Grana equivale às revisões mais caras de populares como o Ford Ka, Celta e Classic
Abastecer o automóvel no supermercado pode gerar uma economia de R$ 732 ao ano. A diferença equivale ao preço cobrado nas revisões mais caras de modelos populares como o Ford Ka, Chevrolet Celta ou Classic, todos 1.0, por exemplo.
Ao simular os preços cobrados nos hipermercados Extra e Carrefour com postos de combustíveis convencionais na região oeste de São Paulo - abaixo, acompanhe os valores cobrados nos estabelecimentos tanto para a gasolina quanto para o álcool.
Tanto álcool quanto gasolina do supermercado são fornecidos pelas grandes redes de combustíveis do País. Em outras palavras, o produto que sai da bomba do mercado é o mesmo da Petrobras, do Ipiranga ou da rede Ale.
Assim, o consumidor paulistano que trocar, por exemplo, o posto Portão Ltda (R$ 2,90, o litro da gasolina), na região do Rio Pequeno, na zona oeste da capital paulista, pelo posto do supermercado do mesmo bairro (R$ 2,49), vai economizar R$ 732 em um ano. O gasto do combustível foi baseado na quilometragem anual média de 25 mil quilômetros usada pelas grandes montadoras nos testes de engenharia.
A diferença de R$ 0,41 entre os dois postos se transforma num valor maior que o preço da revisão mais cara do Ford Ka (40 mil quilômetros), do Chevrolet Celta (60 mil quilômetros) e do Classic (60 mil quilômetros), sendo todos 1.0.
Pela variação de preços do álcool, passar a abastecer o automóvel no posto do supermercado também compensa, uma vez que a diferença de preço para o etanol é de R$ 0,38 no bairro paulistano.
A diferença de preços em postos de todo o Brasil pode ser vista no
www.precodoscombustíveis.com.br, que recebe os preços atualizados da ANP periodicamente.
ConveniênciaPouco depois de 1997, quando a permissão para abertura de postos se estendeu para além das marcas exclusivas do setor, o mercado consumidor ganhou com a variedade de preço e perdeu com a segurança sobre a qualidade do produto. O gerente da unidade de postos do supermercado Extra, Sérgio Groba, conta que esse foi o momento em que os hipermercados entraram no ramo.
— Percebemos que o consumidor passou a ter mais opções, mas a desconfiança também cresceu. Com isso, o supermercado pensou em agregar mais serviços, intensificando a conveniência, com foco nas capitais.
Depois de importado da Europa pelo Carrefour, o modelo de abastecimento no posto do supermercado já foi adotado pelo Grupo Pão de Açúcar e também nos postos do Extra — rede que já conta com 82 postos em nove Estados brasileiros.
Cuidado com qualidadeHá mais de 39 mil postos de combustíveis em todo o Brasil. No entanto, a concorrência nem sempre se traduz em preços mais competitivos. Na região Norte do Brasil, por exemplo, apenas 5% dos postos de combustíveis oferecem a gasosa abaixo dos R$ 2,70 por litro, enquanto 40% deles cobram R$ 3 ou mais. No Nordeste, apenas 1% dos postos cobra R$ 3 ou mais, segundo os últimos dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo).
A qualidade do produto também é bem variável. A ANP não regulamenta o preço do combustível do País, apenas a qualidade. A entidade afirma não haver registros de qualidade abaixo do padrão nos postos das redes supermercadistas pesquisadas. A agência, porém, dá suas recomendações.
— Os postos sem distribuidora exclusiva (bandeira branca) têm que informar, em cada bomba abastecedora, qual foi a distribuidora que forneceu o combustível.
Além disso, completa a ANP, as bombas devem ter o selo do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) e, por isso, os postos não podem se recusar a provar a qualidade dos produtos. Ou seja, se o motorista pedir, o estabelecimento tem por obrigação provar a qualidade dos produtos.