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Consumo de pão no país não tem crescido nos últimos anos.
País tem hoje cerca de 63.200 padarias.
Anay Cury
A estagnação do consumo de pão no Brasil tem levado o setor a diversificar suas atividades para continuar crescendo. Nessa busca, o pãozinho vem perdendo espaço, e muitas padarias passaram a funcionar 24 horas.
“Hoje, a padaria oferece tudo o que o cliente pode precisar. Não vendemos mais só pão, como antigamente. Se quiser pizza, o consumidor encontra. Se quiser fazer seu happy hour, tomar uma cerveja, ler uma revista, um jornal, encontra tudo isso no mesmo lugar. Quereremos transformar a padaria na sala de estar do brasileiro”, disse o presidente do sindicato das panificadoras, Antero José Pereira.
O investimento que tem sido feito por muitas panificadoras é justificado pelo baixo consumo de pães no país, segundo o sindicato das padarias do estado de São Paulo, um dos organizadores da maior feira da América do Sul, a Fipan, realizada durante esta semana.
De acordo com dados do setor, o consumo de pão no país não tem registrado crescimento nos últimos anos, ficando em 33 quilos por pessoa - abaixo da meta ideal indicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de 60 quilos.
Café da manhã e chá da tarde
Há 16 anos no mercado, Carlos Gonçalves Teixeira decidiu ampliar sua padaria no Brooklin, na zona sul de São Paulo, a Manhattan. Os pães e doces tradicionais ganharam a companhia de buffets de café da manhã, almoço e chá da tarde no ano passado.
“No começo, a gente fica com medo, achando que o investimento pode não dar certo. Mas hoje, um ano depois, já tive todo o retorno do que investi e quero ampliar ainda mais”, afirmou Teixeira.
Investir em comodidade, além de diversificar os serviços, tem contribuído para o aumento dos lucros do negócio. Oferecer estacionamento próprio, por exemplo, foi, na avaliação do empresário, decisivo para os resultados que obteve.
“Há pouco tempo eu tinha um imóvel ao lado da minha padaria. Em vez de alugá-lo, preferi derrubar a construção e criar um estacionamento e ainda estou em busca de outro, próximo à minha padaria, para poder fazer o mesmo”, comentou.
“Estamos lançando uma tendência para o mundo. Nas viagens que faço a trabalho pela Europa, vejo que muitas padarias estão inovando e começando a fazer o mesmo que nós, principalmente em países como Alemanha, Portugal e Itália”, disse Pereira.
Inaugurada há cerca de dois anos na região central de São Paulo, no bairro Santa Cecília, a padaria Nosso Cântaro também é um exemplo dessa nova tendência do setor. Em 2008, o empresário Arno Silva decidiu investir não só na diversidade dos produtos, mas também dos serviços oferecidos, como café da manhã, almoço e janta.
Equipamentos
De olho no novo mercado, fornecedores de equipamentos também apostam nas mudanças pelas quais as padarias têm passado, como a Ferri que, que, entre outros produtos, fabrica fornos para pães.
“Atendemos restaurantes e supermercados, mas as padarias representam a maior parte dos nossos negócios”, disse o gerente de vendas da empresa, Reinaldo Gonçalves. O forno, chamado de combinado, é capaz de preparar de 240 a 480 refeições por dia, segundo a Ferri.
“Hoje, as padarias têm de diversificar seus produtos porque perderam muito espaço há alguns anos para os supermercados. As pessoas não costumam mais comprar leite e frios, por exemplo, na padaria. Quando vão ao mercado já fazem isso”, disse Gonçalves.
No mercado
Atualmente, há no país perto de 63.200 padarias, frequentadas diariamente por cerca de 40 milhões de pessoas. Esses números representam um faturamento anual da ordem de R$ 44,98 bilhões, segundo o sindicato das panificadoras.
“Nosso setor tem crescido em 6% ao ano e representa, hoje, 2% do PIB nacional. Esse mercado que se modifica diariamente, com as novas exigências dos consumidores, precisa também de mão de obra qualificada, que prepare o principal alimento com segurança e higiene”, disse Pereira.
Preço do pão
Apesar da ampliação dos serviços nas padarias, aumentar os preços dos pães franceses não está nos planos das padarias. De acordo com o presidente do sindicato das panificadoras, o preço deverá ficar estável, tendência verificada nos últimos três anos. Hoje, no estado de São Paulo, é possível encontrar o quilo do pão sendo vendido de R$ 4,50 a R$ 9.