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Pesquisa do Bradesco mostra o temor dos empresários em perder parte do mercado para os produtos de fora. O consumidor agradece
Gabriel Caprioli
Brasileiros estão comprando de tudo, beneficiados pelo aumento da renda e do emprego e pelo real forte. Com a inflação sob controle, BC deve segurar a Selic
Esse retrato é o efeito mais benéfico da concorrência. Os consumidores brasileiros estão vendo que é possível levar para casa produtos de melhor qualidade a preços mais acessíveis. Os empresários do país que não se renderem a essa realidade não só verão os estoques aumentarem como os lucros despencarem. “Desta vez, tudo está conspirando a favor dos consumidores. Como há um superestoque de mercadorias no mundo, por causa da recessão econômica nos países desenvolvidos, há um forte direcionamento de mercadorias para países como o Brasil, que estão avançando a passos largos”, diz o economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Carlos Thadeu de Freitas Gomes.
Mas não é só. Com o dólar enfraquecido, os importados têm chegado ao país a preços muito mais baixos do que há dois anos. Carros antes considerados fora da realidade estão indo direto para as garagens de muitos felizardos. Televisões e computadores de última geração também alegram os fascinados pela tecnologia. Ou seja, mesmo com a atividade mostrando um ritmo forte, os empresários nacionais não estão conseguindo ampliar além da conta as margens de lucro. Até porque estão tirando um naco do atual momento ao importarem matérias-primas mais baratas.
Na avaliação do diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, Octavio de Barros, a competição de grandes produtores internacionais, como a China, os Estados Unidos e a União Europeia aumentam ainda mais a pressão dos importados sobre os industriais brasileiros, moderando os reajustes de preços. No ano, as compras externas do país cresceram 45% até a semana passada, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. No mesmo período, as exportações apontaram incremento de 28,1%.
Bernardo Wjuniski, economista da consultoria Tendências, vai além. “O que ocorre hoje é muito simples de avaliar: apesar do ciclo positivo, os empresários precisam manter os preços baixos, para ser competitivos. É um quadro completamente diferente da época pré-crise (de 2008), quando o aquecimento na economia era mundial. O consumo estava aquecido em todo o planeta”, comenta.
Juros estáveis
Se os empresários terão de fazer um esforço redobrado para manter os lucros, certamente a vida do BC ficou mais fácil, pois os exageros foram corrigidos pela competição. Não à toa, uma parcela crescente de analistas já aventa a hipótese de o Comitê de Política Monetária (Copom) manter inalterada a taxa básica de juros (Selic) em sua reunião na próxima semana. Essa aposta é reforçada pelos mais recentes indicadores de inflação. Segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), pela nona semana consecutiva, o Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) registrou deflação, agora de 0,17%.