Em dias de apagão, usuários de telefone celular sofrem com quedas de sinal 4/2/2013
Raoni Pimentel já ficou sem luz e sem sinal no celular ao mesmo tempo Foto: Rafaella Barros
Falta energia elétrica em casa, entra em colapso o celular. Completamente ilhados, alguns usuários de telefonia móvel sofrem em dias de chuva, quando os apagões pela cidade trazem a reboque os chamados caladões. Quem já passou pela aflição de ficar incomunicável, no breu, foi o universitário Raoni Pimentel, de 21 anos. Cliente da Oi, ele enfrentou esse problema três vezes no ano passado.
— Além de ficar sem luz, fico incomunicável. Mas isso não acontece somente com a Oi. Minha namorada, que mora em Araruama (na Região dos Lagos) e é cliente da TIM, também já passou por isso recentemente — disse Raoni, que mora no Centro do Rio.
De acordo com o engenheiro e professor de Engenharia de Telecomunicações da Universidade Federal Fluminense (UFF) Fernando Beiriz, a queda de energia na cidade não deveria ter nenhuma consequência para a telefonia móvel.
— Todo sistema de telefonia celular tem um backup, um sistema de energia à parte. Quando cai a energia elétrica da rede comercial, a carga é assumida temporariamente por um banco de baterias, até que um grupo de motores geradores assume a operação para continuar fornecendo eletricidade — explica o especialista.
A professora Noemi Pereira, de 45 anos, que mora em Conservatória, distrito de Valença, no Sul Fluminense, já ficou sem sinal para os quatro chips de seu aparelho: Claro, TIM, Vivo e Oi:
— Quando falta luz, automaticamente o celular cai. Todas as operadoras param de funcionar. Somente neste início de ano, isso já aconteceu umas quatro ou cinco vezes. Ficamos ilhados, sem luz e sem meio de comunicação.
A professora Milene Carvalho, de 32 anos, mora em Piraí, também no interior do estado, e conta que já ficou horas sem energia elétrica e sem sinal no telefone móvel, que é da operadora Vivo.
— No mês passado, o problema aconteceu umas cinco vezes. Eu fiquei um dia inteiro sem acesso à internet e sem poder usar o celular. É muito incômodo — contou.
Prejuízo no negócio
O empresário Celso Barbosa, também morador de Conservatória, sofre ainda mais. Dono de um hotel, nos dias de apagão e caladão, ele tem que arcar com o prejuízo no negócio, uma vez que muitas reservas de hóspedes são feitas por meio do celular dele:
— Tenho celular da Oi, e todas as vezes é assim: a luz acaba e o sinal da telefonia também. Dizem que é porque as baterias das torres de celular estão vencidas. Por isso, não seguram a falta de luz.
Segundo o professor de Engenharia de Telecomunicações da Universidade Federal Fluminense (UFF) Fernando Beiriz, a queda de sinal de comunicação durante a falta de luz pode acontecer, mas não deve ser constante:
— O que ocorre é que, nes$localidades, devem estar ocorrendo problemas no sistema ou falta de manutenção necessária.
As operadoras Oi, Claro, TIM e Vivo informaram que todas as suas estações (antenas) têm baterias, cujas du$ções variam. Em geral, duram de duas a 16 horas. Depois disso, geradores entram em ação e suportam igual período sem energia. As companhias acrescentaram que acionam as concessionárias de eletricidade, em casos de falta de luz prolongada.
Segundo a Light, quaisquer equipamentos que dependem de fornecimento de energia podem ficar comprometidos nos casos de interrupções no abastecimento. A Anatel não respondeu às perguntas do EXTRA.
Fonte: Extra - Online