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Mestrado em Direito 1
Dicas de como se preparar - Prof. Túlio Vianna
Desenvolvimento Acadêmico

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Veja também:

Fazer um Mestrado em Direito é prioridade para você?


O Prof. Túlio Vianna (do Programa de Pós-graduação em Direito da UFMG) tira várias dúvidas comuns dos candidatos e dá dicas de como ingressar no Mestrado em Direito.

Neste vídeo, serão tratados os seguintes tópicos:

1 - Como entrar no mestrado em Direito? Tem macete?

2 - O que é mestrado? Para que serve o mestrado? E o doutorado?

3 - Eu me formei em uma faculdade fraca, pequena, desconhecida... Mesmo assim ainda tenho chances de obter uma vaga no mestrado?

4 - É preciso conhecer alguém da banca para conseguir uma vaga no mestrado? Tem peixada na seleção do mestrado?

5 - Devo fazer contato com o orientador antes de tentar a vaga de mestrado?

6 - Como enquadrar o meu projeto de mestrado para ele ter mais chances de ser aprovado?

7 - Como fazer a escolha do orientador do mestrado?

8 - O estudo simultâneo para concursos públicos ajuda ou atrapalha na prova do mestrado?

9 - O Currículo Lates é indispensável para conseguir a vaga no mestrado? Como demonstrar o perfil acadêmico necessário ao mestrado?

10 - Se eu for reprovado numa prova do mestrado, devo continuar tentando?

Para ir diretamente a uma parte do vídeo, clique nos tópicos junto ao vídeo.

Veja também, abaixo do vídeo, a transcrição completa.

||video||

Transcrição do Vídeo

1 – Como entrar no mestrado em Direito? Tem macete?

Olá pessoal.

Hoje eu quero conversar com vocês sobre os mestrados em Direito.

Muita gente me escreve perguntando: 

- Ô Túlio, é difícil entrar no mestrado? 

- O que que eu preciso fazer para entrar no mestrado em Direito?

Então eu vou tentar esclarecer pelo menos aqui algumas das principais dúvidas que surgem em todos os mestrados em Direito, dizendo logo desde já que eu não vou dar macete de nada, porque a questão não é macete. 

A questão é a pessoa levar a sério, querer se preparar e, antes de tudo, se dedicar a estudar pro mestrado.

Bom, é... Mas vamos tentar pegar aqui as principais dúvidas em relação ao mestrado em Direito.

 

2 – O que é mestrado? Para que serve o mestrado? E o doutorado?

A primeira dúvida, eu acho que é bastante comum em muita gente, é se o mestrado... O que é o mestrado? Não é? Pra que diabos serve um mestrado em Direito?

Bom, o mestrado, ao contrário das especializações, que têm um foco mais profissional, que têm um foco em te preparar pro mercado de trabalho, seja na advocacia, seja no ministério público ou na magistratura ou para delegado de polícia, ou seja, uma atividade profissional, o mestrado, ele busca formar professores para o curso de Direito.

Então, na formação do mestrado, a preocupação é fundamentalmente teórica, ao contrário dos cursos de especialização, que na maioria das vezes tem um foco prático.

Então, se o seu objetivo não é dar aula de Direito, se você não gosta de dar aula, se você não se vê na condição de professor, não faça mestrado, porque você está perdendo seu tempo, né?

Decididamente o foco do mestrado é na formação de professores.

Você fazer um mestrado em Direito para simplesmente se “aperfeiçoar” me parece um péssimo negócio.

Você vai investir muito sendo que você poderia fazer uma especialização e ser um ótimo profissional somente como boa especialização.

Não qualquer especialização evidentemente, que a gente sabe que existem muitas especializações caça níqueis por aí. 

Mas uma boa especialização, certamente, pro mercado de trabalho, vai ser mais interessante do que o mestrado.

Agora, se o seu objetivo é ser professor do curso de Direito, aí sim o mestrado é a opção mais recomendada para você, até depois você fazer um doutorado, que tem um perfil um pouco diferente, porque o doutorado visa a formação de pesquisadores.

A ideia do doutorado é formar juristas, aqueles indivíduos que vão realmente criar o conhecimento jurídico, produzir conhecimento jurídico novo, isso no doutorado. 

No mestrado a ideia é que ele seja capaz de ter um conhecimento bastante sistematizado em torno do que já existe e que ele seja capaz de passar isso para os seus alunos.

Essa então é a ideia do mestrado: formar mestres, enquanto que a ideia do doutorado é de formar doutores. No nosso ramo do Direito nós diríamos que é formar juristas, formar aquele indivíduo que vai produzir teses novas.

Então vejam: essencialmente eu diria que nós temos, é... dois perfis: 

Um perfil mais profissional, que vai fazer os cursos especialização, ou às vezes nem isso, né? Vai se dedicar a estudar um concurso público e seguir uma carreira pública...

Ou aquele indivíduo que realmente pretende seguir o magistério jurídico e esse sim, pra esse é imprescindível o mestrado.

 

3 – Eu me formei em uma faculdade fraca, pequena, desconhecida... Mesmo assim ainda tenho chances de obter uma vaga no mestrado?

E aí vem então a segunda grande dúvida que é bastante recorrente:

- “Eu me formei numa faculdade fraca, numa faculdade pequena, numa faculdade que não me deu uma formação tão boa. Será que eu tenho condições de fazer mestrado? Será que eu tenho condições de me candidatar a uma vaga do mestrado?”

Bom... Isso aí vai depender mais de você do que propriamente d seu diploma, ou seja, é muito mais uma questão da sua formação geral do que do papel que diz que você está formado em Direito. 

Na verdade, as bancas de mestrado, elas não vão se preocupar tanto com onde você formou, mas sim com o conhecimento que você tem. 

É claro que se sua faculdade, ela não foi tão boa e você não teve uma boa formação, essa sua má formação talvez se expresse no dia da banca, e aí você talvez não vá ser aprovado por causa de uma formação intelectual ruim, fraca. 

Agora, se apesar da faculdade não ser uma faculdade de renome ou ser uma faculdade pequena e mas mesmo assim você demonstrar para a banca que você tem uma ótima capacidade, uma ótima compreensão daqueles temas que foram exigidos nas provas, foram cobrados na bibliografia, foram indicados ali no edital do concurso, muitas vezes não vai fazer diferença nenhuma onde você formou. A banca normalmente não vai estar tão preocupada com isso. 

Aliás, pode até demonstrar que você é um candidato muito bom porque, afinal de contas, se mesmo tendo estudado numa faculdade fraca, ou uma faculdade pequena, você conseguiu ser melhor, ou talvez igual aos seus concorrentes, isso demonstra que você tem um bom potencial e você não desenvolveu talvez todo ele em função da faculdade onde você estudou. Então isso não é um problema em si. 

Isso pode se tornar um problema evidentemente se você não conseguir ter um desempenho, é... melhor do que os seus concorrentes. São vagas a serem disputadas e evidentemente as melhores, é... os melhores candidatos, aqueles que tem melhor formação jurídica vão pegar as vagas porque não há vagas pra todo mundo.

 

4 - É preciso conhecer alguém da banca para conseguir uma vaga no mestrado? Tem peixada na seleção do mestrado?

Muita gente me pergunta se é preciso conhecer alguém da banca, se é preciso conhecer o orientador, se tem peixada nesses concursos, e é... Realmente, é uma pergunta que vai depender muito da banca. 

E eu não conheço todas as bancas de mestrado em Direito do país, não conheço nem a maioria delas sequer. Então é impossível para mim falar para vocês, assegurar a vocês que não existe peixada, né? 

É possível que muitas das bancas acabem favorecendo os candidatos mais próximos, candidatos que elas conhecem etc. 

Cabe a vocês... Um conselho que eu posso dar a vocês é fazer uma análise disso antes. Conversar com quem já tentou o concurso, conversar com quem já foi aprovado, não é? Perguntar se ele já conhecia alguém antes, porque isso às vezes... É importante você fazer essa sondagem para ver se a banca realmente é uma banca confiável, se é uma banca honesta. 

A maioria das bancas, eu imagino que realmente esteja interessada em bons candidatos, até porque pro orientador é fundamental que seus orientandos tenham uma boa capacidade intelectual, porque afinal de contas ele vai trabalhar com eles, né? 

Então é muito complicado pro orientador ter orientandos que não são bons, porque afinal de contas, ele acaba carregando esses orientandos nas costas. Então não me parece muito inteligente por parte do orientador aprovar candidatos só porque ele conhece eles, só porque ele simpatiza com eles ou alguma coisa do gênero. Mas, como eu disse, tudo pode acontecer. A gente sabe que as pessoas humanas, elas estão sujeitas a uma série de fatores não declarados aí nas suas decisões e pode evidentemente acontecer isso.

O que eu recomendo é: procure se informar, procure conversar com quem já fez aquele concurso para tentar saber se essas bancas de fato são honestas e se vale a pena você tentar o mestrado com aqueles professores, com aquele orientador. 

5 - Devo fazer contato com o orientador antes de tentar a vaga de mestrado?

Uma coisa que as pessoas muito me perguntam é se elas precisam conhecer o orientador ou se elas devem procurar um contato com o orientador antes de tentar o mestrado com ele.

Bom... Isso depende muito de cada orientador, depende muito de cada faculdade. Agora, o que eu acho que é muito mais importante do que o orientador te conhecer, é você conhecer o trabalho do seu orientador. 

 

6 – Como enquadrar o meu projeto de mestrado para ele ter mais chances de ser aprovado?

Se você pretende candidatar-se a uma vaga de um determinado professor para trabalhar com ele durante dois anos e meio, que é o prazo normalmente de um mestrado aí, é muito importante que você conheça as pesquisas deste orientador, os trabalhos que ele tem desenvolvido, porque senão você entra às cegas na disputa. Você entra sem saber o quê que ele trabalha. 

Então é muito importante, na hora de você elaborar o projeto, que você já tenha em mente as coisas que o seu orientador tem pesquisado, o que ele tem desenvolvido no seu trabalho na pós-graduação, sob pena de você chegar às cegas. 

E não tente, evidentemente, convencer um orientador que pesquisa um tema totalmente diferente, a mudar as pesquisas dele para se enquadrar no seu projeto.

Claro que isso não vai dar certo, né?

Ele já tem uma linha de pesquisa, ele tem vários orientandos que seguem uma determinada linha de pesquisa, e você querer que ele se enquadre ao seu projeto... convenhamos, não vai dar certo, né?

É muito mais sensato você enquadrar o seu projeto, você dar ao seu projeto as feições para concorrer aquela vaga pretendida.

Claro que se você achar que isso não tem jeito de ser feito, claro que se você achar que isso é muito difícil de fazer, o que você deve fazer é trocar de orientador, não tentar a vaga daquele professor porque evidentemente não vai dar certo, né?

Você deve procurar escolher o seu orientador de acordo com o perfil do seu projeto. Daí porque é muito importante, antes, você ter um projeto claro, ter uma proposta clara do que você pretende defender. E aí você vai buscar aquelas pessoas, aqueles professores que estão trabalhando temas parecidos com este que você pretende levar pra pós-graduação e aí você vai candidatar-se à vaga desses professores que estão trabalhando algum projeto na mesma linha que você pretende trabalhar.

Se você pegar um projeto que você criou e tentar submetê-lo a uma banca, a um orientador que trabalha com um projeto completamente diferente do seu, você está fadado ao fracasso, porque não é o orientador que vai se encaixar no projeto do orientando. É o orientando que tem que procurar criar projetos que estejam de acordo com a linha de pesquisa do seu orientador.

E é muito importante também que você não tente forçar a barra. Às vezes, você simpatiza com um determinado professor, ou às vezes você acha que o professor tem mais vagas, você tem... você acha que tem mais chances de passar com ele, e aí você tenta forçar a barra pra que o seu projeto se encaixe na linha dele de todo jeito.

Normalmente isso fica muito artificial. As bancas logo percebem que aquilo ali foi artificialmente construído para você tentar se candidatar a uma determinada vaga. Isso não é legal. Não recomendo a vocês a fazerem. Tentem buscar a orientação mais natural de acordo com aquilo que vocês pretendem pesquisar. 

Se você pretende pesquisar um determinado tema, busque, faça um levantamento dos professores que estão trabalhando naquele tema e busque se enquadrar a isso, busque se enquadrar àquele tema, mas não de uma forma artificial, da forma mais natural possível. E aí a probabilidade de você tem êxito com o seu projeto vai ser infinitamente maior do que se foi algo artificialmente construído 

 

7 - Como fazer a escolha do orientador do mestrado?

Aliás a escolha do orientador, ela é muito importante e você deve fazê-la com cuidado.

Você deve imaginar que o mestrado, em média, dura dois anos e meio, e se você tiver um orientador ruim, você vai ter que aturá-lo durante dois anos e meio. Se você tiver um orientador que discorda das ideias que você pretende defender, você vai ter que aturá-lo dois anos e meio. É muito tempo, não é?

Então, o ideal é que realmente você não tente forçar a barra, porque às vezes você vai até ser aprovado, mas você corre o risco de ter o seu curso transformado num inferno, sua pesquisa transformada num inferno, porque você vai às vezes ter que se forçar a defender coisas que você não acredita para conseguir defender sua dissertação, o que é péssimo pra todo mundo.

É péssimo pro seu orientador, é péssimo para você. Então evite fazer isso. Escolha o orientador de acordo com o seu projeto. Se você quer defender uma determinada ideia, é muito provável que dentro do corpo de pós-graduação, que normalmente é bem eclético, você consiga algum professor que tem um pensamento parecido com o seu, e aí então você vai submeter naturalmente o seu projeto a ele, né? 

Outras coisas que são importantes serem observadas na escolha do orientador:

A primeira - se ele é um cara sério, se ele é um cara que tem disponibilidade, se ele é um sujeito que pesquisa realmente os temas, ou se ele simplesmente faz uma orientação pro forma... Simplesmente finge que orienta e você tem que se virar sozinho... Quer dizer, tudo isso é muito importante de você saber. 

O ideal é que você converse antes com algum orientando dele de forma informal, busque sondar aí com quem já foi orientado por ele ou com quem é aluno dele, para saber qual que é o perfil dele. Se é um perfil que se adapte ao seu ou se é um perfil que você deseja evitar.

Lembrem-se de que o nome do seu orientador ficará vinculado eternamente ao seu nome no Currículo Lattes. Então não há como você divorciar do seu orientador. Depois de defendida a dissertação, não tem mais jeito: você vai carregar o nome do seu orientador o resto da vida. Então se o seu orientador for um picareta, você vai ter lá estampado no seu Currículo Lattes, eternamente, o nome do picareta como orientador, o que decididamente não é nada bom.

Evite ao máximo fazer isso. Escolha com bastante critério o seu orientador, não só pelas pesquisas que ele desenvolve e pela afinidade com o seu projeto, mas também se é uma pessoa que tem uma respeitabilidade no meio acadêmico, se é alguém que leva a sério a profissão de professor universitário, porque isso vai ajudar muito você depois na sua vida acadêmica, não só pela formação que você vai ter, mas também pelo nome do orientador, que eu insisto com vocês, será carregado pra sempre no seu Currículo Lattes, não tem como você se livrar disso.

 

8 - O estudo simultâneo para concursos públicos ajuda ou atrapalha na prova do mestrado?

Muitas pessoas me perguntam se o fato delas estarem estudando pra um concurso público vai ajudá-las a serem aprovados no mestrado, ou o contrário até, se pode prejudicá-las de alguma forma.

Vejam: o estudo para um concurso público, seja na carreira da magistratura, do ministério público, delegado de polícia, qualquer carreira, é muito, mas muito, muito diferente mesmo do estudo para um mestrado. Porque o mestrado normalmente, ele é bem focado, você tem um conhecimento bastante verticalizado, bem focado em determinados pontos e onde se exige um domínio teórico muito grande, com uma profundidade muito grande, onde você fará exposições teóricas de grande profundidade, enquanto que nos concursos públicos se buscar um perfil mais generalista, se busca mais aquele indivíduo que é um clínico geral que conhece um bocado de tudo, né, mas não se aprofundou necessariamente em nenhum ponto.

Então, se você pretende estudar pro concurso público simultaneamente com o mestrado, você tem que perceber que são coisas diferentes, absolutamente diferentes. 

Então dificilmente o que você vai estudar em um vai ser aproveitado no outro. Pode até ter alguma coisa ali que se aproveite, mas a maior parte não será aproveitado. Então, se você tem 10 horas do seu dia para estudar, ou se você tem cinco horas do seu dia para estudar, você tem que levar em conta que você vai ter que dividir seu tempo pro estudo do concurso e pro estudo do mestrado, ou seja, você está dividindo forças. Não sei se é uma boa ideia, né? 

Normalmente, quando você dispersa, você perde o foco. Aí a tendência é que você não consiga nem passar no concurso público nem no mestrado, porque você dividiu suas forças e não teve um foco específico. Então a minha grande recomendação é: se você está estudando para o concurso público e se isso é a sua prioridade, siga isso e busque passar no concurso público.

Agora, se você quer ser professor de fato e você acha que isso é o mais importante, foque no mestrado e leve todas as suas forças para tentar passar no mestrado. Se você tentar dividir as suas forças, talvez dê duplamente errado porque você vai estudar pela metade pro concurso público e você ai estudar pela metade pro mestrado e isso não me parece uma boa ideia decididamente.

 

9 - O Currículo Lates é indispensável para conseguir a vaga no mestrado? Como demonstrar o perfil acadêmico necessário ao mestrado?

Outra coisa que me perguntam bastante é se o Currículo Lattes é muito importante ou não é tão importante assim para se passar na banca do mestrado.

Olha só, gente. Vai depender muito de cada banca. A gente tem que ver primeiro o edital do processo seletivo. Alguns processos seletivos vão priorizar o currículo, outros não. 

Agora, o que eu posso dizer para vocês é: em regra é importante que o candidato tenha algum tipo de publicação, ou tenha sido monitor, ou tenha feito iniciação científica, alguma atividade acadêmica. Se é aquele indivíduo que passou cinco anos do curso de Direito dele, e não fez sequer uma monitoria, não fez uma iniciação científica, não fez em suma nada de diferente, o máximo de diferente que ele fez foi assistir uma semana jurídica, convenhamos, né, ele não tem propriamente um perfil acadêmico, ou pelo menos ele nunca demonstrou esse perfil acadêmico.

Então, se você não tem isso ainda, é muito interessante, pra você se candidatar ao mestrado, que você busque fazer um Currículo Lattes, que você busque produzir alguma coisa para que você demonstre pra sua banca que você tem um perfil acadêmico, porque senão você chega lá sem absolutamente nada para demonstrar. 

Estágio não conta, né gente. Estágio em escritório, estágio no tribunal de justiça ou coisa do gênero, isso decididamente não é relevante para se formar um professor em Direito, não do ponto de vista da formação do mestrado, acadêmica, né? 

O que se busca com mestrados é a formação teórica. Então se vocês querem demonstrar que vocês têm esse perfil acadêmico, o que eu sugiro é que vocês tentem publicar algum texto numa revista jurídica, tentem eventualmente participar de congressos onde você possa apresentar um trabalho oralmente, tentem fazer coisas que os acadêmicos fazem, que é basicamente publicar e dar aulas ou dar palestras, esse tipo de coisa.

Se, evidentemente, isso não for possível, é claro que isso não fecha completamente as portas pro mestrado. Isso pode eventualmente dificultar, mas ninguém será simplesmente barrado por não ter escrito nenhum artigo, ou por não ter dado uma palestra ou nada do gênero. É possível, evidentemente, você passar. Só que aí, é claro, é importante que você se esforce ainda mais para fazer um excelente prova escrita, uma excelente prova oral, sob pena de: você não tem nem perfil acadêmico e suas provas são mais ou menos, aí realmente não tem como você passar no mestrado. Convenhamos, fica difícil. 

 

10 - Se eu for reprovado numa prova do mestrado, devo continuar tentando?

Muita gente que foi reprovado no mestrado me pergunta se deve continuar tentando, se deve continuar insistindo até passar. E aí é difícil às vezes responder isso porque a gente não sabe realmente da real capacidade ou do tanto que aquela pessoa tem se esforçado para passar no mestrado. Existem pessoas que realmente não tem perfil. Elas não vão passar porque por mais que elas estudem, aquele conhecimento às vezes é demasiadamente complexo para elas, e por mais que elas se esforcem, elas não chegar competitivas no mestrado. Vai ter sempre um aluno muito melhor que elas, porque é um aluno mais inteligente, vamos dizer assim. 

Agora, existem situações em que o indivíduo não estudou e quer passar, né? Aí não tem jeito. Veja, aí não é falta de inteligência. Às vezes é falta de estudo, né? Ou às vezes ele simplesmente deu azar e concorreu justamente com um candidato fortíssimo, com um candidato fora da média, né? E aí, se ele tivesse concorrido às vezes com candidatos mais fracos ele teria passado. Então tudo o que você tem que fazer é analisar o porquê você foi reprovado. 

Há uma tendência natural do ser humano de colocar a culpa na banca examinadora, dizer que a banca foi injusta ou que foi peixada ou que houve algum tipo de favorecimento da banca por algum candidato. Essa é uma tendência natural do ser humano que é querer se safar dos próprios erros, querer se safar das próprias limitações.

Agora, é preciso, às vezes, que se tenha humildade e que se busque, por exemplo, a prova escrita para analisar as correções, né? Ver o quê que a banda escreveu lá pro sujeito. Ou procure os membros da banca e pergunte numa boa porque que, o quê que ele errou na prova oral, o que foi fraco na prova oral, o que a banca pode aconselhá-lo a melhorar pro próximo concurso. Quer dizer, isso de uma forma bastante transparente, de uma forma tranquila. A maioria dos professores não vai se importar se isso, evidentemente, for feito de forma educada, se isso for feito de forma cortês, e que você não queira, sei lá, desafiar a banca, né? Falar: Ah, você foi injusto comigo, ou alguma coisa do gênero. 

Se você acha que a banca foi injusta, cabe a você tentar um recurso aí por vias administrativas ou até mesmo judicial. Eventualmente, pode haver uma injustiça sim nas correções das provas. Agora, se você aceitou a reprovação, o ideal é que você de fato procure os membros da banca para tentar melhorar. Tente descobrir onde você errou. Algumas vezes isso é sanável, ou seja, às vezes foi por falta de estudo, você poderia ter lido mais, você poderia ter escrito mais, demonstrado melhor o seu conhecimento, ter feito um melhor projeto. 

Ou outras vezes é porque você realmente não tem um perfil acadêmico. Talvez você tenha um perfil mais prático, perfil de advocacia, ou outro perfil e não o perfil acadêmico. E aí, meu amigo, não tem jeito. A gente não precisa forçar a barra. Nem todo mundo precisa de um mestrado para ser feliz. Se você não quer seguir a carreira acadêmica, você não quer ser professor, não tem por que insistir nisso, né? 

Só insista realmente se você de fato quiser ser professor, se você estiver de fato a fim de trabalhar os temas da forma mais teórica, mais densa possível, o que não é pra todo mundo, claro que não, né? As pessoas não têm que se forçar a fazer coisas que não são do seu perfil. 

Se é o seu perfil, busque então saber da banca o que deu errado e aí procure tentar sanar essas dificuldades para as próximas bancas.

 

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