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FORÇA DE PACIFICAÇÃO FEDERAL TAMBÉM DEVE AGIR EM VILA VELHA
Texto enviado ao JurisWay em 09/04/2014.
FORÇA DE PACIFICAÇÃO FEDERAL TAMBÉM DEVE AGIR EM VILA VELHA
Por Carlos Eduardo Rios do Amaral
A recente morte dos três adolescentes fuzilados com mais 50 tiros de escopeta no Bairro Jardim Garanhuns, em Vila Velha, deixa evidente uma constatação, qual seja, o poderio e organização do tráfico de drogas na região não vem diminuindo. Ao contrário, o Poder Público estadual, apesar da dedicação e heroísmo de seus Agentes, não conseguem detê-lo. A cada dia, mais crianças e adolescentes de Bairros carentes de Vila Velha vêm sendo recrutados para exercer alguma atividade associada ao tráfico.
No Estado do Rio de Janeiro, tropas do Exército e da Marinha se fazem presentes no Conjunto de Favelas da Maré, na Zona Norte do Rio. Essa operação conta com 2.050 homens da Brigada de Infantaria Paraquedista do Exército, 450 da Marinha, 200 da Polícia Militar e uma equipe avançada da 21ª DP (Bonsucesso). A Aeronáutica auxiliará as operações, caso seja necessário. A população local fluminense, há anos aterrorizada, festeja a iniciativa do Governo Federal de promover a pacificação da região, com o enfrentamento de traficantes armados até os dentes.
Enquanto isso, no Município de Vila Velha, a situação vai de mal a pior. Bairros inteiros deste Município canela-verde são dominados pelo tráfico de drogas, chacinas e trocas de tiros entre gangues rivais pela disputa de bocas-de-fumo, toques de recolher, mortes por balas perdidas, entre outras infelicidades são sentidas pela população amedrontada. A participação de menores no tráfico muitas vezes é bancada sem a interveniência de adultos. Já se foi o tempo em que por detrás de crianças e adolescentes sempre havia maiores na liderança. Meninos e meninas de 14, 15 anos já são temidos chefões do tráfico de Vila Velha, ordenando execuções de seus rivais da mesma idade.
A situação é calamitosa, reclama idêntica ação com o que acontece no Estado do Rio de Janeiro. Deve as Forças Armadas resgatar a paz e sossego nas comunidades carentes de Vila Velha há anos reféns do tráfico de drogas. É inadmissível que tantas crianças e adolescentes continuem sendo dia-a-dia recrutadas por traficantes, para acabarem sendo assassinados antes de completarem a maioridade. Chegar aos 20 anos de idade para esses meninos é algo extraordinário, algo quase que impossível. Meninas e moças também já perderam a inocência e timidez para carregarem consigo pistolas e revólveres na cintura pelas ruas.
O Governo Federal deve ouvir o desespero de muitas mães e famílias que choram, todos os dias, pelos seus filhos mortos a tiros nas ruas de Vila Velha. O derramamento de sangue deve cessar nas comunidades carentes deste Município. Não é mais possível se assistir passivamente às chacinas e fuzilamentos diários que acontecem à luz do dia em Vila Velha. Crianças e adolescentes devem trocar suas armas de fogo e cargas de drogas por lápis e cadernos. Até quando vamos esperar pelo pior? Exército, Marinha e Aeronáutica, juntamente com nossos heróis Policiais Militares e Civis, devem erradicar a maciça presença de poderosos traficantes e inexpugnáveis bocas-de-fumo no Município de Vila Velha, pondo fim a essa era de terror.
Vila Velha também precisa de paz.
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Carlos Eduardo Rios do Amaral é Defensor Público Estadual Titular da Infância e da Juventude de Vila Velha
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