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O que parecia ainda mera especulação começa a se confirmar. O Neoconsumidor, incrementando a utilização dos canais digitais, colabora com a redução de poluição e, conseqüentemente, amplia os alicerces da sustentabilidade no futuro.
Recente estudo indicou que a substituição da compra de música em lojas através de mídias físicas pela compra online implica em redução entre 40% e 80% das emissões de carbono. Essa é uma das conclusões a que chegaram a Universidade de Carnegie Mellon, o Departamento de Engenharia Civil e Ambiental, o Laboratório Nacional Lawrence Berkeley e a Universidade de Stanford, quatro das mais renomadas instituições de ensino americanas, que, conjuntamente, elaboraram o estudo.
Sob a ótica da música que se utiliza de mídias físicas, especialmente o CD, o estudo considerou fatores que envolvem o encarte dos discos, o combustível gasto na distribuição até as lojas e a forma como os consumidores se deslocam até os pontos de venda. Já sob a ótica da compra online, foi considerada a energia gasta pelos consumidores para baixar músicas, bem como a energia utilizada pelos servidores que mantêm a loja virtual funcionando.
Considerou-se que a energia seria gerada a partir de fontes sujas, tais como a queima de carvão em usinas termoelétricas. Com todos esses parâmetros, o estudo ainda conclui favoravelmente para o canal digital de compra. A única situação em que as duas situações se equivalem é no caso do consumidor caminhar até a loja, sem utilizar nenhum tipo de meio de transporte.
Com o aparecimento e crescimento dos canais digitais que permitem, além da consulta sobre preços, marcas e produtos, a extrapolação do conhecimento do consumidor para além de suas fronteiras geográficas, surge o Neoconsumidor digital e global. E com ele vem o Neoconsumo, rompendo inúmeros dogmas referentes à forma como ocorrem as relações de consumo entre fabricantes, varejistas, atacadistas e consumidores. Esse fato irá ensejar a realização de inúmeros estudos e pesquisas que permitam conhecer todos os impactos originados por essa nova situação econômica.
O Brasil, com sua perspectiva de crescimento consistente nos próximos anos, deverá desencadear um substancial aumento do volume de seu comércio digital, especialmente via internet e via celular, no chamado m-commerce. É de se esperar que estudiosos de sustentabilidade e consumo venham a se dedicar profundamente ao aprofundamento das questões que se apóiem em ambas as tendências.
A agenda do futuro já está criada. Por um lado, a sustentabilidade como condição sine qua non para a própria sobrevivência da espécie humana; por outro, o comércio digital como decorrência do desenvolvimento tecnológico e da pressão por mais horas livres, menos deslocamentos e mais liberdade de escolha. É uma questão de tempo para que essas agendas se cruzem e permaneçam irremediavelmente atreladas.
*Luiz Goes é sócsócio-sênior da GS&MD - Gouvêa de Souza
(Instituto Akatu)