Salto nos juros dos veículos

Levantamento do Banco Central mostra financiamentos de carros e motos mais caros

Rio - O aperto do Banco Central para conter a expansão do crédito mostrou seus efeitos em janeiro, principalmente no financiamento de veículos. Além de queda no volume das operações, as taxas de juros subiram, desestimulando consumidores a comprar carros e motocicletas em prazos superiores a dois anos. Enquanto a taxa anual para esse tipo de empréstimo era de 22,76%, em novembro, no mês passado, os juros na transação chegaram a 27,15%.

Segundo o Banco Central, em relação a dezembro do ano passado, os financiamentos de veículos caíram 33,5%. As medidas de contingenciamento de crédito também tiveram reflexo nos empréstimos pessoais — com redução de 10,2%. A taxa média de juros na modalidade também subiu, partindo de 41,99%, em novembro, 44,11%, em dezembro, e chegando a 48,32%, no mês passado.

Ficar no vermelho e usar o cheque especial também ficou mais caro. A taxa anual está em 172,57%, contra 170,71%, para dezembro, e 169,39%, em novembro.

O levantamento do BC mostra que a inadimplência das pessoas físicas se manteve estável em janeiro em relação ao mês anterior. Já a impontualidade entre pessoas jurídicas cresceu 0,1 ponto percentual, atingindo 4,6%.

Desde dezembro, a autoridade monetária vem tomando medidas para conter a inflação e o aquecimento da economia. Além de aumentar o compulsório dos bancos, operações de crédito superiores a 24 meses sofreram restrições. O Banco Central também vem aumentando a taxa básica de juros, a Selic.