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Texto enviado ao JurisWay em 17/02/2014.
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A vendedora Seyna Duarte, de 42 anos, prefere o cartão de crédito, mas faz ompras no carnê Foto: Freelancer / Pauty Araújo
Um sofá, uma televisão, um aparelho de som: esses são os itens de consumo responsáveis pelos maiores índices de inadimplência do país já há algum tempo, segundo a Boa Vista Serviços, administradora do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC). O que está mudando nos últimos meses é a forma como os consumidores (não) pagam por seus bens. Uma pesquisa divulgada no fim de janeiro revela que as dívidas com carnês já são maiores do que as adquiridas com o cartão de crédito.
Segundo os dados, que levam em conta números de dezembro, o carnê apareceu como forma de pagamento em 31% dos casos de nome sujo. O cartão veio logo atrás, com 25%, seguido por cheques (17%), empréstimo pessoal (12%), cartões de loja (8%) e cheque especial (6%).
Na origem da mudança pode estar a dificuldade em se conseguir crédito nos bancos, ou mesmo uma consciência maior de que a fatura do cartão, quando não bem administrada, pode se transformar numa dívida impagável, com juros exorbitantes.
— Quando há uma restrição de crédito, os varejistas usam mais os carnês. Acredito que houve uma cautela maior dos consumidores com o cartão, por causa dos juros maiores, e uma mudança no meio de pagamento — explica o economista da Boa Vista Serviços, Flávio Calefe.
Na prática, a falta de planejamento acaba levando os consumidores ao endividamento. A vendedora autônoma Seyna Duarte, de 42 anos, prefere comprar com o cartão, mas, quando atinge o limite do dinheiro de plástico, recorre aos carnês dos crediários das lojas:
— Não vejo vantagem no carnê, mas uso quando quero muito alguma coisa.
O aparelho de som que Seyna comprou custava R$ 1.690 à vista. Em 16 vezes, saiu por R$ 2.980, 76% mais caro.
Menos impulso
Vai pagar como? A pergunta dos vendedores deve ser o primeiro sinal de alerta para os consumidores. Escolher entre o carnê e o cartão de crédito não deve ser uma decisão de impulso, mas fruto de um planejamento pessoal.
O economista Flávio Calefe, da Boa Vista, sugere que o cartão só seja usado quando o consumidor tiver certeza de que terá o dinheiro para pagar o valor da fatura seguinte.
— O cartão não exige aprovação de crédito na hora da compra, e as parcelas podem ser financiadas pelo mesmo valor que à vista, fazendo com que essa forma de pagamento seja mais vantajosa— acredita Calefe.
O consultor de finanças Marcelo Maron destaca que é importante questionar os vendedores: o preço da televisão será dividido em 12 vezes iguais? Há alguma outra taxa embutida?
Segundo Maron, as lojas cobram, em média, juros de 3% a 3,5% ao mês quando parcelam nos carnês. Por outro lado, o crédito rotativo do cartão chega a 10% ao mês