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Acostumado a comprar roupas nas lojas do Centro do Rio ou em shoppings, o carioca poderia se surpreender ao andar pelos boulevards de Paris. Entre um croissant e outro, ele veria que, mesmo ganhando em real e comprando em euro, sairia mais barato vestir-se lá do que aqui. O EXTRA fez uma pesquisa comparando os preços cobrados na Europa e no Brasil pelas mesmas lojas por produtos similares. Um terno masculino de poliéster, que sai por R$ 88,92 na C&A da França, custa R$ 179 na filial daqui — 101,3% a mais.
Entre os vilões que levam o preço às alturas está a carga tributária no país. Números do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) mostram que 34,67% do custo da roupa para o consumidor vêm de impostos.
— O problema é que os tributos vão se acumulando desde o produtor até o vendedor final. É como uma bola de neve que vai aumentando a cada etapa do processo de produção — explica o presidente do IBPT, João Eloi Olenike.
Para o presidente da Associação Brasileira do Varejo Têxtil (ABVTEX), Sylvio Mandel, a adoção de barreiras — tarifárias ou não — às importações, os elevados encargos das folhas de pagamento e a falta de modernização do maquinário da indústria têxtil também contribuem.
— Na Europa, cerca de 70% a 80% das roupas comercializadas são fabricadas na Ásia, onde os custos são mais baixos. No Brasil, ao contrário: cerca de 95% dos produtos de vestuário são de fabricantes nacionais. A maior participação de importados nas vendas poderia baratear as peças no varejo — explica Mandel, lembrando que alguns setores da indústria têxtil nacional são contrários a acordos de importação com países asiáticos.
A estudante Camila Lavor, de 21 anos, sabe como a ida a uma loja pode significar gastos altos:
— Comprei duas calças, uma saia e três blusas numa loja, no mês passado, pagando R$ 500 no fim das contas. As calças, principalmente, estão com valores bem acima do aceitável. Como moro com meus pais, posso arcar com esse custo, mas, com certeza, as roupas pesam muito no orçamento das famílias.
Se a situação já não está boa para os brasileiros, a tendência é piorar. Números da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) mostram que a indústria pagou 177% a mais pelo algodão em fevereiro, frente ao mesmo mês em 2010. Como o produto é o principal insumo da indústria, os preços das roupas deverão sentir os efeitos já a partir deste mês.
C&A |
França |
Brasil |
Variação |
|
Terno masculino(poliéster) |
R$ 88,92 |
R$ 179 |
101,3% |
|
Camisa social masculina (algodão) |
R$ 34,17 |
R$ 49,90 |
46% |
|
Jeans feminino |
R$ 57 |
R$ 59 |
3,5% |
|
Camiseta estampada feminina |
R$ 20 |
R$ 25,90 |
29,5% |
|
Blazer feminino |
R$ 88 |
R$ 89 |
1,1% |
Zara |
Portugal |
Brasil |
Variação |
Camisa social masculina (algodão) |
R$ 59,16 |
R$ 119 |
101,1% |
Calça jeans masculina |
R$ 68,28 |
R$ 99 |
45% |
Calça jeans feminina |
R$ 59,16 |
R$ 89 |
50,4% |
Short jeans feminino |
R$ 68,28 |
R$ 139 |
103,6% |
Calça social feminina |
R$ 68,28 |
R$ 99 |
45% |
Os preços no exterior foram convertidos para o real baseados no euro a R$ 2.28 (cotação de sexta-feira passada). Os valores foram pesquisados na sexta-feira passada: no Brasil, na C&A da Rua do Ouvidor e na Zara do Shopping Rio Sul; no exterior, nos sites das respectivas lojas, na França (C&A) e em Portugal (Zara). Procuradas, as redes não se manifestaram