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Estudo publicado na Nature Geoscience questiona a antiga teoria de que são as comunidades rurais que para sobreviver mais destroem as florestas e levanta dúvidas sobre a eficácia do REDD da maneira em que ele está proposto.
Fabiano Ávila, do CarbonoBrasil
Os maiores responsáveis pelo desmatamento não são as pessoas que moram próximas às florestas e que teoricamente teriam que explorá-la para sobreviver. São na verdade as pessoas que vivem a milhares de quilômetros de qualquer mata, habitantes urbanos de cidades como Nova York, Tóquio e São Paulo. São essas pessoas - nós - que estão fazendo as escolhas erradas na hora de comprar produtos e alimentos e se transformam assim nos principais incentivadores da destruição de florestas como a Amazônia..
Essa teoria ganhou um novo e forte apoio com o estudo “Deforestation driven by urban population growth and agricultural trade in the twenty-first century “, publicado no renomado periódico Nature GeoScience nesta semana e que determinou que entre 2000 a 2005 o aumento da população rural não está associada com a destruição das matas.
O que os pesquisadores concluíram é que na verdade a demanda internacional por produtos agrícolas é a força maior por trás do desmatamento. O que contraria algumas das teorias mais antigas sobre o assunto, que culpavam a invasão das florestas pelas pessoas como o grande fator do corte de árvores.
“O crescimento da urbanização longe das florestas, antes apontada como um fator que poderia levar a queda do desmatamento, hoje é um dos principais fatores dele. Consumidores urbanos se alimentam de produtos industrializados, o que incentiva a produção em massa da agricultura e da pecuária”, afirma o estudo.
A agricultura industrial se tornou um negócio em expansão nos países em desenvolvimento nas últimas décadas. Motivados pela demanda internacional por commodities, grandes áreas de florestas estão agora sendo queimadas para se converter em pasto ou para o cultivo de óleo de palma, soja, cana-de-açúcar e outras variedades agrícolas. Por essa razão, mesmo com a queda da população rural em alguns países, o desmatamento segue aumentando.
REDD
De acordo com os autores do estudo, medidas como o REDD (redução das emissões por desmatamento e degradação) terão que ir além de esquemas de desenvolvimento sustentável em pequenas comunidades e da proteção de matas próximas a elas.
“Nós acreditamos que políticas para reduzir o desmatamento nas comunidades não surtirão o efeito desejado. Esforços maiores terão que ser feitos para reduzir a destruição em escala industrial, incluindo na produção agrícola e pecuária. Além disso, é preciso incentivar tecnologias e iniciativas de maior eficiência no uso das terras”, declaram os autores.
Miséria
Outra “verdade” que este estudo ataca é a de que os esforços para evitar o desmatamento estariam condenando populações rurais à miséria. Segundo os pesquisadores, existem dados que comprovam que os grandes proprietários de terras e as empresas são sempre os mais beneficiados pelo desmatamento. As pequenas comunidades dificilmente conquistam avanços nos índices de desenvolvimento humano, educação e saúde com a queda das árvores.
O estudo conclui ainda que com essas informações agora disponíveis, os governos deveriam alterar suas políticas, até porque seria teoricamente mais fácil exercer controle sobre algumas dúzias de grandes corporações e fazendeiros do que sobre milhões de pessoas em comunidades rurais. Teoricamente…