Governo cumpre 30% da meta do Fies para este ano

O Fies permite que alunos de universidades particulares financiem as mensalidades da graduação com juros baixos - de 3,4% ao ano - e paguem em até o triplo do tempo de duração do curso. O aluno de uma carreira que dura quatro anos, por exemplo, pode pagar em até 12 anos.

O coordenador do programa e diretor financeiro do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), Antônio Corrêa Neto, diz ser normal o número de contratos até agora, e espera que o volume de financiamentos aumente consideravelmente no final do ano, pois é nessa época que os estudantes fazem a maioria das matrículas. 

Para triplicar o fechamento de contratos em menos de dois meses, o governo conta com os recursos do Fgeduc (fundo mantenedor do financiamento estudantil). O Fgeduc garante que os estudantes ingressem na linha de crédito sem ter que apresentar um fiador. O fundo, ao qual às universidades conveniadas no Fies poderão aderir, vai passar a ser o próprio fiador do aluno.

A expectativa é que muitos contratos que estavam em andamento sejam concluídos devido às mudanças promovidas na linha de crédito, que incluem o já citado fim da exigência de fiador e uma redução da taxa de juros, que era de 6,5% e passou para o atual valor (3,4%).

Especialistas ouvidos pelo R7 afirmam que o crescimento do Fies pode ser acelerado por causa dessas novidades.

Célia Forghieri, assessora da pró-reitoria de relações comunitárias da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica), e Daniela Pellegrini Nóbrega, presidente do Movimento Fies Justo, ressaltam que as mudanças aconteceram nos principais entraves do financiamento para os estudantes.

Segundo Célia, agora é preciso que o governo resolva outro problema: a credibilidade do programa.

- Ainda há pessoas que não se sentem confortáveis em dever para o governo.

Meta não é irreal, diz governo

A linha de financiamento tem, no total, mais de 560 mil contratantes, segundo as informações da Caixa Econômica Federal. Mesmo assim, Corrêa diz que a meta de formalizar 215 mil contratos em dois meses - quase a metade do total - não é irreal.

- Em 2009, a Caixa contratou 32 mil novos financiamentos. É um grande crescimento. Fizemos alterações no fundo e com entidades mantenedoras [das faculdades]; [portanto] a meta não é tão absurda.

Corrêa diz que a expansão já começou a acelerar.

- Hoje, já tenho 60 mil contratos formalizados na Caixa. Outros 3.000 estão em fase de contratação pelo Banco do Brasil. Já é mais que 100% do que a Caixa contratou no ano passado.

Ele diz que o orçamento do fundo mantenedor, o Fgeduc, deve crescer até o final de 2010, passando de R$ 1,6 bilhão para R$ 2,4 bilhões. Corrêa conta que o Congresso está analisando também uma injeção de verba no Fies, no valor de R$ 800 milhões. O montante envolve novas adesões e formalização de novos contratos.

- Esse orçamento é para atender à nossa meta. Isso considerando o Fgeduc, que deve dar impulso na operação do fundo.