Em São Paulo, preço do combustível acumula quatro quedas consecutivas e vale R$ 1,79
Raphael Hakime, do R7
O álcool é mais vantajoso que a gasolina apenas em Goiás e no Mato Grosso, mas o produto da cana-de-açúcar deve voltar a ser competitivo em vários Estados brasileiros. Apesar de ainda não compensar na maioria deles, o preço do etanol está caindo na bomba. Na capital paulista, o litro custa menos de R$ 1,80. Os dados foram divulgados no site da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) e levam em conta preços coletados entre 28 de fevereiro e 6 de março.
Em Goiás, o preço do álcool corresponde a 68,4% do valor do litro da gasolina, enquanto que no Mato Grosso a relação é de 67,1%. Segundo especialistas, rodar com etanol deixa de ser vantajoso quando o preço do litro do combustível for equivalente a 70% do valor da gasolina. É importante lembrar que o modo de dirigir e o modelo do veículo influenciam no desempenho do carro.
Na cidade do Rio de Janeiro, os postos comercializam o álcool a R$ 2,12 e a gasolina a R$ 2,66. Como o preço do álcool é 79% do preço da gasolina, ainda compensa optar pelo derivado do petróleo. Na capital paulista, o combustível já acumula quatro recuos seguidos e custa, em média, R$ 1,79 e equivale a 71,69% do preço da gasolina – R$ 2,497.
Segundo José Paiva Gouveia, presidente do Sincopetro-SP (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo), apesar das quedas registradas em São Paulo, o consumidor só vai sentir no bolso a redução do preço do álcool no Brasil a partir da segunda quinzena de março.
- O álcool está baixando, mas esperamos a queda ‘para valer’ a partir do dia 15 [de março], quando o álcool novo [da safra nova] chega aos postos. Essa baixa nos preços [observada na capital paulista e em outras cidades brasileiras] só ocorreu porque o consumidor migrou do álcool para a gasolina [depois da redução da mistura de álcool na gasolina]. Então, o mercado ficou bem abastecido de álcool.
As chuvas do final do ano passado causaram o adiamento da colheita da cana de açúcar, o que provocou uma escalada dos preços. Para completar, a cana absorve água em excesso, o que reduz a produtividade do etanol. Para segurar o preço do álcool, o governo reduziu a mistura de álcool na gasolina de 25% para 20%. Segundo Gouveia, os proprietários de carros a gasolina também podem se animar.
- A gasolina também cai um pouco porque o álcool anidro, utilizado na mistura com o combustível, também abaixou. Na verdade, a queda de preço já devia estar acontecendo, mas vale lembrar que os postos só repassam os preços das distribuidoras com sua margem de lucro.
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