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Mais informação para consumir melhor e de forma consciente

Texto enviado ao JurisWay em 24/04/2014.

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Mais informação para consumir melhor e de forma consciente
24/4/2014
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RIO - Fundado há apenas seis meses, o grupo espanhol sem fins lucrativos Knowcosters entende que, além de ter sempre razão, o cliente tem também o poder de mudar as coisas. Por isso, defende o direito de o cidadão saber o que está comprando e fazer uma escolha consciente sobre as implicações políticas e sociais das suas decisões de consumo. Segundo o grupo, quando uma pessoa opta por um produto, está mostrando apoio a quem o produz e aos ambiente econômico e social em que é produzido, configurando de forma direta o mundo em que vivemos.
 
“O ato político, social e cívico mais importante que um cidadão pode fazer é consumir. De nada serve que votemos a cada quatro anos se, a cada dia, com seu consumo, está dizendo que a economia que quer que vença não é a que constrói o Estado de bem-estar social”, diz Miguel Conde Lobato, publicitário e fundador do movimento, que tem 5 mil seguidores e que pretende chegar ao menos aos 200 mil na Espanha. “Consumir é o mais importante ato de transformação social que podemos dar.”

De onde surgiu a ideia de criar um grupo que acredita que o consumo consciente é tão importante e que valoriza o poder que o consumidor tem em suas mãos?

Sou criador publicitário e entendo bem de consumo. E, além de saber do poder que o consumidor tem com suas escolhas de consumo e do impacto que isso tem sobre o planeta, estudei a correlação entre consumo, globalização e concentração produtiva. Vivemos uma globalização que é real apenas para o capital e que provocou uma grande rigidez no mercado de trabalho, além de uma mão de obra cada vez menos necessária. A generalização do crédito, tornou o comprar algo fácil e fez com que os objetos tenham cada vez menos valor.
Com a escolha de um produto ou outro mudamos o que está a nosso redor. Mas fazemos escolhas ruins por desinformação ou por falta de interesse. Pensamos em criar uma opção para que o consumidor soubesse qual é o custo social das coisas. O mais bonito de tudo isso é a enorme força e poder que temos como consumidores, já que não se produzirá um só produto que não seja consumido. E a partir daí por que são consumidas certas coisas, por falta de informação ou por desinteresse? Acreditamos que seja por falta de conhecimento, por falta de informação e aí entra o Knowcosters.

E pensamos na fundação para dar soluções para aumentar as informações. A ideia era conseguir elementos que ajudassem a separar produtos que respeitam algumas práticas dos que não as respeitam, para que as pessoas possam fazer escolhas sabendo quem defende uma prática sustentável.

Qual tem sido o impacto da fundação na sociedade espanhola desde sua criação?
A resposta tem sido muito boa. Somos chamados cada vez mais a fóruns e aos meios de comunicação, o que mostra o interesse sobre o que defendemos. Também há empresas e produtos que se interessam pelas nossas ideias de “digital fiscal” e “marcação tripla”.
O que é a ‘digital fiscal’?

É uma maneira de informar ao consumidor nas páginas de e-commerce o rastro fiscal de um produto vendido pela internet. O objetivo é informar onde estão sendo recolhidos os tributos referentes a um produto comprado via web. Assim, a pessoa pode saber que o que supostamente está comprando no Brasil não está sendo tributado lá, mas nas Ilhas Cayman, que é um paraíso fiscal. Se o consumidor sabe e mesmo assim compra, vamos respeitá-lo. Mas o importante é que ele saiba. Não é uma visão protecionista, mas sim de defesa da informação. O consumidor deve fazer suas escolhas de forma consciente, sabendo pelo que está optando. Estamos fazendo uma pré-campanha na Espanha e há empresas interessadas em adotar esse selo, para isso será preciso preencher alguns dados.

Alguma empresa já aderiu à ‘digital fiscal’?

Sim, há uma na Espanha. A Verdurea, que vende produtos agroalimentares. É uma empresa pequena, de fácil implementação dessa ideia. Mas o lançamento real dessa campanha, com as câmaras de comércio e órgãos de defesa do consumidor, será feito a partir de maio, início de junho.

E qual é a ideia por trás do conceito de ‘marcação tripla’?

Queremos que o preço de um produto mostre o que está na sua formação. Se compra uma calça, você não paga apenas o valor que está na etiqueta. Paga também por uma série de custos indiretos que estão atrelados a esse produto. São os custos para o meio ambiente, denominados de “custo planeta”, e o de seu impacto social, “o custo do Estado de bem-estar”. Em convênio com algumas universidades espanholas, queremos que isso seja quantificado. É uma medição complexa, mas possível. Você pode comprar em euros ou em dólares, de qualquer maneira você está pagando por esses custos associados a um produto. A ideia é que se coloque de forma clara esse preço que está sendo pago de fato. Queremos que esses custos sejam detalhados em três cifras e que o consumidor decida. Queremos apenas que as pessoas façam suas escolhas bem informadas.

Então, o que defendem é o poder da informação?

Sim, é isso, exatamente. Um dos objetivos da fundação é fazer com que informação útil e clara chegue ao consumidor, para que ele saiba de onde vêm os produtos e para onde eles levam os cidadãos, assim como o quanto eles verdadeiramente custam. A pessoa pode escolher o que quiser, mas precisa ter consciência das suas escolhas. Se você vota a cada quatro anos para evitar a diminuição das coberturas sociais, dos salários, por que você não faz esse tipo de escolha via consumo? De nada serve que votemos a cada quatro anos se, a cada dia, com seu consumo, está dizendo que a economia que quer que vença não é a que constrói o Estado de bem-estar social. O consumo é um importante ato modelador social. Consumir é o mais importante ato de transformação social que podemos dar. E queremos um consumo justo. Defendemos um modo de vida em que se possa consumir algo que respeite as normas. Ou que se opte por algo que não respeite. Importante é saber quem respeita ou não as regras do jogo na hora de fazer uma escolha.

Qual é o maior desafio para a expansão dessas ideias?

O primeiro desafio é a divulgação. Cada vez que publicam algo sobre a gente, várias pessoas ficam interessadas. É um movimento que vem de baixo para cima. Mas as pessoas estão desanimadas, têm a impressão de que não é possível mudar nada. Precisamos trabalhar por um mundo mais coerente com aquilo que queremos.

A fundação também pensa nas empresas em como incluí-las nesse processo?
Há grandes corporações interessadas nessas ideias, mas não queremos dar nenhum passo no mundo das empresas até que o movimento esteja mais forte entre os consumidores, com ao menos 200 mil pessoas em Espanha. Muitas pessoas que respeitam as regras do jogo são bons profissionais e sabem que essas medidas terão boa repercussão, serão reconhecidas pelo consumidor.

O senhor acredita que é possível disseminar essas ideias globalmente?
Acreditamos que a “marcação tripla”, por exemplo, pode ser interessante na Espanha, no Brasil, na Inglaterra ou nos EUA. Não podemos conscientemente ficar olhando para outro lado. Queremos um capitalismo saudável.

O próximo passo seria crescer dentro da própria Europa?

Depende. Há um grupo muito interessado em nossas ideias em Miami. Também há pessoas que se interessam por nossas visões no Brasil. Vai depender das pessoas. Não há uma hierarquia. Mas é preciso acompanhar de perto essa expansão, para que não se faça um uso indevido dessas ideias.


Fonte: O Globo - Online
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