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O dinheiro pode não trazer felicidade, mas um descompasso financeiro acarreta problemas graves de saúde. Cada vez mais endividados, os brasileiros estão sofrendo com males físicos e mentais como ansiedade, angústia, dificuldades de relacionamento no trabalho e até mesmo depressão. A conclusão é do levantamento nacional realizado com consumidores com dívidas em atraso há mais de 90 dias pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). De acordo com a pesquisa, dois em cada três (65,6%) inadimplentes se sentem deprimidos, tristes e desanimados por deverem e, diante da situação, 16,8% recorrem a vícios como cigarro, comida ou álcool, sobretudo, as pessoas das classes C, D e E (17,5%).
Divulgada ontem, a pesquisa entrevistou 602 inadimplentes em todo o Brasil com dívidas com mais de 90 dias. “O resultado nos mostrou que a consequência do endividamento não é só para o bolso, mas também para a saúde dessas pessoas”, comenta a economista do SPC, Marcela Kawauti. Segundo ela, o levantamento apontou que, depois que entraram na lista de devedores, seis em cada 10 inadimplentes admitiram ficar com a autoestima mais baixa (57,8%). Outros sentimentos que a maioria passou a ter foram: insegurança em não conseguir pagar as dívidas (69,9%), angústia (61,8%), ansiedade (59,8%) e estresse (57,6%). Além disso, quatro em cada 10 inadimplentes (43,9%) sentem-se envergonhados perante a família e amigos por estar nessa situação e 42,5% demonstram em alto grau de preocupação com as dívidas.
Conforme dados do SPC, há atualmente no país 58,8 milhões de endividados e, segundo comenta Kawauti, nessa pesquisa, a depressão, por exemplo, foi diagnosticada depois que as dívidas apareceram. “E, muitas vezes, há um efeito looping em que a pessoa deprimida tenta adquirir algum produto para melhorar, mas acaba gerando outras dívidas”, comenta. Assim, como destaca a economista, o estado emocional do devedor também interfere no modo como ele lida com as suas finanças. “Sentimentos como perda de sono, irritação, baixa autoestima e falta de concentração podem potencializar os problemas, dificultando ainda mais o processo de saída do endividamento.”
Ainda de acordo com a especialista do SPC, a questão não se limita à dívida e tem impactos em todas as esferas da vida. “As pessoas relatam ter problemas de relacionamento profissional, social e familiar: 15,9% afirmaram ter ficado desatentas e pouco produtivas no trabalho ou nos estudos, enquanto 12,6% têm estado mais nervosos, cometendo agressões verbais a familiares e amigos, e 7,6% já partiram até mesmo para agressões físicas”, alerta.
Para a psiquiatra Luciana Nogueira de Carvalha, que atende na Maternidade Odete Valadares, para a pessoa deprimida o mundo já está sem cor. “Ela se sente culpabilizada, desvitalizada, sem vontade de realizar tarefas simples do dia a dia. Diante da crise, tanto ideológica quanto financeira pela qual nosso país está, o estresse aumentou para todos. Muitas pessoas perderam o emprego e já não podem mais viver como faziam anteriormente”, avalia, acrescentando que, o momento atual catalisa o sentimento de inutilidade e de descrença, comuns nos quadros depressivos. “A depressão, muitas vezes já existente em algumas pessoas, agrava-se nesta atual situação social pela qual estamos passando”, diz.
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