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Incêndios na Rússia e safras menores na Argentina influenciam cotação internacional do trigo. Derivados já estão até 3% mais caros. Especialistas dizem que custo do pão francês não aumenta por enquanto para o consumidor
Tamara Menezes
Rio - Seca e incêndios florestais na Rússia vão deixar os preços do macarrão mais altos por aqui. O trigo comprado e vendido por brasileiros, que sofre influência da cotação internacional, está mais caro desde o fim de julho e pode pesar ainda mais no bolso do consumidor. Ainda não há previsão de repasse do custo do pãozinho francês mas, se a alta se mantiver, o brasileiro vai pagar mais caro por alimentos que levam trigo na receita.
A expectativa é do presidente da Associação Brasileira de Massas Alimentícias (Abima), Claudio Zanão, que revela que massas já estão 3% mais caras para o consumidor. O presidente do Sindicato da Indústria do Trigo no Rio, Antenor Barros Leal, confirma a tendência. De acordo com ele, os preços do trigo importado estão inflacionados.
Zanão conta que problemas climáticos na Rússia e países do Leste Europeu, grandes produtores, influenciam a oferta mundial do produto. Como a demanda não se altera, o preço do trigo à venda sofre impacto. O Brasil importa cerca de cinco milhões de toneladas, perto da metade do que consome. Safras menores na Argentina e dificuldade de escoar a produção do Paraná e Rio Grande do Sul, segundo Antenor, também prejudicam a oferta.
PÃOZINHO FORA DE RISCO
Mas, para João Batista Oliveira, presidente da Associação Brasileira da Indústria da Panificação e Confeitaria, ainda não há risco do pãozinho encarecer. “O trigo representa 30% do custo do pão. Estimulamos o aumento do consumo. Se o preço sobe, ele cai”, diz.
Batista acredita que o trigo brasileiro, que começa a ser colhido este mês, pode estancar o impacto estrangeiro. Dúlio Mota, do Sindicato da Indústria de Panificação do Rio, afirma que a farinha de trigo já está 10% a 12% mais cara, mas diz que ainda não haverá repasse, por enquanto. Na Cesta de Compras da Fecomércio-RJ, o preço do trigo ficou estável entre julho e agosto e o do pão francês subiu 0,41%.
Colheita pode evitar alta
O consumo brasileiro de trigo chega a 11 milhões de toneladas, mas o País só produz perto da metade. A boa notícia é que 75% da produção mundial é colhida no segundo semestre. Se as safras esperadas se confirmarem, podem equilibrar a oferta e a demanda para contornar especulações que encarecem o produto.
O volume de trigo nos estoques também afeta o preço já que vai determinar a reação dos fabricantes de produtos a base de trigo. “É uma ótima oportunidade de conquistar mercado se o fabricante segurar o preço”, defende Claudio Zanão.
Especialistas reclamam da falta de transporte ferroviário e marítimo, além do preço do frete rodoviário no País. Por isso, compensaria importar de países como Argentina, Paraguai, Uruguai e Canadá, nossos principais fornecedores, alega Antenor Leal, do Sindicato da Indústria do Trigo. Problemas na Europa fizeram o preço variar até 75% em 40 dias.