Com alta de preços, Banco Central indica que juros voltarão a subir no país

BRASÍLIA - O Banco Central justificou que teve de manter o ritmo de alta de juros para conter a inflação que surpreendeu a todos pela alta do ano passado. Na ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta quinta-feira, os diretores disseram que terão de manter a vigilância para controlar os preços. Na semana passada, o BC contrariou as expectativas de redução do aperto monetário e subiu a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual para 10,5% ao ano.

“O Copom destaca que, em momentos como o atual, a política monetária deve se manter especialmente vigilante, de modo a minimizar riscos de que níveis elevados de inflação, como o observado nos últimos doze meses, persistam no horizonte relevante para a política monetária”, afirmou o comitê. “Ao mesmo tempo, o Comitê pondera que a transmissão dos efeitos das ações de política monetária para a inflação ocorre com defasagens”.

A decisão do BC foi tomada depois que a autarquia não conseguiu cumprir a promessa de diminuir a inflação no ano passado por causa da alta inesperada dos preços em dezembro. A inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), fechou em 5,91%. Já a prévia de janeiro (IPCA-15) desacelerou e ficou em 0,67%. A meta para o ano era de 4,5% com uma margem de tolerância de 2 pontos percentuais.