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“Antes de tudo é preciso pensar: o que estou querendo comprar agrega valor a minha vida? Eu preciso daquilo?”, aponta Reinaldo Domingos, educador financeiro da DSOP. Segundo ele, qualquer financiamento leva à dívida, portanto, se puder esperar para pagar algum valor à vista, é melhor. Para conseguir um crédito consciente, Domingos afirma que é preciso que o consumidor tenha certeza que conseguirá honrar seu compromisso financeiro.
Para isso, ele indica alguns itens que devem ser considerados antes de realizar a compra, mesmo considerando a queda nas taxas de juros.
1 - Faça uma reunião familiar para descobrir efetivamente o que a família necessita
2 - Realize uma “faxina financeira”, isto é, um diagnóstico para descobrir quais são os excessos que podem ser cortados. Poupar é sempre uma boa estratégia para não se enrolar
3 - Estabeleça sonhos por períodos: até um ano, 10 anos ou mais de 10 e estudar quanto custa cada um deles
4 - Faça o orçamento financeiro mensal, mesmo que simples, mas considerando toda receita e todos os gastos
Apesar de não existir uma fórmula concreta, o ideal é não comprometer mais do que 20% da renda com financiamentos, afirma Domingos.
Os novos juros valem para você?
Depois de pensar nas dicas de Domingos, o consumidor que pretende tomar empréstimos deve verificar se as reduções de juros se aplicam a ele.
No mês passado, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, seguidos dos bancos privados, iniciaram reduções nas taxas de juros. No entanto, grande parte dos brasileiros não se enquadra no perfil de quem pagará apenas a taxa mínima, explica José Dutra Vieira Sobrinho, economista do Conselho Regional de Economia de São Paulo (Corecon-SP).
O Banco do Brasil, por exemplo, reduziu a taxa mínima de juros do financiamento de veículos (leves) de 1,24% ao mês para 0,99% ao mês. No entanto, a alíquota máxima para o financiamento de veículos chega a 2,65% ao mês. “Quem consegue a taxa mínima é aquele cliente que possui um relacionamento antigo com o banco, quem tem dinheiro aplicado, títulos de capitalização e não tem outras dívidas”, completa Dutra.
Por isso, o consumidor deve observar a taxa que vale para o seu caso, quando for pesquisar o financiamento, e verificar a possibilidade de conseguir taxas menores em outras instituições. O Itaú, por exemplo, também cortou sua taxa mínima para 0,99% ao mês para o financiamento dos veículos leves. Neste mesmo item, o Bradesco reduziu a taxa mínima de 1,35% para 0,97% e a Caixa para 0,98% ao mês, mesmo percentual do HSBC.
Vilões
Apesar de os veículos e a casa própria sempre virem à mente quando se fala em obter um financiamento, são as taxas de juros do cheque especial e o rotativo do cartão de crédito que mais impactam o bolso dos brasileiros, na visão do economista da Corecon. E como essas duas modalidades de empréstimos variam bastante de acordo com o banco e cliente, é sempre bom pesquisar antes de tomar o dinheiro emprestado.
O rotativo dos cartões de crédito apresentam taxas desde 2,49% ao mês, apresentadas pelo Bradesco no último corte de juros realizado pelo banco, para cartões emitidos em parceria redes varejistas e com prazo de até 24 meses, até cerca de 15%, dependendo do perfil da pessoa.
A recomendação de Dutra é pagar a fatura completa do cartão na data e evitar fazer o pagamento do mínimo, o que apenas empurra a dívida para frente. Para quem não conseguir quitar a parcela completa ou quem estiver com pendências no cheque especial, a melhor opção pode ser renegociar a dívida.
Com as taxas de juros reduzidas em algumas modalidades, como o crédito pessoal, pode-se adquirir algum outro tipo de empréstimo, zerar o valor devido no cartão e pagar prestações em outra categoria de crédito com juros mais brandos.
Tudo isso deve ser conversado com o gerente do banco ou até negociado com outras instituições financeiras, dependendo dos cortes efetuados por cada uma delas, a partir de pesquisas de taxas específicas para o seu perfil, avalia o especialista.
Crédito Imobiliário
Já na categoria habitacional, o momento pode ser propício para iniciar um financiamento, na opinião de Claudio Gonçalves, professor do MBA de Gestão de Risco da Escola de Negócios Trevisan.
Mas ele e outros especialistas reforçam que antes de buscar o crédito também é preciso fazer uma avaliação da situação financeira. Se já estiver endividado, é melhor esperar.
Para quem já está com planos de comprar a casa própria, no entanto, “este é o momento oportuno. A tendência é que as taxas possam cair ainda mais até o final do ano”, avalia.
Entre os exemplos de taxas menores está a Caixa, cujo juro cobrado para imóveis com valores até R$ 500 mil caiu de 10% para até 7,8% ao ano mais TR (Taxa Referencial), dependendo do relacionamento do cliente com o banco.
Se o comprador decidir aproveitar a oportunidade, além de avaliar sua situação financeira atual ele também deve ter em mente que vai criar um compromisso por anos, explica Gonçalves. Será preciso mais atenção na organização das contas para não perder o controle.
É preciso, por exemplo, que os consumidores tenham mais consciência sobre as suas contas e sobre o crédito em geral, afirma o educador financeiro Domingos. “Muitas pessoas não se preocupam com os juros, só enxergam se a prestação cabe ou não no bolso," aponta o professor da Trevisan. Por esse motivo, podem pagar muito mais do que deveriam em algum bem.
Antes de sair tomando diversos empréstimos e se lançar às compras, os especialistas recomendam também a busca de mais informações sobre o assunto, em cursos de educação financeira, livros ou na internet. Diversas entidades oferecem palestras gratuitas de finanças pessoais, como a BM&FBovespa e o Procon. Além disso, os bancos e as bandeiras de cartões de crédito também têm seções em seus sites que ensinam como se organizar, controlar as contas e tomar crédito de forma consciente.