Anexo para as questões 1 a 15
Atenção: As questões de números 1 a 15 referem-se ao texto seguinte.
Exclusão social
A humanidade tem dominado a natureza a fim de tornar a vida cada vez mais longa e mais cômoda. Essas vantagens se expandiram para um número crescente de seres humanos. Graças à combinação dessas duas tendências, os homens imaginaram que seria possível construir uma utopia em que todos teriam acesso a tudo: todos, pelas mudanças sociais; a tudo, por causa dos avanços técnicos. No século XX, numa demonstração de arrogância, muitos chegaram a marcar o ano 2000 como a data da inauguração dessa utopia.
Neste início de século, vemos que a técnica superou as expectativas. Os seres humanos dispõem de uma variedade de bens e serviços inimagináveis até há bem pouco tempo, que aumentaram substancialmente a esperança de vida, ampliaram o tempo livre a ser usufruído e ainda oferecem a possibilidade de realizar sonhos de consumo. Mas a história social não cumpriu a parte que lhe cabia no acordo, e uma parcela considerável da humanidade ficou excluída dos benefícios. Ainda mais grave: o avanço técnico correu a uma velocidade tão grande que passou a aumentar a desigualdade e a ameaçar a estabilidade ecológica do planeta. A exclusão deixou de ser vista como uma etapa a ser superada: é um estado ao qual bilhões de seres humanos - os excluídos da modernidade - estão condenados.
Na modernidade técnica, o processo social, tanto entre os capitalistas mais liberais quanto entre os socialistas mais ortodoxos, é analisado do ponto de vista econômico, ignorandose ou relegando-se a um segundo plano os aspectos sociais e os éticos. Já no século XIX, na luta pela abolição da escravidão, Joaquim Nabuco procurava encarar o processo social sob três óticas: a moral, a social e a econômica. Mais de um século passado, é urgente retomar essa visão triangular, se se deseja superar a barbárie da exclusão.
(Cristovam Buarque. Admirável mundo atual. S. Paulo: Geração Editorial, 2001, pp. 188 e 328)
A | O autor do texto, de cuja convicção é que estamos longe do desenvolvimento social, desconfia dos avanços tecnológicos com os quais muita gente demonstra plena admiração. |
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B | A modernidade técnica, na qual o autor faz suas restrições, não trouxe consigo o desenvolvimento social pelo qual tantos aspiram. |
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C | Muita gente acredita de que a tecnologia serve a todos, quando o que os fatos têm demonstrado é de que ela acaba servindo aos mesmos privilegiados de sempre. |
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D | O escritor a cujo nome se faz referência no texto foi um dos expoentes do movimento abolicionista brasileiro, ao qual aderiram muitos outros homens ilustres do século XIX. |
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E | É tal a velocidade em cuja vêm ocorrendo os avanços tecnológicos que os homens nem têm tempo para pensar nos excluídos, naqueles para quem essa velocidade não beneficia. |
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