Simulador de direção pode fazer preços das autoescolas no Rio subirem até 25% a partir de janeiro

O Quem pretende tirar a primeira carteira de habilitação (CNH) precisa acelerar e entrar numa autoescola, ainda este ano, ou frear o consumo, economizando para arcar com a alta de até 25% nos preços dos cursos, prevista para o ano que vem. O percentual decorre de um cálculo estimado por João Ribeiro, presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino para Condutores de Veículos Motorizados do Rio (Sindaerj), devido à implantação do simulador de direção, equipamento que se tornará obrigatório nas autoescolas de todo o país, a partir de 1º de janeiro.

O aparelho — que simula situações no trânsito como as da vida real — custa de R$ 30 mil a R$ 40 mil. Além disso, as autoescolas terão que pagar uma taxa mensal entre R$ 1.500 e R$ 2 mil, pelo serviço de suporte do software.

— Teremos que pagar o instrutor, essa taxa mensal e o equipamento. No fim do ano, o custo será de cerca de R$ 44 mil. Quem vai pagar? O aluno — diz João.

Será o caso do universitário Igor Novello, de 23 anos, que pretende tirar a carteira de motorista no ano que vem. Para o rapaz, o simulador é uma ótima ferramenta para quem não tem experiência ao volante, como ele.

— Mas esse aumento de 25% é alto demais. E os alunos ainda têm que pagar outras taxas para tirar a primeira habilitação — reclama.

Segundo o Departamento Nacional de Trânsito, (Denatran), a implantação do simulador de direção, que estava prevista para junho deste ano, não será adiada novamente

Acidentes caem 50%

Segundo o Denatran, uma pesquisa do National Center for Injury Prevention and Control (Centro Nacional para Prevenção e Controle de Acidentes, em inglês), que pertence ao governo americano, mostrou que o uso do simulador de direção faz o número de ocorrências de acidentes no trânsito cair à metade nos dois primeiros anos após o motorista tirar a carteira.

O equipamento também foi bem avaliado pela diretora da Escola Pública de Trânsito (EPT) do Detran-RJ, Patrícia Barbeta.

— O aluno cria mitos sobre o trânsito, porque ele chega sem nenhuma experiência. O simulador vai trazer muito mais segurança quando ele for para a pista — explica.

Na EPT, o equipamento será usado em cursos especializados, como os de transporte escolar, direção de táxi e preparação de taxistas para trabalhar durante grandes eventos, como a Copa do Mundo.

— Quando o aluno comete infrações, o simulador mostra. Ele pode saber onde errou antes de ir para a rua — diz o instrutor Rodrigo Ribeiro.