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Da Patagônia até a Islândia a diminuição das geleiras descobre solos de onde se levantam tempestades de poeira que afetam a vida marinha e o clima global, segundo estudo publicado nesta quinta-feira na revista Science. “A presença crescente de aerossóis minerais em altas latitudes é surpreendente”, disse Joseph Prospero, pesquisador da Universidade de Miami e autor do estudo.
Pesquisas realizadas por Prospero estabeleceram que a poeira de regiões tropicais da África e transportada para boa parte do sul e do leste dos Estados Unidos é causa de entre 75% a 80% do pó que cai sobre a Flórida. Este não é um fenômeno somente contemporâneo e amostras de sedimentos na terra e de gelo profundo mostram incrementos da circulação de poeiras relacionados aos períodos glaciais.
“Existe um interesse considerável pela distribuição global das fontes de poeira, os fatores que afetam sua emissão e as propriedades das partículas emitidas”, disse Prospero, que ao longo dos anos criou 12 estações de observação no mundo.
O estudo que Prospero desenvolveu nos últimos seis anos na Islândia determinou que “há grandes tempestades de poeira que se originam ali e que vão para o norte do oceano Atlântico”. “O pó contém ferro, que é um micronutriente essencial para os organismos marítimos, o fitoplâncton”, explicou o professor emérito da Escola Rosenstiel de Ciência Marinha e Atmosférica da Universidade de Miami.
“Assim como o nitrato e o fosfato são essenciais para os microorganismos, estes também necessitam de pequenas quantidades de ferro, importantes para a fabricação de enzimas e a conversão do dióxido de carbono em massa corporal”, explicou. Desta maneira, o ferro nas águas oceânicas estimula o crescimento do fitoplâncton, o que, por sua vez, afeta a quantidade de dióxido de carbono na atmosfera.
“A Islândia aparentemente desempenha um papel importante como abastecedor de nutrientes para os organismos marítimos, mas não determinamos a magnitude desse papel”, disse o pesquisador. Segundo Prospero, as tempestades de poeira na Islândia estão aumentando conforme as geleiras diminuem devido ao aquecimento global.
“Por meio de satélites, observamos a diminuição de geleiras na Islândia, no Alasca e na Patagônia, e em todas as partes vemos um aumento da poeira”, continuou. “Esse pó provém do solo em torno da geleira, que conforme vai diminuindo, deixa materiais expostos que são suspensos no ar”. De acordo com ele, “no ritmo atual, em cem anos as geleiras da Islândia desaparecerão”.
A própria poeira contribui para aumentar a velocidade da diminuição das geleiras. “Quando as geleiras estão fortes e limpas, sua cor é branca, brilhante, refratária à luz”, disse. “Mas quando começam a acumular pó em seus sulcos, na parte alta da geleira, absorve-se mais calor da luz do Sol e o derretimento é mais rápido”.
O pesquisador e seus colegas passaram seis anos estudando a ilha de Heimaey, no sul da Islândia, e realizando medições das partículas de pó (aerossóis) no ar. Os cientistas identificaram episódios frequentes de produção de poeira na região, que em alguns casos chegou a 20 microgramas de partículas por metros cúbicos, e determinaram que as emissões de pó da ilha costumam ser mais elevadas na primavera.
Grande parte do pó é transportada em direção ao sul do país e cai sobre o Atlântico Norte.