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Hoje ele tira fotos em alta resolução, acessa a internet, tem TV digital, rádio e até GPS. Mas nem sempre o celular foi assim.
Quando chegou ao Brasil, há 20 anos, os aparelhos pesavam quase um quilo, a habilitação da linha custava cerca de US$ 20 mil e o aparelho US$ 3,5 mil, em valores da época. Mal conseguia se completar as ligações, que hoje passaram a ter função secundária para muitos dos seus usuários.
O celular, sem dúvida, foi um dos meios de comunicação que mais evoluiu e se popularizou no País. Prova disso, são os números de linhas habilitadas, que superam, de longe, os da telefonia fixa.
Segundo os dados mais recnetes divulgados pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), existem mais linhas habilitadas de celulares do que habitantes no País. Em novembro, a agência contabilizou 197,5 milhões de acessos em operações. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no mesmo mês, somou 193,7 milhões de brasileiros. Isso significa que para cada 100 habitantes, existem 101,96 celulares. Em algumas regiões do Brasil, a concentração ainda é ainda maior. No Centro-Oeste, por exemplo, há 121,83 celulares para cada 100 habitantes e no sudeste, 111,82 celulares. Já o número de linhas fixas não chega a 45 milhões em todo o País.
Até julho de 1998, as empresas de telefonia eram todas estatais no Brasil e tinham capital exclusivamente nacional. Segundo estimativas, antes da privatização, o País possuía cerca de 5,5 milhões de linhas habilitadas. Com as vendas das licenças para as operadoras privadas, o setor se tornou competitivo e os números de acessos começaram crescer.
Segundo dados do consultor Ethevaldo Siqueira, o setor de telefonia no Brasil recebeu investimentos de R$ 180 bilhões nos últimos 12 anos, boa parte destinada à expansão da telefonia móvel. O valor é bem superior aos aportes feitos pela Telebras, cerca de R$ 60 bilhões, durante 25 anos.
Como tudo começou
A primeira ligação de celular no País foi protagonizada pelos ministros, da época, Ozires Silva e por Jarbas Passarinho, na cidade do Rio de Janeiro, no dia 30 de novembro de 1990. Ozires, no Rio, ligou para Passarinho, em Brasília.
O sistema utilizado era o AMPS, que começou com capacidade para 10 mil terminais e abrangia apenas 2 mil quilômetros quadrados - ou seja - apenas a Grande Rio.
A extinta Telerj investiu US$ 68 milhões, além de outros US$ 10 milhões em equipamentos já existentes que foram readequados. O sistema novo era composto de uma central de telefonia móvel, 17 estações rádio-base16 antenas instaladas em túneis.
Status social
No começo da década de 1990, ter um aparelho celular era sinal de status. Hoje, as operadoras já não cobram mais para habilitar as linhas e muitos dos modelos, dependendo do plano, saem gratuito para o consumidor.
Além da queda nos preços dos serviços e aparelhos, a popularização do celular no Brasil ocorreu também com a chegada das linhas pré-pagas, que, apesar de possuírem tarifas mais altas, são a preferência dos brasileiros. Do total das linhas habilitadas atualmente, 82% delas são pré-pagas. Maranhão e Piauí lideram o ranking, com mais de 92% de celulares pré-pagos.
A aparência e suas funções também passaram por muitas mudanças ao longo dos últimos 20 anos. Se antes eles eram desengonçados, pesados e com funções limitadas. “Hoje já podem ser considerados minicomputadores portáteis, cada vez mais leves, mais modernos e com múltiplas funções”, afirma Daniel Mendes, especialista da área de telefonia móvel e diretor da Fluida mobile marketing, empresa especializada em aplicativos para celular.
Internet móvel
Em novembro, de acordo com dados da Anatel, cerca de 20 milhões de linhas de celulares habilitadas possuíam acesso à banda larga móvel. No mesmo período de 2009, o número não chegava a nove milhões. “Está havendo uma revolução na comunicação humana e o celular está se transformando em uma estação multimídia, pois atende desde o jovem que acessa as redes sociais e ouve músicas ao executivo que leva o escritório no bolso”, afirma Mendes.
Segundo Marcelo Pugliesi, diretor de novos negócios da Direct Talk, companhia voltada para o desenvolvimento de ferramentas via mobile, a chegada dos smartphones (telefones inteligentes) no começo dos anos 2000 revolucionou de vez o mercado de celular no Brasil. “Hoje, o serviço de voz já não é a principal função do celular, que cedeu espaço a outros aplicativos”, diz.
As transformações no celular, no entanto, não devem estagnar e tem muito espaço para novas tecnologias. Em japonês, a palavra celular (keitai) significa extensão da mão. Não é possível saber o que vai acontecer no futuro com os aparelhos e quais serão as ferramentas acopladas a ele daqui a alguns anos; “mas dá para destacar que a realidade aumentada, como a tecnologia 3D, e a geolocalização, sistema de rastreamento, são hoje as novidades mais quentes da telefonia móvel”, diz Mendes.
Recentemente uma pesquisa divulgada pela Acision, empresa de gestão de dados móveis, apontou que cerca de 70% dos usuários de internet móvel no Brasil acessam as redes sociais. O volume é ainda maior entre os usuários dos smartphones, quando mais de 80% deles acessam as redes, como Twitter, Facebook e Orkut. Ouvir música, no entanto, é o serviço preferido de entretenimento pelo celular. Mais da metade dos brasileiros fazem do celular seu aparelho de som portátil.