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 Sala dos Doutrinadores - Ensaios Jurídicos
Autoria:

Gisele Leite
Professora universitária com mais de uma década de experiência em magistério superior, mestre em direito, mestre em filosofia, graduação em direito pela FND-UFRJ, graduada em Pedagogia pela UERJ, conselheira do INPJ.

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Monografias Filosofia

A estética na sociedade contemporânea

A autora analisa o conceito de estética no plano histórico, social e cultural, traçando a evolução filosófica sobre o belo, a percepção e o sentimento. O feio perde tal conceito se possui expressividade e atende a sua proposta original.

Texto enviado ao JurisWay em 22/01/2013.

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Estética advém aisthetikós, derivado do verbo asthanesthal: perceber, sentir, sem dúvida, é um dos ramos tradicionais da filosofia bem ao lado da Ética, Dialética e Metafísica.

 

Sábias palavras proferiu Flammanarion “tudo passa, diz Gautier, só a arte conhece a eternidade; tudo passou no Egito, salvo a grandeza dos seus colossos erguidos da areia; tudo passou na Grécia salvo a sabedoria e a Arte”.

 

Em todas as partes e sempre os homens sempre impressionaram com o Belo[1]. Mas por que as consciências são sensíveis ao apelo da beleza?

 

A arte já era conhecida do espírito humano há uns 80 mil anos, pois é desta época que datam as mais antigas pinturas das cavernas. Somente a religião é anterior ao aparecimento da Arte.

 

O termo  “estética” foi criado por Baumgarten no século XVIII para designar “a ciência do belo” referindo àquilo que agrada aos sentidos, mas elaborando uma ontologia do belo.

 

A ligação da estética com a arte ainda é mais estreita se considerada que o objeto artístico é aquele que se oferece ao sentimento e à percepção. “A arte é uma série de objetos que provocam emoções poéticas”, alega Corbusier.

 

Desde Platão ao classicismo, os filósofos tentaram fundamentar a objetividade de arte e da beleza.  Platão definiu a beleza como a única ideia que resplandece no mundo. Se reconhece o caráter sensível do belo, por outro lado, continua a afirmar a sua essência ideal. Mas o “belo em si” existe inerente a tudo.

 

O classicismo redunda um fazer artístico a partir do belo ideal, inaugurando uma estética normativa.

 

Os filósofos empiristas que relativizam a beleza do gosto[2] e da opinião pessoal não podem ser discutidos racionalmente. O belo não está no objeto, e, sim no sujeito.

 

O belo não está no objeto, e, sim no sujeito. E mais, está na essência do sujeito. Aquilo que anima sua alma e a faz expressar em gestos, afagos, sorrisos e múltiplas expressões (por vezes indecifráveis). A estética é o estudo do Belo e da Arte em geral do ponto de vista histórico, científico e filosófico.  Cientificamente o Belo está na proporcionalidade harmônica[3], já historicamente atende a evolução de critérios, e que variam etnicamente, ideologicamente e principalmente culturalmente (e poucos percebem como os dados geográficos influenciam fortemente os aspectos culturais da humanidade).

 

É campo de pesquisa que abrange os grandes métodos, o histórico, o científico e o filosófico. Tais métodos tecem a delicada teia capaz de dar explicações gnosiológicas sobre o Belo, a beleza e a estética.

 

Primeiramente, a beleza é uma percepção sensório-emocional. A sensibilidade estética é a capacidade de perceber as coisas como belas. O Belo poderá passar despercebido perante sentidos indiferentes ou percepção meramente alienada.

 

Kant emprega a palavra estética num sentido diferente. Para ele, a estética transcendental é a ciência de todos os princípios da sensibilidade a priori. Desta forma, para Kant, é Belo tudo aquilo que, sem nenhuma intelectualização é objeto de uma satisfação do espírito.

 

A sensibilidade estética, como todo sentimento intenso, tendo a se exteriorizar. Kant, numa tentativa de superação dessa dualidade objetividade-subjetiva, resume: “o belo é uma ocasião de prazer, cuja causa reside no sujeito”.

 

O princípio do juízo estético, portanto, é o sentimento do sujeito e não o conceito do objeto. Marca a modernidade quando Kant conclui que o belo deixa de ser algo em si tal qual fora na Antiguidade Clássica, passando a existir para o sujeito. Então, o belo depende da contemplação do sujeito, de seus sentimentos e entendimento. Concluindo que qualquer sujeito é capaz de formular juízos estéticos[4] e avaliar os objetos como belos. Desta forma, Kant ajuda a resgatar particular momento sensível da filosofia, interrogando o papel da estética em seu sistema.

 

No entanto, há a possibilidade de uma universalização desse juízo subjetivo porque as condições subjetivas da capacidade de julgar são as mesmas em todos os homens. Belo é a qualidade atribuída ao objeto para exprimir certo estado da nossa subjetividade. Não há uma ideia de belo submetida às regras para sua produção.

 

Hegel anos mais tarde, introduz o conceito histórico de belo. A beleza muda de face e de aspecto através dos tempos. Essa mudança (devir) que se reflete mais perceptivelmente na arte depende mais da cultura e da visão de mundo vigentes do que uma exigência interna do belo.

 

Pela perspectiva fenomenológica, consideramos o belo como qualidade de certos objetos singulares que nos são dados à percepção. Beleza é, outrossim, a imanência total de um sentido ao sensível. Hegel fornece articulação lógica do espírito, realça o interesse ético e cognitivo que a arte efetua. Assim vê o belo no objeto particular, contingente e sensível.

 

Belo é objeto que realiza o seu destino e é autêntico, é seu particular “modo de ser”. O significado do belo só pode ser percebido pela sensibilidade estética e para experiência estética. Cada objeto singular estabelece seu próprio tipo de beleza.

 

Há dois modos de representação do feio (a representação do assunto feio e a forma de representação feia). O feio foi banido do território artístico durante séculos, mas ultimamente no século XIX ele vem a ser reabilitado. E o que diga a moda pós-moderna, underground, dark e a maioria dos street style.

 

A arte rompe com a ideia de ser cópia do real, é uma criação autônoma que possui a função de revelar as possibilidades do real. E incitar o espírito crítico a entreolhar a realidade, numa panorâmica visão de dentro para fora.

 

A arte é avaliada pela autenticidade de sua proposta, e com a sua capacidade de se exprimir ao sensível. Só haverá obras feias se forem malfeitas e não correspondem plenamente à sua proposta. Não há, pois, obra de arte feia. A arte, diz Hegel, senão o mais subjetivo desenvolvimento do espírito a partir do real, e as suas formas históricas representam cada uma a seu modo, momentos desta evolução[5].

 

Contemporaneamente, a estética, tendo renunciado em princípio a todo cânone, é caracterizada por uma abundância de correntes, cada uma constituindo suas teorias particulares.

 

A sensibilidade estética pode enquadrar-se em várias categorias sendo as principais o belo, sublime, bonito, poético, gracioso, etc. O belo decorre do equilíbrio oriundo da perfeita combinação de todos os elementos esteticamente relevantes. O sublime nasce exatamente da exacerbação do belo.

 

Segundo Kant, quando o belo alia-se aos elementos que trazem à consciência certa ideia de infinitivo. Há em tal categoria uma grandiosidade que ultrapassa a dimensão humana.

 

A teoria dos princípios a priori da sensibilidade, se insere no conjunto da teoria do conhecimento da filosofia transcendental. Na “Crítica do juízo”, ele fornece outro sentido, a estética. O sujeito pode distinguir o belo na natureza e no espírito. O juízo do gosto não é o do conhecimento não é lógico. Atende ao princípio determinantemente estético, ou seja, subjetivo.

 

A visão nítida do céu totalmente estrelado, ou a visão do azul do planeta Terra. O bonito é a forma diminuída do belo (é apoucamento do belo) e, não alcança a harmonia e a realização cabal deste.

 

O poético já a dispõe dos elementos estéticos de tal forma que redunda em leveza e encanto e, produz a harmonia do todo. O lírico é uma sentimentalização do poético[6] e o épico é sua racionalização ou engrandecimento. O gracioso é mais dinâmico, é característico de formas em movimento, espontâneo, sem esforço e elegante.

 

Dentro da escola estética, o belo se divide em beleza primária (pessoas), secundária (natureza) e beleza terciária: a arte[7]. A arte é a criação do belo pelo homem, é o resultado de um artesanato estético. É uma confecção humana, percebida pelos sentidos e pela razão do homem, como ser social, político e histórico.

 

A questão da modernidade é controvertida e eminentemente contemporânea e que envolve questões filosóficas da interpretação da verdade, as sociedade, da arte e da cultura.

 

De um lado, temos o francês Lyortard e, por outro lado, o alemão Habermas. O primeiro introduz a questão da “condição pós-moderna” como uma necessidade de superação da modernidade, sobretudo na crença na ciência e na razão emancipadora, considerando, do contrário, responsáveis pela subjugação do indivíduo.

 

De acordo com Lyortard seguindo orientação romântica[8] a emancipação deve ser conquistada através da valorização do sentimento e da arte onde o humano é mais livre e criativo.

 

Habermas defende o chamado projeto da modernidade considerando-o inacabado mas precisa ser levado adiante, e só através dele, pela valorização da razão crítica, será possível obter a emancipação do homem da ideológica e da dominação político-econômica.

 

Depois de tantas apologias[9] do belo, tal conceito sofreu uma releitura a redundou em expressões artísticas como a do streetstyle, underground, dark, over, pós-moderno e, ainda por último, o modesto estilo clean. Talvez o belo na acepção contemporânea queira se limpar dos exageros anteriores, e mostrar um corpo estético menos laborado e mais humanizado enquanto animal racional e cultural.

 

O belo afinal sucumbiu à harmonia e, se efetivou muito mais, como uma percepção absorvida pelo sujeito cognoscente.

 

A arte é expressão do belo, é uma maneira de descarregar as intensas emoções estéticas. Todo estado afetivo (ira, dor, prazer, alegria ou amor) tende a terminar em movimentos exteriores e resumir-se ao mesmo tempo, neles.

 

Sempre o homem está lotado de emoções que deságuam sua alma sob a forma de dança, na música, canto, língua lírica, e nas cores da pintura. O estético é multidisciplinar e multicientífico.

 

Historicamente a pintura foi a primeira das artes do homem que começou a pintar o interior da caverna. Mesmo as tribos mesmo as selvagens e primitivas sempre manifestaram o belo. A natureza é princípio da coisa mesma; a arte é princípio em outra coisa (Aristóteles).

 

O problema do feio está inserido nas colocações que são feitas pelo belo. Por princípio, o feio não pode ser objeto de arte.

 

Duas formas de representação do feio, a do assunto feio e da forma de representação feia. O feio no século XIX veio a ser reabilitado ao território artístico. Até porque o feio é extremamente expressivo.

 

Com a ruptura com a ideia de a arte ser cópia do real para ser considerada criação autônoma que pode revelar as possibilidades do real.

 

O entendimento do mundo pode se dar através da intuição, do conhecimento imediato da forma concreta e individual, que não fala à razão, mas do sentimento à imaginação.

 

Intuição pode ser empírica, e tem caráter de descoberta, seja de um objeto, de uma nova ideia ou um sentimento. O sentimento, por outro lado, é uma reação cognitiva, de reconhecimento de certas estruturas do mundo cujos critérios não podem ser explicitados.

 

O sentimento esclarece e motiva a emoção. A emoção é uma resposta, é uma maneira de lidarmos com o sentimento. A arte não pode jamais ser conceitualização abstrata do mundo, é, pois, percepção do real e que cria e recria as formas sensíveis que interpretam o mundo proporcionando o conhecimento por familiaridade com experiência afetiva.

 

A captação do real alcança arestas profundas e imediatas o que justifica a assertiva de Suzanne Langer: “Entender a ideia de uma obra de arte é mais como ter uma nova experiência do que como admitir uma proposição”.

 

A arte ela própria, é uma realidade social. A sociedade precisa do artista e tem o direito de pedir-lhe que seja consciente da função social da arte.  No fundo, o significado da arte é mais um processo crescente e avassalador de humanização seja pela interpretação dos sentimentos ou do pensar.

 

Gisele Leite

 

 

 

Referências

 

ROSENFIEL, Kathrin H. - ESTÉTICA, Filosofia Passo-a-passo 63 - Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor;.



[1]Platão foi o primeiro a formular explicitamente a pergunta: O que é o Belo? O belo é identificado com o bem, com a verdade e a perfeição. A beleza existe em si, separada do mundo sensível. Uma coisa é mais ou menos bela conforme a sua participação na ideia suprema de beleza. Neste sentido criticou a arte que se limitava a "copiar" a natureza.

[2]O Renascimento trouxe novas ideias estéticas e podemos destacar a difusão de concepções relativistas sobre a beleza. E, deixa então a beleza como algo em si, para ser vista como algo que varia conforme o lugar, o estaato social... E, surge o conceito de gosto. A misteriosa concepção da beleza emaranhada na simbologia das formas geométrica e aos números surge inspirada no pitagorismo e no neoplatonismo.

 

[3]Já Aristóteles concebe a arte como criação particularmente humana. E de fato, o Belo não pode ser desvinculado do homem, posto que esteja em nós. Porém, separa o filósofo, a beleza da arte. Muitas vezes a fealdade, o estranho ou mesmo o surpreendente converte-se no principal objetivo da criação artística. O que é evidenciado no contexto contemporâneo, onde o impacto da criação artística é mais valorado que exatamente seu conteúdo ou expressão. É Aristóteles o primeiro a esquadrinhar a beleza como obra de proporção, simetria, ordem, ligada à justa medida.

 

[4]A faculdade de julgar não funda nem um conhecimento teórico da natureza, nem um princípio prático da liberdade; ele pressupõe uma unidade formal das leis da natureza de acordo com os conceitos do entendimento.

[5]Para Hegel, é belo apenas aquilo que surge do espírito e para o espirito, ou seja, a arte é concebida como trabalho do espirito.

[6]A estética se distingue do poético. A estética requer um ato de apreensão ou de percepção enquanto que o poético percorre pela palavra a ponte para perceber e apreender.

 

[7]Há três formas de arte e que ritmam com a evolução histórica efetuando um dialético do conceito que intermedeia a representação e apresentação, que constituem as duas faces ou posições complementares da experiência estética. A primeira forma é denominada de “arte simbólica” e em muito coincide com as religiões naturais. E nesse estágio, a materialidade resistente dos objetos encontrados é o principal meio revelador. O símbolo tem a tarefa espiritual da auto-interpretação. Enquanto Kant traduz o prazer/desprazer que acompanho o juízo estético imediato, Hegel sobrecarrega a estética e arte com a tarefa de fornecer formas concretas e crescentemente efetivas de liberdade. 

 

[8]Já na arte romântica em seus três gêneros (a música, a pintura e a poesia) faz surgir conjuntura de sentimentos interiorizados da humanidade. Entre esses gêneros, o mais profundamente espiritual é a poesia, onde a palavra prepara a conciliação com a ideia. Talvez na poesia, finalmente a arte encontrou seu fim: o espírito absoluto, deixando de efetivar-se pela filosofia e suas formas institucionais que correspondem ao saber livre e abrangente.

 

[9]A partir do século XIII, a estética da luz se desenvolveu, e encontrou no gótico o ápice de sua expressão artística. São duas mãos postas em oração que perfazem o arco gótico, e São Tomás de Aquino identificou plenamente a beleza com o Bem, e pontificou que as coisas bels possuem três características fundamentais, a saber: a) integridade ou perfeição (portanto, o inacabado ou fragmentário é feio); b) a proporção ou harmonia (a congruência das partes); c) a claridade ou luminosidade. Já, em Santo Agostino, a beleza perfeita identifica-se com Deus, é uma estética teocêntrica.

 

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