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Seca nas regiões produtoras têm contribuído para a aceleração nos preços no país
A alta acumulada nos 10 meses do ano chegou a 6,59% o que representa um impacto de mais de um terço, cerca de 34%, no IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) do ano, que marca 4,38%.
O motivo da alta tem a ver com a seca que atinge o Brasil e também outros países produtores, como a Rússia. Com isso, os alimentos têm sido os maiores vilões da inflação brasileira, segundo Eulina Nunes dos Santos, Coordenadora do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O feijão carioca, tipo mais consumido no país, já acumula alta de 109,78% no ano.
- No caso do feijão, a área plantada no Brasil foi reduzida por conta de remunerações não muito positivas no ano passado. Além disso, as duas primeiras safras de 2010 (que costumam ser as melhores) tiveram queda de 3,4% e 15%, respectivamente, diminuindo assim oferta do produto.
O item carnes aumentou 3,48% e ficou com a maior contribuição individual do mês, de 0,08 ponto percentual, seguido pelo feijão carioca, com 0,07 ponto. No grupo dos alimentos foram poucos os que ficaram mais baratos, destacando-se a cebola (-6,46%) e o arroz (-1,14%).
- Já com as carnes, estamos no período de entressafra [período intermediário nas plantações e criações], momento em que o gado fica confinado com alimentação especial. Assim, além da própria entressafra diminuir a oferta do produto, a seca aumentou o preço dos grãos que servem de alimentação, com milho e soja, aumentando assim o seu preço também. Por substituição, já que a carne ficou muito cara), o frango também subiu por pressão de custo.
Além dos dois itens, o trigo pressiona de maneira bastante significativamente, já que afeta uma cadeia grande de produtos de largo consumo – macarrão, massas, pão francês entre outros. O principal produtor de trigo, a Rússia, sofre com as piores secas em décadas e embargou a exportação de grãos e cereais, o que encareceu o produto no mercado internacional.
Por sua vez, o açúcar cristal teve seus preços fortemente reajustados graças aos preços convidativos do mercado externo, o que fez com que produtores brasileiros deixassem de produzir etanol (que está aumentando o preço) e produzisse açúcar. Mesmo assim, avalia Eulina, a produção não consegue atender de forma completamente adequada o mercado interno e externo simultaneamente.