Últimos artigos
Consumo de gás natural no País cresce 55% em outubro 22/12/2010
União desvia R$ 43 bi de fundo de telecomunicação 22/12/2010
Senado aprova regulamentação da profissão de arquiteto e urbanista 22/12/2010
Cartão aluguel pode ser ampliado 22/12/2010
Em 2010, nº de celulares pode passar de 200 milhões 22/12/2010
Regras disciplinam mediação e conciliação 16/12/2010
Nova lei obriga noivos acima de 70 anos a ter separação de bens 16/12/2010
Quase metade da população brasileira tem veículo próprio 16/12/2010
Livros de papel e os clubes de leitura continuam em alta no Brasil 16/12/2010
Equipamentos eletrônicos sem utilidade serão recolhidos para reciclagem no Rio 16/12/2010
A proposta é tentadora: cura ou melhora significativa para esclerose múltipla, Alzheimer, lesões na medula e vários outros males que a medicina tradicional até agora não consegue resolver de forma definitiva.
Mesmo sem documentação científica que comprove esses resultados, é cada vez maior o número de pessoas que se aventuram por clínicas que oferecem tratamentos com células-tronco. A maioria em países com regras frouxas quanto a seus riscos e eficácia.
O chamado “turismo de células-tronco” atingiu escala global e, até maio de 2009, pesquisadores já tinham identificado 27 países que disponibilizam o tratamento.
Embora a maioria dos centros fique na Ásia, com destaque para China e Índia, há polos também em países da Europa, como a Alemanha.
Para atrair clientes do exterior, as clínicas têm sites bem cuidados –normalmente com versões em inglês e francês– com fotos e depoimentos de pacientes relatando o progresso após serem submetidos à terapia.
No topo do ranking de tratamentos estão as doenças degenerativas, como mal de Parkinson. Derrames e diabetes vêm logo atrás, seguidos por lesões na espinha. Embora menos comum, terapia contra HIV/Aids também pode ser encontrada.
“As células-tronco são muitas vezes apresentadas como solução milagrosa para qualquer problema. Isso é sensacionalismo. As terapias realmente comprovadas ainda são muito restritas”, diz Lygia Pereira, do departamento de Genética e Biologia Evolutiva da USP.
ÚNICA ESPERANÇA
Uma vez no organismo dos pacientes, as células-tronco estão sujeitas a uma série de problemas, desde o crescimento fora de controle até a transformação em células diferentes das desejadas. Em alguns casos, até tumores. Esses riscos não costumam ser descritos pelas clínicas.
Para a geneticista, os centros oferecem falsa esperança de cura e se aproveitam do desespero da doença.
“É muito difícil, como profissional e ser humano, dizer para alguém que não existe alternativa, mas os médicos e os pesquisadores têm de ser fortes. A ciência séria precisa de comprovação, por mais tentador que seja”, afirma.
GUERRA DECLARADA
A questão dos bioturistas se tornou tão significativa que a Sociedade Internacional de Pesquisas com Células-Tronco (ISSCR, em inglês) criou um site (www.closerlookatstemcells.org) sobre isso.
Além de desmascarar os principais golpes – como simplesmente injetar soro e outras soluções no corpo do paciente- os especialistas se oferecem para analisar clínicas suspeitas.
Na página há um guia para download, com informações em cinco idiomas (o português deve entrar na lista até o fim de setembro).
Revistas científicas respeitadas, como “Science” e “Nature”, têm abordado o tema mais regularmente desde o ano passado.
Este mês, a FDA (Federal Drug Administration), órgão que regulamenta os procedimentos médicos nos EUA, entrou na Justiça para impedir que uma clínica do Colorado oferecesse o tratamento com células-tronco.
(Fonte: Folha.com)