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Fonte: Estado de Minas - Online 9/12/2010
Texto enviado ao JurisWay em 10/12/2010.
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Revendedores de carros mais rodados calculam que negócios ficarão ruins com as regras de contenção de crédito do Banco Central |
O mercado de veículos usados se divide: o de seminovos, que são os carros com fabricação recente e preço mais próximo dos que acabaram de sair da fábrica, e o dos usados propriamente ditos, já castigados pela passagem dos anos, mas que persistem em rodar. Esses últimos foram os que sofreram o maior baque com as medidas que o Banco Central tomou na última semana, quando aumentou o compulsório, retirando R$ 61 bilhões da economia.
Se entre os vendedores de carros zero quilômetro não existe consenso sobre a medida, pois enquanto a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) prevê crescimento nas vendas de 5,2% para o ano que vem e seu presidente, Cledorvino Belini, minimiza os efeitos da medida, o analista financeiro da HP Veículos, Sávio Oliveira, explica que a taxa média para usados, com mais de 10 anos, que era de 1,89% até a semana passada, subiu para 2,70% nas novas tabelas enviadas pelas financeiras, o que eleva muito o valor de uma prestação. “Vai ficar impraticável vender”, afirma Oliveira.
Ele explica que aqueles que estão interessados em comprar um usado, com mais de 10 anos, buscam a revenda sem ter uma quantia de dinheiro poupado, além de sempre tentar longos prazos de financiamento. E a compra de um carro bem rodado agora só é possível com altas taxas, pois uma parcela mais acessível, diante das novas tabelas enviadas pelas financeiras, só é viável com o pagamento de uma significativa entrada. A revenda na qual Oliveira trabalha tem cerca de 120 veículos e metade é de usados, com cerca de 10 anos.
De acordo com o presidente da Associação dos Revendedores de Veículos Usados do Estado de Minas Gerais (Assouvemg), Rodrigo Souk, as medidas do BC foram positivas para o mercado de seminovos. Na revenda dele, a Flex Car, no Portal Auto Shopping, as vendas triplicaram no último fim de semana, logo depois do anúncio. Assim como no mercado de novos, as taxas de juros não variaram muito quando a regra do BC é obedecida. Souk explica que a taxa média entre os seminovos passou de 1,5% ao mês para 1,6% ao mês, considerando os percentuais de entrada previstos na regra.
No mercado de novos, seguindo o mesmo critério, a elevação da taxa foi de 1,32% para 1,33% (12 a 36 meses, com entrada de 20%); para 1,35% (48 meses, com entrada de 30%) ou para 1,38% (60 meses, com entrada de 40%). Porém, quando a condição de pagamento é de 60 meses sem nenhum parcela de entrada, a taxa sobe de 1,32% para cerca de 1,80%, ou seja, quase 40% de aumento.
O gerente da revenda Activa, Feliciano Quintão, também acredita que o mercado de seminovos tende a se aquecer. Ele explica que quem dispõe de R$ 12 mil, por exemplo, pode conseguir comprar um bom carro de pouco uso com uma parcela “amigável”. A alternativa tende a ser mais interessate do que a aquisição de um veículo zero que custe mais de R$ 30 mil e exigiria um valor de mais de 40% de entrada. “Foi uma medida correta. O mercado estava uma farra. O crédito passou a ser mais sadio. Muitos compravam o carro e não tinham dinheiro para trocar o pneu depois”, afirma Quintão.
As regras do BC *
. Para financiamentos entre 24 e 36 parcelas a entrada é de 20%.
. Para financiamentos entre 36 e 48 parcelas a entrada é de 30%.
. Para financiamentos entre 48 e 60 parcelas a entrada é de 40%
. Acima de 60 meses vale a nova regra da Fator de Ponderação de Risco (FPR), que passou de 100% para 150%. Os bancos têm de reservar para cada R$ 100 de empréstimo, R$ 16,50 de capital, antes a reserva era de R$ 16,50. O que dificulta o crédito e reduz a possibilidade de um parcelamento maior.
Obs: Quanto mais distante a entrada for do percentual considerado ideal pelo BC mais elevada será a taxa de juros. Ou seja: sem pagamento de entrada paga-se uma prestação alta.
* Vale para veículos novos e usados, mas não altera o funcionamento para os veículos de carga, com capacidade de transporte acima de duas toneladas.