Preços devem aumentar até 4%

Para não impactar nas vendas, os fabricantes de chocolate amorteceram o repasse dos aumentos nos valores dos insumos

São Paulo. Mesmo com o aumento no preço do açúcar e do Cacau a nível mundial, o ovo de páscoa não será impactado fortemente com o repasse dos valores dos insumos. As indústrias amorteceram a escalada inflacionária e preveem aumento médio de 4% nos preços neste ano.

Na Lacta, por exemplo, esse incremento é ainda menor, de 3%. "Não podemos ficar 100% expostos às variações de mercado. Temos estratégias de compra. Os ovos estão sendo produzidos desde setembro. É bastante tempo. Existe um impacto, mas a gente consegue não ficar tão vulnerável", afirmou o diretor de marketing de chocolates da Kraft Foods, Eduardo Caldas.

Até a linha infantil, que poderia sofrer mais com a alta nos preços por conta da expansão dos custos de produção dos brindes na China, foi minimizada para o consumidor. "O custo dos ovos infantis, por conta do aumento do preço da mão-de-obra na China, cresceu 20% com relação ao ano anterior. Mas fizemos uma composição de forma que impactasse o mínimo possível ao consumidor", explicou Caldas.

Os 4% de aumento médio previstos ficam por conta da linha Nestlé. "Menos que a inflação do período", reforça o gerente de marketing da companhia, Ricardo Bassani.

Ampliação da Kraft

"Não estamos considerando fábricas em outros lugares". Foi assim que o diretor de assuntos corporativos da KraftFoods, Fabio Acerbi, eliminou uma possível implantação de uma unidade da empresa no Ceará. No momento, nem tendo ainda inaugurado a fábrica de Vitória de Santo Antão, em Pernambuco, a Kraft já planeja sua ampliação.

"Já estamos conversando com o governo de Pernambuco para fazer uma ampliação da fábrica antes mesmo de inaugurá-la. Vimos que fazia sentido estar lá. Já pensamos num terreno que comportasse uma ampliação, que vai ocorrer pela maneira que estamos crescendo na região", afirmou Acerbi.

A unidade pernambucana, com obras civis quase finalizadas e que entrará em operação em maio deste ano, produzirá, em um primeiro momento, as linhas de bebidas em pó da companhia, como Tang e Fresh, mas já deve fabricar, em fase de testes os chocolates Bis e tabletes, além de poder contemplar futuramente a produção de biscoitos e balas. A nova planta recebeu investimentos da ordem de US$ 50 milhões. (DB)