Na verdade, o que o Brasil necessita é que a instituição escolhida para realizar as investigações criminais tenha um pessoal bem treinado, ganhando bons salários, que tenha à sua disposição armamento de qualidade, viaturas em bom estado, aparelhos de escuta e vigília...Enfim, desde que munida de recursos de primeira linha, não importa qual a instituição que venha a promover o inquérito: a polícia ou o MP.
O que não pode ocorrer é a colocação da repressão criminal nas mãos de uma instituição sem meios e recursos. No Rio de Janeiro, por exemplo, já houve denúncias de que o Estado, por vezes, sequer fornecia filmes para que os fotógrafos tirassem fotos da cena do crime (denúncias feitas pelo ilustre professor Nilo Batista, ex-secretário de segurança carioca, no livro Punidos e Mal Pagos) .
Por isso, esta Coordenadoria entende que os juristas brasileiros, bem como os representantes do Ministério Público e os governantes, devem parar de se preocupar com questões envolvendo o "sexo dos anjos". Pelo contrário, devem centrar seus esforços no aparelhamento da polícia judiciária, indicada constitucionalmente como a responsável pelas investigações criminais no Brasil.