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Lei dos Resíduos Sólidos estabelece regras para descarte de celulares, computadores, baterias e pilhas, que não podem ir para o lixo comum
POR MARINA ESTARQUE
Rio - Quem recebe spams por e-mail se aborrece, mas pelo menos não tem dificuldade em limpar o lixo eletrônico da caixa-postal. Infelizmente, o nosso planeta não tem a mesma facilidade para lidar com o lixo eletrônico que recebe, ou seja, os resíduos de aparelhos como telefones celulares, computadores e as baterias e pilhas que os alimentam. O produtor de vídeo Luiz Paulo Leão recolhe as pilhas e baterias no trabalho | Foto: Alessandro Costa / Agência O Dia O problema destes materiais é que eles contém substâncias altamente tóxicas, como metais pesados e substâncias químicas contra chamas que não podem, em hipótese alguma, ser jogados no lixo comum. O chamado e-lixo deve ser reciclado ou descartado em aterros controlados para impedir a contaminação dos solos e lençóis freáticos. INFOGRÁFICO: O perigo do lixo eletrônico Inclusão e reciclagem A nova lei dos resíduos sólidos tenta mudar a ideia que se tem do lixo. Para especialistas, o termo é carregado de preconceito e transmite a ideia de que o material não serve para nada. Na verdade, o que é lixo para uns pode ser muito útil para outros. Essa é a aposta do Comitê para Democratização da Informática (CDI), ONG que recebe doações de computadores e periféricos para projetos de inclusão digital e reciclagem. Além de útil, o lixo pode ser lucrativo. Sabetai Calderoni, presidente do Instituto Brasil Ambiente, afirma que os resíduos podem gerar renda. Onde descartar?
Após 20 anos tramitando no Congresso, a política nacional de resíduos sólidos, que também trata do descarte desses materiais, foi sancionada na semana passada. A nova lei, que deve ser regulamentada em 90 dias, estabelece que a responsabilidade pelos resíduos deve ser compartilhada entre fabricantes, comerciantes, governo e consumidores.
As empresas terão que criar o chamado ‘sistema de logística reversa’, ou seja, um método para recolher os resíduos que possam ser reciclados ou reutilizados e dar um destino final aos rejeitos, materiais que não podem ser reaproveitados.
O governo também terá que mudar sua postura em relação ao lixo eletrônico. Segundo o IBGE, 63,6% dos municípios brasileiros utilizam lixões, uma prática já proibida, e apenas 18,4 % deles acorrem a aterros controlados. Dados das Nações Unidas indicam que o Brasil é o país emergente que mais produz lixo eletrônico de computadores por habitante.
Apesar da situação alarmante, não há dados oficiais sobre a quantidade de resíduos gerados e reciclados. A lei representa uma mudança de mentalidade e defende que o lixo deve ser preocupação de todos.
Assumir a responsabilidade pelo seu próprio lixo não é tão difícil quanto parece. O produtor de vídeos, Luiz Paulo Leão, 31 anos, coleta as pilhas e baterias que usa, assim como as dos colegas de trabalho, e as descarta numa das lixeiras especiais da Comlurb espalhadas pela cidade, para que tenham destino seguro. “Não dá trabalho nenhum, é questão de mirar na lixeira certa”, conta. Um exemplo de como cada um pode ajudar a tornar o lixo eletrônico menos nocivo.
“Os eletrônicos contêm materiais altamente valiosos. Reciclar este tipo de resíduo significa fazer uma mineração segura, sem os impactos ambientais da atividade tradicional”, explica Calderoni.
Quem quer descartar corretamente seu lixo eletrônico ainda precisa de um pouco de paciência. Mas a expectativa é que isso se torne cada vez mais simples. Os produtos mais fáceis de jogar fora são pilhas, baterias e celulares. Para os primeiros, basta entrar no site da Comlurb e encontrar a cesta de coleta mais próxima. No entanto, a Comlurb não faz a reciclagem das pilhas, apenas as encaminha para um aterro sanitário controlado.
Uma opção melhor, neste caso, é levar o produto a qualquer agência do Banco Real, empresa que recicla o material. Para celulares, operadoras recolhem os aparelhos em suas lojas, para a reciclagem. Além disso, empresas produtoras possuem pontos de coleta em suas assistências técnicas. Para computadores, notebooks e periféricos, fabricantes como Dell, Positivo e HP possuem programas de reciclagem de seus produtos.