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 Defesa do Consumidor
 

Consumidores já sentem no bolso aumentos acima de 10% nos preços no atacado

Fonte: O Globo - Online 20/9/2010

Texto enviado ao JurisWay em 20/09/2010.

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BRASÍLIA- Grandes responsáveis pela manutenção do superávit comercial brasileiro, que de janeiro a agosto deste ano ficou em US$ 11,673 bilhões, os preços das commodities agropecuárias explodiram no mundo e já chegam a níveis próximos aos registrados até setembro de 2008, mês de recrudescimento da crise financeira internacional. Os aumentos, registrados no atacado brasileiro, começam a ser sentidos no bolso do consumidor. Carnes em geral, milho, soja, açúcar e trigo tiveram seus valores aumentados em mais de 10% no último ano, ou seja, bem acima da inflação em 12 meses. No acumulado, o IPCA ficou em torno de 4,5%.
 
 Ao contrário do ano passado, quando havia forte movimento especulativo nas bolsas de commodities, dessa vez os problemas climáticos no mundo são os principais fatores para esse quadro e, por isso, o consumidor sentirá no bolso as altas a curto prazo. Mas é transitório - diz o economista Fábio Silveira, da RC Consultores.
 
O secretário de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Célio Porto, aponta pelo menos três razões para esse cenário: a suspensão das exportações de trigo pela Rússia; a forte demanda por alimentos pelos asiáticos, com destaque para a China; e o aumento do uso do milho, nos EUA, para a fabricação de etanol.
 
Tudo isso já nos leva a crer que os preços das commodities tendem a subir ainda mais - avalia Porto.
 
O caso do trigo é significativo. No Rio de Janeiro, estado onde havia estoque em quantidade razoável, o preço da farinha de trigo já subiu, desde maio, em torno de 30%.
 
 Novos aumentos virão no pão francês, macarrão, biscoitos e outros derivados, pois o preço do trigo já subiu 80% - diz Antenor Barros Leal, presidente do Sindicato da Indústria do Trigo do Rio.
 
No caso da carne bovina, os preços subiram mais de 16%; no do açúcar refinado, a alta foi de 18,9%.
 
Alimentação deve ter inflação de 1%

A variação para os itens de alimentação dentro do IPCA deve ficar em cerca de 1% ao mês a partir deste mês, como reflexo do que está acontecendo nos preços dos atacados, avalia o economista-chefe da Máxima Asset Management, Elson Teles. Ele lembrou que o IPA agrícola está avançando acima de 3% ao mês e, invariavelmente, vai ser refletido nos preços para o consumidor final.
 
 Ainda é muito cedo para dizer que (a inflação de) alimentação vai explodir, porque ainda há alguma gordura para queimar - diz ele, referindo-se ao comportamento desses itens nos últimos três meses, com deflação.
 
Em junho, a deflação dos alimentos foi de 0,90% pelo IPCA, de 0,76% em julho e de 0,20% no mês seguinte.
 
Sob a ótica da política monetária, que usa os juros para conter a demanda e estancar escaladas de preço, esse choque nos preços dos alimentos não deve surtir tanto efeito, dizem analistas. Primeiro, porque há outros fatores compensando essa pressão, como a atividade econômica mais fraca no mundo todo. Além disso, trata-se de situação temporária, causada sobretudo por condições climáticas e, assim, caracterizando-se como um problema de oferta, e não de demanda - foco da preocupação do Banco Central (BC).
 
O BC mira na inflação cheia, e não nos núcleos (de inflação, que trabalham como um grupo reduzido de itens). Esses aumentos nos preços dos alimentos não devem afetar muito o IPCA - afirma o economista da Tendências Bernardo Wjuniski, acrescentando que espera a manutenção da Taxa Selic em 10,75% ao ano até, pelo menos, o primeiro trimestre de 2011.



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