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 Defesa do Consumidor
 

Marca-passos evoluem e estão cada vez menores e mais sofisticados

Fonte: Estado de Minas - Online 5/5/2011

Texto enviado ao JurisWay em 05/05/2011.

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Márcia Neri - Correio Braziliense

Daniel precisa do marca-passo devido a um problema congênito (Gustavo Moreno/CB/D.A Press)

 

Daniel precisa do marca-passo devido a um problema congênito

 
O primeiro marca-passo cardíaco pesava 60g, era movido a baterias de cádmio e níquel e tinha um diâmetro de 55mm. O instrumento, implantado em 1958 no peito do engenheiro sueco Arne Larsson, foi substituído 21 vezes no decorrer das mais de quatro décadas em que seu coração foi monitorado e os descompassos, corrigidos. Arne consolidou uma carreira de sucesso, viajou pelo mundo, criou dois filhos e, é claro, conseguiu acompanhar a evolução do aparelho que lhe permitiu viver por quase nove décadas. As antigas próteses remediavam apenas a bradicardia (frequência cardíaca abaixo dos 60 batimentos). Bem diferente da engenhoca recebida por Larsson, os marca-passos do século 21 desempenham outras tarefas. O equipamento, que hoje pesa cerca de 20g e não ultrapassa os 5mm, gerencia e corrige outras deficiências. Alguns modelos implantados em crianças pesam não mais que 15g e são do tamanho de uma moeda de R$1. E o futuro garante ainda mais surpresas.

O cardiologista do Incor/Taguatinga Cândido Rodrigues Gomes explica que os marca-passos disponíveis atualmente são multifuncionais, monitoram e gerenciam toda a atividade do coração. A nova geração ajuda a minimizar a bradicardia, a taquicardia e até a insuficiência cardíaca porque também são capazes de aumentar a força do órgão mais vital do ser humano. “Eles funcionam como um anjo da guarda, porque observam batimento por batimento, agindo somente quando necessário. O aparelho grava a atividade cardíaca e produz um relatório que é avaliado periodicamente, permitindo o monitoramento e o ajuste dos medicamentos e do próprio aparato”, diz. A leitura é feita graças a um sistema de telemetria que transmite os dados da memória do marca-passo para um computador. É também pela telemetria que a equipe médica programa o aparelho para desempenhar as funções adequadas a cada paciente e verifica a situação da bateria.

O coração tem capacidade para gerar, automaticamente, um impulso elétrico que se propaga por “fios naturais” até alcançar toda a área cardíaca, fazendo com que o músculo se contraia por inteiro de forma sincronizada e coordenada. Em uma pessoa saudável, ele produz de 60 a 80 batimentos por minuto — pulsando pelo menos 100 mil vezes por dia. As doenças cardíacas alteram esse ritmo, porque danificam a “fiação” natural, gerando poucos ou muitos estímulos. O marca-passo consegue exercer sua função graças a dois eletrodos ligados ao gerenciador de tarefas, introduzidos nas veias cardíacas e fixados na parede do músculo no momento do implante. “Os problemas que levam ao descompasso são de natureza diversa. Podem ser decorrentes de doenças degenerativas, provocados por agentes virais e bacterianos e outros fatores”, acrescenta Gomes.

Os marca-passos não evitam as crises — esse papel é da medicação. Mas, se o coração falhar, o aparelho entra em ação. Um choque produzido pelo dispositivo diante de uma parada cardíaca pode chegar a 700 volts, uma força equivalente ao coice de um cavalo, de acordo com o cardiologista. Quanto mais o sistema é acionado, mais a bateria é consumida. Como o aparelho é blindado, é necessário trocar todo o dispositivo de tempos em tempos.

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“Sustos do bem”
O aposentado Antônio Guida Filho, 60 anos, já experimentou a intervenção do marca-passo por mais de uma vez. Vítima de uma cardiopatia obstrutiva ocorrida há 18 anos, o sistema elétrico passou a sofrer com as sequelas da bradicardia. Dependendo da gravidade da arritmia, Guida Filho recebe estímulos de baixa ou alta energia, corrigindo-a imediatamente. “O marca-passo evita que o paciente tenha que ir ao pronto-socorro para reverter o descompasso e, nos casos mais severos, evita a morte súbita”, observa Martino Martinelli Filho, cardiologista e diretor da unidade de marca-passos do Instituto do Coração da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Guida Filho afirma que o aparelho já intercedeu durante uma parada cardíaca e, provavelmente, evitou o pior. “Estava em um supermercado quando comecei a me sentir fraco, sem fôlego. De repente, levei um choque. Era o desfibrilador agindo e salvando a minha vida”, relata.

Ao contrário do que muitos imaginam, os marca-passos também socorrem pacientes jovens. O servidor público Daniel Ayer Madrid, 28 anos, tem o aparelho implantado há sete. No caso dele, um problema congênito conhecido como síndrome de Brugada desencadeia a pane no sistema elétrico e a arritmia ventricular. Quando o coração acelera, a prótese corrige a taquicardia. “A primeira grande intervenção do marca-passo me derrubou. Fiquei constrangido, pois estava no meio da rua, mas sei que sem esse aparato não estaria mais vivo”, avalia. Fora os eventuais sustos, Daniel relata que tem uma vida normal. É casado, trabalha e se exercita. “Não pratico esportes de contato. O futebol ficou no passado, mas já estou habituado com as limitações. Certa vez, esqueci a carteirinha que comprova que sou portador de marca-passo e tive que ser revistado em um banco. Acabei achando graça. O importante é que estou monitorado”, diz, aliviado. 
 



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