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Um dinheiro colorido que à primeira vista até parece ter sido tirado de jogos infantis tem tudo para causar um rebuliço na economia de três comunidades do Rio, a partir de setembro. A exemplo do que já acontece em outras 53 localidades pelo Brasil, Cidade de Deus, no Rio, Preventório, em Niterói, e Saracuruna, em Duque de Caxias, ganharão moedas próprias, emitidas por bancos comunitários que serão instalados nas três localidades.
O morador poderá trocar o real pelo dinheiro exclusivo da comunidade e, ao usá-lo no comércio local, ganhará descontos de até 20%. Na Cidade de Deus, a Prefeitura do Rio estima que cada família possa economizar até R$ 200 por mês com os descontos recebidos por usar a moeda social, batizada de CDD. Espera-se ainda que o consumo interno triplique em cinco anos.
— A ideia é não deixar que a renda dos moradores escape da comunidade. Se o comércio local vende mais, a economia fica aquecida e gera mais empregos. É bom para todos — ressalta Marcelo Henrique Costa, titular da Secretaria municipal de Desenvolvimento Econômico Solidário do Rio, que está à frente do projeto na Cidade de Deus.
A inauguração da agência será no próximo dia 15. Os moradores também poderão usar o CDD para pagar contas. Segundo o secretário Marcelo Henrique, a novidade será levada para outras nove comunidades cariocas até 2014. O Complexo do Alemão será o próximo, com o lançamento de sua moeda previsto para o primeiro semestre de 2012.
Em Caxias e Niterói, a iniciativa é capitaneada pela Ampla, que investirá R$ 1 milhão, em dois anos, na implantação dos bancos, que serão geridos por um comitê formado por moradores e comerciantes. Haverá ainda a assessoria da Universidade Federal Fluminense (UFF). O lançamento será na primeira quinzena de setembro. Em Saracuruna, a moeda será o saracura. Os moradores do Preventório poderão gastar em prevê.
Até padre aceita doação em ‘capivaris’
Em Silva Jardim, cidadezinha com pouco mais de 20 mil habitantes no interior do Rio, até as missas de domingo foram invadidas pelas notas de capivari, a primeira e, por enquanto, única moeda social em circulação no estado.
— Recebemos até 60 capivaris a cada missa. Ainda é uma pequena parte das ofertas, mas a moeda está, a cada dia, mais popular na cidade — conta o padre Rogério Simplício, que faz questão de trocar, todos os meses, cerca de R$ 500 por notas de capivari para fazer as compras da casa paroquial.
O banco comunitário de Silva Jardim começou a funcionar em novembro passado e já movimentou mais de R$ 300 mil em operações. A simpatia dos comerciantes veio rapidamente: hoje, de cada dez estabelecimentos comerciais, nove concedem descontos a quem usa o capivari. Segundo o prefeito Marcello Zelão, a moeda também mudou antigos hábitos dos moradores.
— Existia uma ideia de que tudo que vinha de fora era melhor. Até o jornal, tinha gente que comprava no município vizinho. Com o capivari, os moradores passaram a dar mais valor ao comércio local — afirma Zelão.
A contadora Mônica Vasques, de 45 anos, é uma das mais entusiasmadas. Por mês, ela troca R$ 1.200 pelo equivalente em capivaris para gastar no supermercado. O desconto nas compras é de 5%, mas há lojas que abatem até 20% dos preços para quem usa o dinheiro local.
— O banco fica ao lado do supermercado. Troco rapidinho as notas e garanto um desconto de R$ 60 para gastar com outras coisas — conta Mônica.