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 Defesa do Consumidor
 

Necessidade de espaço para armazenar dados digitais é cada vez maior

Fonte: Correio Braziliense 15/2/2011

Texto enviado ao JurisWay em 15/02/2011.

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A era digital fez explodir o número de informações produzidas e passou a exigir cada vez mais áreas para armazená-las. Especialistas alertam que repetições no material são imensas e que "lixo cibernético" faz gastos aumentarem imensamente
 
Na chamada era digital, quem já parou para pensar quantos bytes de informação o mundo todo guarda, compartilha e processa anualmente? Ações como entrar na conta de e-mail, ler notícias on-line, fazer ligações e mandar mensagens no celular já são tão naturais no cotidiano que, normalmente, não há nenhuma reflexão sobre o universo que há por trás disso. Aqui está a resposta: em 2007, a humanidade armazenou 295 trilhões de megabytes, transmitiu cerca de 2 quatrilhões de megabytes e realizou 6,4 milhões de instruções por segundo (Mips) em computadores de uso geral. Os números gigantescos foram o resultado de um estudo, publicado ontem na revista científica Science, que traçou a capacidade tecnológica global nessas três áreas entre 1986 e 2007.

Segundo o professor do Departamento de Ciência da Informação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Francisco das Chagas de Souza, 295 trilhões de megabytes de informação armazenada não chega a ser um número exorbitante. “Pelo ritmo de produção atual, não é excessivo. Entretanto, há, seguramente, uma enorme repetição. Considerando que, pelos dados do Royal Pingdom, em 2010 foram enviados 107 trilhões de e-mails, dos quais 89,1% eram spam, há também uma enorme quantidade de lixo armazenado. Esse é apenas um dos dados. Sendo otimista, a informação ‘boa’ talvez não passe de 20%”, pondera.

Para Souza, esse grande volume de informação guardada e transmitida entre as pessoas pode ter um lado negativo: “Ocorre a redução do acesso a material de qualidade pela sobrecarga do sistema com o lixo tóxico representado por dados repetidos. Também pode haver aumento do custo dos sistemas de recuperação, devido ao aumento da quantidade de informação disponível”.

Em entrevista ao Correio, o pesquisador alemão Martin Hilbert destaca a importância de computar informações, uma função tecnológica que considera subestimada. “Falamos muito sobre a ‘revolução da comunicação’ e sobre a ‘sociedade em rede’. No entanto, verifica-se que nossa capacidade de processar dados tem aumentado em velocidade bem maior do que a de guardá-los e repassá-los”, explica. “A capacidade de processamento em computadores de uso geral, como os utilizados em casa e no trabalho, tem aumentado em 58% ao ano. Já o crescimento anual do armazenamento global de informações chega a apenas 23%”, afirma. Por sua vez, a telecomunicação bidirecional, com o uso de telefones e da internet, cresce 28% ao ano, seguida de longe pela transmissão de informações pelos canais de radiodifusão, com desenvolvimento anual de apenas 6%. “Mas, apesar da participação crescente, as telecomunicações ainda são uma parte bastante modesta da paisagem da comunicação global (3,3% do seu total em 2007, em comparação a 0,07% em 1986)”, adverte Hilbert.

Mais tevê
Embora existam apenas 8% a mais de dispositivos de radiodifusão no mundo do que equipamentos de telecomunicação (em 2007 eram, respectivamente, 6,66 bilhões contra 6,5 bilhões), aparelhos como rádio e televisão comunicam 27 vezes mais informação por dia do que a média dos aparelhos de celular e de conexão na web. “Esse resultado é compreendido quando se considera que uma assinatura média de internet efetivamente utiliza a totalidade de sua banda apenas por cerca de nove minutos por dia (durante uma sessão média diária de 1h36), enquanto a população passa, em média, três horas por dia em frente à tevê, que transmite continuamente novas informações.”

Marta Kerr, professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) especialista em gestão da informação, afirma que lidar com a grande quantidade de dados disponíveis em meios digitais é considerada um desafio para os governos e as empresas em todo o mundo. “Há um grande dilema entre que tipo de informação esses grupos podem divulgar e quais devem manter guardadas. Se eles se fecham muito e não disponibilizam certos materiais, perdem a chance de uma pessoa que poderia agregar valor à informação ter acesso a ela. Contudo, se falam demais, correm o risco de ter prejuízo em temas confidenciais”, exemplifica.

Transição
O longo período de análise, de 21 anos, foi determinado pelos pesquisadores Martin Hilbert e Priscila López para incluir dados sobre o processo de transição tecnológica dos suportes analógicos para os digitais. Hilbert ressalta que a “era digital” começou, efetivamente, no século 21. “Em 2000, 75% de toda a informação ainda estava em formato analógico, constituído essencialmente por fitas de vídeo, como as VHS. Sete anos depois, 94% de nossa memória tecnológica em todo o planeta consistia em bits e bytes”, descreve. “Isso não é nada mais do que ‘um piscar de olhos’ na perspectiva histórica”, admite.

O professor de arquivologia André Porto Ancona, do Departamento de Ciência da Informação e Documentação da Universidade de Brasília (CID/UnB), acredita que, com a transição do formato analógico para o digital, a capacidade de gerenciar informações é feita de maneira muito mais eficiente. “Antes, o gerenciamento era feito fisicamente. Você tinha que pegar textos, livros, fitas de vídeo, selecionar o que achava importante, catalogar e jogar fora o que considerava desnecessário. Hoje, com e-mails, por exemplo, você guarda em pastas específicas tudo o que chega para você”, diz. Ancona afirma que mesmo com a maior eficiência no gerenciamento, o risco de perder informações ainda existe, ao ser preciso reformatar a memória do computador ou do celular, por exemplo, ou ao perder a senha de um programa usado na web.

A professora da UnB Eliane Braga de Oliveira, mestre em biblioteconomia e documentação, alerta que a capacidade de armazenagem possibilitada pelo meio eletrônico não significa a mesma capacidade de organização e disponibilização dessas informações para a sociedade. “Se o meio eletrônico passa a ser usado na produção e na transmissão da memória social, é preciso que a sociedade possa acessá-la de forma atemporal, ou seja, informações geradas no passado disponíveis agora e no futuro.”
Hilbert destaca que, no campo da radiodifusão, esse processo de transição ainda caminha lentamente. “Apenas 25% da informação de radiodifusão era digital em 2007”, explica, acrescentando que “a expectativa é que isso mude com a tevê digital”.

Íntegra da entrevista com o pesquisador Martin Hilbert, da University of Southern California, nos Estados Unidos.

1- Quais foram as categorias de tecnologia analisadas na pesquisa?

Analisamos as 60 mais proeminentes categorias em 3 grandes grupos: armazenamento, comunicação e computação.

Para conferir matéria na intergra, Clique Aqui.



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