
O Estado, que foi concebido para proteger e organizar a convivência humana, acabou se corrompendo, e a população ficou desguarnecida de qualquer forma de amparo. O povo não tem onde se apoiar, ficando à mercê da própria sorte, assistindo a destruição de seu país que teria recursos suficientes para que o Estado desempenhasse, com a devida eficiência, o seu papel, fornecendo à população melhores condições de vida, saúde, educação e cultura, conforme dispõe a própria Constituição da República Federativa do Brasil.
Mas infelizmente as normas constitucionais tornaram-se letra morta perante a realidade, que se impõe implacável aos olhos. Há um “sistema” que contribui para a violência, para a corrupção e para o “jeitinho brasileiro” já formado e consolidado no seio da sociedade; e ele ocupa todos os lugares, sem dar chances àqueles que entram para determinada instituição, e acreditam que podem fazer algo para se mudar o quadro que hoje nos deparamos. É assim o que vemos no cenário político e nas grandes corporações, que deveriam dar o exemplo à população, mas que de onde, infelizmente, são denunciados os maiores absurdos.
O sistema só trabalha para alimentar o próprio sistema, e pouco se importa com os malefícios trazidos para a sociedade. Se cada um conseguir tirar vantagem maior para si e para os seus, mais aperfeiçoado estará o sistema, que se renova e fortalece a cada dia, de geração a geração. E é nesse equilíbrio tão sensível e tão instável que se vive nos grandes centros metropolitanos.
O grande problema é que a pobreza, a falta de oportunidades, o desemprego e má distribuição de renda que se instaurou no Brasil contribui para que os fracos escolham o caminho mais fácil, onde se consegue dinheiro fácil por meio de atividades ilícitas, como por exemplo o tráfico de drogas, responsável pelas estatísticas de mortes que já conhecemos. As armas que são usadas em guerras em outros países, no Brasil, estão nas mãos dos traficantes e são utilizadas no crime organizado, contra a polícia e a contra a própria população.
Mas é um evidente equívoco acreditar que problema de tudo se resume nas favelas dominadas pelo tráfico de drogas. Um corrupto que teve todas as oportunidades na vida e teve condições de escolher o caminho a seguir nenhuma diferença tem para outro indivíduo pobre que nasceu na favela e acabou se tornando traficante, por falta de qualquer outra chance na vida. Em ambos os casos, esses dois personagens da vida real têm o mesmo grau de culpa pelo débito social vivenciado no Brasil atualmente.
Mas o mais curioso e assustador, nesses casos, é a reação da população, que parece ter perdido a capacidade de se indignar e de se revoltar com os fatos. O noticiário, sem a menor cerimônia, divulga diariamente, mortes, assaltos, golpes, corrupção e cada informação transforma-se apenas em mera estatística. Perdemos até mesmo a noção do valor da vida humana e não nos assustamos com mais nada. Apenas lamentamos, baixamos as cabeças, seguimos em frente e nada fazemos.
Não podemos deixar que “sistema” nos aprisione. É hora de dar um basta; aliás, já passou do momento da população reagir, e demonstrar, com a mesma paixão com que torcemos para a nossa seleção na Copa do Mundo, que queremos e podemos salvar o Brasil desta triste realidade com a qual nos deparamos.
A grande dificuldade é que o senso do que é certo e errado se tornou relativo, dependendo da conveniência, e assim, de uma forma ou de outra, todos acabam participando e fortalecendo o “sistema”. Mesmo quando se trata de falsa carteirinha de estudante para ganhar descontos em cinemas, ou
falsos certificados de cursos de legislação de trânsito conseguidos em cada esquina, que a princípio, não causam maiores conseqüências sociais, estes atos prejudicam o funcionamento das instituições e mantém o “sistema”. Se cada um for conivente com estas práticas, estará se beneficiando do esquema e diminuindo a pequena chance do Brasil se livrar deste mal.
Como já estudado pela física, a cada ação corresponde uma reação igual e contrária; assim, a esperança está em cada um de nós, em nossos pequenos atos cotidianos, que de alguma forma visem destruir o “sistema”.
A população, que hoje assiste inerte as repercussões dos maiores absurdos, deveria fazer cumprir a lei, nem que para isso, sejam necessárias medidas mais radicais como movimentos organizados de toda a massa para derrubar e prender os corruptos existentes no Poder Legislativo, Executivo e Judiciário, para a resolução dos problemas aéreos, para um basta na violência e principalmente contra a impunidade, que dá aos que transgridem a lei, a certeza de que nunca serão pegos.
Vamos sair do anonimato e nos manifestar enquanto ainda há tempo, e enquanto ainda há pessoas sérias que acreditam que é possível reverter a situação atual, pois daqui a pouco, o Brasil estará completamente contaminado, não restando sequer uma réstia de esperança para o futuro das próximas gerações.
Vamos trazer a paz de volta às nossas vidas, e lembrar de um tempo em que o respeito, a honestidade, a honra e a dignidade eram palavras que faziam parte do cotidiano de todas as pessoas, principalmente das grandes autoridades que representavam o povo, e tinham o dever de zelar pelo bem coletivo.
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